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Supercomputador mostra que umidade afeta disseminação aérea do coronavírus

Umidade do ar afeta disseminação do coronavírus, segundo cálculo de supercomputador japonês - WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Umidade do ar afeta disseminação do coronavírus, segundo cálculo de supercomputador japonês Imagem: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Por Rocky Swift

14/10/2020 17h43

TÓQUIO (Reuters) - Um supercomputador japonês mostrou que a umidade pode ter um efeito grande na dispersão de partículas de vírus, sublinhando o risco acentuado de contágio de coronavírus em ambientes fechados e secos durante os meses de inverno.

A descoberta leva a crer que o uso de umidificadores pode ajudar a limitar as infecções quando a ventilação com janelas não é possível, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira pela gigante de pesquisas Riken e pela Universidade de Kobe.

Os pesquisadores usaram o supercomputador Fugaku para simular a emissão e o fluxo de partículas semelhantes às de vírus de pessoas infectadas em uma variedade de ambientes fechados.

Uma umidade do ar inferior a 30% resultou em mais do que o dobro da quantidade de partículas transmitidas pelo ar quando comparada a níveis de 60% ou mais, mostraram as simulações.

O estudo também indicou que escudos faciais transparentes não são tão eficientes quanto máscaras para evitar a disseminação de aerossóis. Outras descobertas revelaram que frequentadores de restaurantes correm mais risco de pessoas ao lado do que daquelas na mesma mesa, e o número de cantores em corais deveria ser limitado e incluir distanciamento físico.

Entre especialista de saúde, é cada vez maior o consenso de que o vírus da Covid-19 pode se espalhar pelo ar. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) revisou sua diretriz neste mês e disse que o patógeno pode permanecer no ar durante horas.