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Conselho de supervisão do Facebook decidirá se Trump continuará suspenso na rede social

Funcionário do Facebook trabalha com computador em sofá na sede da empresa em Menlo Park, na Califórnia (EUA) - Robert Galbraith/Reuters
Funcionário do Facebook trabalha com computador em sofá na sede da empresa em Menlo Park, na Califórnia (EUA) Imagem: Robert Galbraith/Reuters

Elizabeth Culliford

21/01/2021 16h34

O Facebook disse nesta quinta-feira que está encaminhando ao seu conselho de supervisão independente a decisão de suspender indefinidamente as contas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Trump permanecerá suspenso enquanto o conselho, um órgão recém-criado que pode anular as decisões da empresa sobre conteúdo, analisa a decisão. O conselho, que disse ter aceitado o caso, terá até 90 dias para se pronunciar.

A empresa de mídia social bloqueou o acesso de Trump às suas contas no Facebook e Instagram após a invasão do Capitólio dos EUA por partidários do ex-presidente no início deste mês.

"Estou muito confiante em nosso caso", disse à Reuters o chefe de assuntos globais do Facebook, Nick Clegg. "Estou muito confiante de que qualquer pessoa razoável, examinando as circunstâncias em que tomamos essa decisão e analisando nossas políticas existentes, concordará."

"Mas é claro que esta é uma decisão que teve repercussões em todo o mundo", acrescentou ele, dizendo que pode haver princípios e políticas mais amplas em jogo que o conselho possa considerar.

Clegg afirmou que o Facebook também pediu ao conselho de supervisão para fornecer recomendações sobre quando os líderes políticos podem ou devem ser bloqueados. Mas as recomendações do conselho não são vinculativas.

O Facebook disse na época que a suspensão duraria pelo menos até o final do mandato presidencial de Trump e talvez indefinidamente. O mandato de Trump terminou na quarta-feira, quando Joe Biden tomou posse como presidente.

O Twitter suspendeu Trump permanentemente.

Clegg disse que Trump não foi informado da decisão do Facebook de suspendê-lo indefinidamente antes de acontecer.

"Embora tenha sido uma decisão polêmica porque ele era o presidente dos Estados Unidos, na verdade não foi uma decisão particularmente complicada de tomar", disse ele, acrescentando que em sua opinião havia uma "ligação cristalina entre as palavras de Trump e as ações das pessoas no Capitólio".

O conselho, composto por 20 membros, incluindo um ex-primeiro-ministro, um ganhador do Prêmio Nobel da Paz e vários especialistas em direito e advogados de direitos (como o brasileiro Ronaldo Lemos), foi criado pelo Facebook em resposta às críticas de seu tratamento de conteúdo problemático.