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Nova barbárie? Papa Francisco alerta sobre risco da inteligência artificial

O papa Francisco acena para os fiéis na praça de São Pedro, no Vaticano, durante o Angelus - Tiziana Fabi/AFP
O papa Francisco acena para os fiéis na praça de São Pedro, no Vaticano, durante o Angelus Imagem: Tiziana Fabi/AFP

Philip Pullella

Da Reuters, na Cidade do Vaticano

27/09/2019 16h53

O papa Francisco exortou gigantes do Vale do Silício, nesta sexta-feira (27), a não permitirem que avanços tecnológicos, como a inteligência artificial, levem a uma nova forma de "barbárie", na qual a lei do mais forte prevaleça sobre o bem comum.

Francisco fez os comentários em um discurso a participantes de uma conferência no Vaticano à qual compareceram executivos de empresas como Facebook, Mozilla e Western Digital, além de ganhadores do Prêmio Nobel, especialistas em ética católicos, agências reguladoras governamentais, empreendedores da internet e investidores.

A reunião de três dias, que termina no sábado, debate tópicos com um jargão técnico que normalmente não é ouvido no Vaticano, como algoritmos e blockchain.

"Os desenvolvimentos notáveis no campo da tecnologia, em particular aqueles que lidam com a inteligência artificial, criam implicações cada vez mais significativas em todas as áreas da atividade humana. Por esta razão, debates abertos e concretos sobre este tema são mais necessários agora do que nunca", disse Francisco aos participantes.

Entre eles estavam Mitchell Baker, presidente-executiva da Mozilla; Gavin Corn, conselheiro-geral associado e diretor da equipe legal de cibersegurança do Facebook; Jim Welsh, vice-presidente sênior da Western Digital; e Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn.

O papa disse que a tecnologia precisa "de princípios morais tanto teóricos quanto práticos".

Ele alertou para o perigo do uso da inteligência artificial "para circular opiniões tendenciosas e dados falsos que poderiam envenenar os debates públicos e até manipular as opiniões de milhões de pessoas, a ponto de ameaçar as próprias instituições que garantem uma coexistência civil pacífica".

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