Rússia inicia bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram no país
Por Maria Kiselyova e Jack Stubbs
MOSCOU (Reuters) - O órgão regulador de telecomunicações da Rússia informou nesta segunda-feira que começou a bloquear o acesso ao serviço de mensagens Telegram depois que a empresa se recusou a cumprir à ordem de dar às autoridades russas acesso às mensagens secretas de seus usuários.
Em comunicado, o órgão de fiscalização Roskomnadzor disse que enviou uma notificação a operadores de telecomunicações sobre o bloqueio do acesso ao Telegram dentro da Rússia.
O serviço, criado por um empresário russo, tem mais de 200 milhões de usuários globais e é classificado como o nono aplicativo de mensagens móveis mais popular do mundo.
Uma autoridade do Roskomnadzor disse que levaria várias horas para concluir a operação para bloquear o acesso, informou a agência de notícias Interfax.
Em Moscou, o aplicativo Telegram ainda estava funcionando normalmente no meio da tarde desta segunda-feira, mas o site da empresa havia sido bloqueado por dois dos maiores provedores de serviço da Rússia, o MTS e o Megafon.
Tanto o MTS quanto o Megafon se recusaram a comentar.
O Roskomnadzor estava implementando uma decisão proferida na sexta-feira por um tribunal russo, que determinou que o Telegram deveria ser bloqueado porque violava os regulamentos do país.
O Telegram se recusou repetidamente a atender pedidos para dar acesso ao Serviço de Segurança Federal da Rússia às mensagens criptografadas de seus usuários.
O órgão disse que precisa de tal acesso para se proteger contra ameaças de segurança, como ataques terroristas. Mas o elegram disse que a conformidade violaria a privacidade dos usuários.
O fundador e presidente-executivo da Telegram, Pavel Durov, disse que a proibição vai prejudicar a qualidade de vida de 15 milhões de russos e nada fará para melhorar a segurança da Rússia.
"A ameaça terrorista na Rússia permanecerá no mesmo nível, porque os extremistas continuarão a usar canais de comunicação criptografados - em outros servidores de mensagem ou através de uma VPN", disse ele.
"Consideramos a decisão de proibição anticonstitucional e continuaremos a defender o direito à correspondência secreta para os russos."
(Por Gareth Jones e Richard Balmforth)
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