Galaxy Fold fascina o mercado e reposiciona Samsung, mas preço precisa cair
Resumo da notícia
- Primeiro celular dobrável de uma grande fabricante impressionou
- Para analistas, agora a Samsung pode enfrentar a Huawei
- Galaxy Fold mostrou que dá para inovar em mercado maduro
- Vendas dependem da queda do preço, hoje altíssimo
A Samsung fascinou a indústria de smartphones na quarta-feira (20) com seu primeiro aparelho de tela dobrável. Além de reforçar suas credenciais de inovação, a empresa afastou críticas de só seguir tendências e, com o preço de quase US$ 2.000 para o produto, definiu um novo padrão para aparelhos topo de linha.
O Galaxy Fold, da gigante sul-coreana, lembra um smartphone convencional, mas abre como um livro, revelando uma segunda tela do tamanho de um pequeno tablet de 7,3 polegadas (18,5 cm). O aparelho começará a ser vendido em 26 de abril.
No evento de lançamento do aparelho em São Francisco, a Samsung aumentou o fator surpresa ao dar detalhes antecipados de sua estratégia, citando as versões 5G de seus atuais telefones Galaxy S10, atuais topo de linha da marca.
"Estou impressionado", disse Patrick Moorhead, da Moor Insights & Strategy, acrescentando que o telefone dobrável da companhia poderia ajudar a Samsung a rejuvenescer sua divisão de telefonia móvel, cuja liderança está sob ataque da chinesa Huawei.
Eu acredito que você pode inovar fora de um mercado maduro
Ele observa que quando a Apple lançou o iPhone em 2007, a maioria dos observadores da indústria acreditava que o mercado já estava maduro com telefones em formato "tijolo" de 100 dólares e sem telas sensíveis a toque.
NOVOS PADRÕES DE PREÇO
O Galaxy Fold, que pode operar três aplicativos simultaneamente e possui seis câmeras, também desafia a noção de quanto um celular pode custar, estreando a US$ 1.980, quase o dobro do preço dos atuais modelos topo de linha da Apple e da própria Samsung.
Devido ao preço, é provável que seja vendido principalmente para os fãs de tecnologia. Os preços são essenciais para expandir as vendas
Kim Yong-serk, ex-executivo da Samsung, que hoje é professor da Universidade Sungkyunkwan, na Coréia.
"O aparelho ajudará a Samsung a criar uma imagem de uma empresa inovadora, mas é improvável que seja lucrativo. Espero que a Apple espere um ano e crie telefones dobráveis com mais recursos, como fizeram com o smartwatch", disse ele.
A corretora Hana Investment & Securities espera que a Samsung venda 2 milhões de telefones dobráveis este ano, com o preço mantendo o volume relativamente baixo, enquanto outra corretora espera que as vendas cheguem a 1 milhão de unidades. Isso seria menos de 1% dos 291 milhões de smartphones vendidos pela Samsung no ano passado.
"O sucesso de um telefone dobrável depende se ele pode atender à demanda dos usuários de tablets. Acreditamos que será difícil alcançar vendas significativas com uma tela de 7,3 polegadas", disseram analistas da Meritz Securities em nota aos clientes.
"Para ter sucesso, ele precisa evoluir ainda mais para poder suportar telas de 10 polegadas ou mais com várias dobras."
Alguns analistas da indústria disseram que esses telefones dobráveis poderiam entrar no mercado de tablets, que encolheu 6% no ano passado, mesmo quando a Apple vendeu mais iPads.
O iPad Mini4, com tela de 7,9 polegadas, é o menor e mais barato tablet da Apple, custando entre US$ 329 e US$ 559. A empresa norte-americana comanda 25,8% do mercado mundial de tablets, quase o dobro dos 13,3% da Samsung.
Enquanto a maioria dos analistas espera que a Apple espere até 2020 para competir com o telefone dobrável da Samsung, a empresa sul-coreana definiu novos padrões de preço na categoria premium, uma vez que busca reviver o interesse do consumidor em uma indústria que registrou seu primeiro declínio de vendas no ano passado.
"O fato de as pessoas estarem apenas reclamando sobre o preço diz que muitas delas realmente têm interesse nele. A segunda geração desse aparelho vai vender como pão quente", disse o usuário AmazedCoder, no Reddit.
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