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Enfermeiras com tablets e motoqueiros com smartphones se unem no combate ao Ebola

Joseph D'Urso

Em Londres

15/05/2015 12h39

Enquanto especialistas da área da saúde em laboratórios do mundo todo têm tentado achar uma maneira de acabar com a maior epidemia de Ebola já registrada, especialistas em tecnologia também vêm criando novas maneiras para combater o vírus - usando smartphones e tablets à prova do vírus.

O registro e o rastreamento de vítimas do Ebola em Serra Leoa, Guiné e Libéria, na África Ocidental, têm se mostrado um grande desafio desde o surto que começou em dezembro de 2013 e se espalhou rapidamente, matando mais de 11 mil pessoas.

Ivan Gayton, um coordenador de emergências do Médicos Sem Fronteiras, disse que o acompanhamento ineficiente não ajuda em nada, com funcionários em centros de tratamento compartilhando informações sobre pacientes gritando por cima de uma cerca para que colegas numa zona de baixo risco anotem à mão.

Os funcionários estavam cientes de que não são só fluidos corporais que podem transmitir a doença, mas papel e pranchetas contaminadas também são capazes da transmissão - e isso fez surgir a ideia de um tablet à prova de Ebola.

Gayton se juntou ao holandês Pim De Witte, fundador da companhia de tecnologia Whitespell, para desenvolver um tablet à prova de Ebola com o auxílio de recursos do Google.

O rastreamento de vítimas na África Ocidental também se provou difícil.

Quando profissionais de saúde chegaram no distrito de Tonkolili, no norte de Serra Leoa, tinham informações limitadas sobre nomes, locais e detalhes das vilas que precisavam ajudar.

Para um teste de duas semanas, pesquisadores empregaram moradores da região para rodarem pela província em pequenas motos conhecidas como "okadas", coletando dados sobre moradias, saúde e população de vilas em smartphones simples.

Quando chegavam a uma vila, entrevistavam um líder ou representante do vilarejo para conseguir o máximo de informações possíveis, e registravam as coordenadas de GPS, essenciais numa região onde os nomes das vilas normalmente são duplicados ou escritos de maneira diferente.

O esquema cobriu 950 vilas em duas semanas, e o custo foi "muito modesto" em comparação a enviar colaboradores estrangeiros a campo ou encomendar imagens detalhadas de satélite, disse Laura Nic Lochlainn, do Instituto Nacional para Saúde Pública e Meio Ambiente RIVM na Holanda.