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Google amplia remoção de vídeos extremistas do YouTube

Foto: AHMAD AL-RUBAYE / AFP
Imagem: Foto: AHMAD AL-RUBAYE / AFP

Paresh Dave, David Ingram e Mark Hosenball

Da Reuters, em San Francisco

14/11/2017 09h58

O Google, da Alphabet, nos últimos meses começou a retirar vídeos extremistas do YouTube que não retratam violência ou pregam ódio, disse o YouTube na última segunda-feira, em uma grande mudança política em meio à pressão cada vez mais forte de governos sobre as redes sociais.

A nova política visa vídeos que apresentam pessoas e grupos que foram classificados como terroristas pelos governos dos Estados Unidos ou do Reino Unido, mas que não exibem violência ou discurso de ódio que já foram barrados pelo YouTube.

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Um porta-voz do serviço de YouTube, que pediu para não ser identificado por razões de segurança, confirmou a nova política. A empresa não especificou quando a política entrou em vigor.

Como os termos do YouTube já proibindo "terroristas" de usarem o serviço, a nova política retira vídeos enviados por terceiros que militantes provavelmente tentariam distribuir se pudessem ter contas, de acordo com o porta-voz.

As centenas de vídeos do falecido recrutador da Al Qaeda Anwar al-Awlaki palestrando sobre a história do islamismo, gravados muito antes de ele defender a violência contra os EUA, estão entre aqueles removidos sob a nova política, disse o porta-voz.

Governos e grupos de direitos humanos pressionam o YouTube há anos para reprimir os vídeos extremistas. A secretária britânica do Interior, Amber Rudd, amplificou a pressão durante visitas a empresas de tecnologia no Vale do Silício em julho e em um discurso em Washington, DC, na semana passada.

A União Europeia e os legisladores norte-americanos este ano ameaçaram penalizar as empresas de tecnologia se a questão não for abordada.

A legislação pode se assemelhar a uma lei alemã aprovada em junho para multar empresas de redes social em 50 milhões de euros se as postagens de ódio não forem imediatamente removidas.

O YouTube disse que discussões com especialistas externos levaram à nova política, mas não ficou claro por que a empresa decidiu agir apenas recentemente. Em junho, a empresa anunciou que o "conteúdo inflamatório religioso ou supremacista" que não violasse suas políticas seria permitido com rótulos de advertência e uma restrição que os tornaria inelegíveis para receber anúncios.