Papa diz que tecnologia e globalização ameaçam individualidade de jovens
O papa Francisco alertou nesta sexta-feira (22) que a tecnologia e a globalização estão homogeneizando os jovens de todo o mundo a ponto de sua singularidade e sua individualidade cultural estarem se tornando espécies ameaçadas.
O papa, de 82 anos, apelou para que os jovens preservem as culturas que herdaram de seus ancestrais e valorizem suas raízes durante um encontro com líderes de outras religiões no encerramento de seu último dia completo de visita à Tailândia.
Ele criticou "uma tendência crescente de desmerecer valores e culturas locais pela imposição de um modelo unitário" de valores para os jovens, aparentemente se referindo à influência ocidental em filmes, anúncios e redes sociais.
"Isto produz uma devastação cultural que é tão grave quanto o desaparecimento de espécies de animais e plantas", disse.
A preservação de culturas locais também foi um tema da visita desta sexta-feira ao vilarejo predominantemente católico de Wat Roman, nos arredores de Bancoc, onde o pontífice exortou os tailandeses dos dias atuais a não considerarem o cristianismo uma religião "estrangeira".
A cultura dominante da Tailândia é ligada intimamente ao budismo, mas de maneira geral a minoria católica de menos de um por cento da população vem sendo bem tratada nos tempos modernos.
Em uma conversa com padres e freiras reunidos na igreja do vilarejo, Francisco prestou homenagem àqueles que foram mortos no passado por causa de sua fé.
Entre eles estão sete católicos, incluindo três meninas adolescentes, que foram mortos pela polícia tailandesa em 1940 em Nakhon Phanom, província do nordeste do país.
A Segunda Guerra Mundial e outros períodos de perseguição são considerados aberrações, e hoje as relações entre budistas e católicos são muito boas em geral.
Durante o reinado do rei Narai, 350 anos atrás, o Vaticano estabeleceu formalmente sua "Missão de Siam".
Embora os missionários não tenham conseguido realizar conversões em massa, foram essencialmente tolerados pela maioria budista, e particularmente pela corte real.
Francisco parte nesta sexta-feira para o Japão, onde o principal objetivo de sua viagem é chamar a atenção global para as armas nucleares quando visitar os locais dos ataques atômicos de Hiroshima e Nagasaki.
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