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"Super-Terra" alienígena pode oferecer pistas sobre atmosferas em planetas distantes

Ilustração imagina como seria a superfície do Gliese 486 b - Instituto Max Planck para Astronomia
Ilustração imagina como seria a superfície do Gliese 486 b Imagem: Instituto Max Planck para Astronomia

Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters)

04/03/2021 20h25

Cientistas encontraram um planeta que orbita uma estrela relativamente próxima ao nosso sistema solar e que pode oferecer uma grande oportunidade para estudar a atmosfera de um planeta rochoso e semelhante à Terra, o tipo de pesquisa que poderia auxiliar na busca por vida extraterrestre.

Os pesquisadores afirmaram na quinta-feira que o planeta, chamado Gliese 486 b e classificado como uma "super-Terra" não é em si um candidato promissor como um refúgio para a vida. Imagina-se que ele seja inóspito —quente e seco como Vênus, com possíveis rios de lava fluindo em sua superfície.

Mas a proximidade com a Terra e as características físicas o tornam um bom candidato para um estudo de atmosfera com os telescópios espaciais e terrestres de nova geração, começando com o Telescópio Espacial James Webb, que a Nasa deve lançar em outubro. Esses devem fornecer aos cientistas dados para decifrar as atmosferas de outros exoplanetas —planetas que ficam além do nosso sistema solar— incluindo os que podem abrigar vida.

"Nós dizemos que o Gliese 486 b irá se tornar instantaneamente a Pedra de Rosetta da exoplanetologia —pelo menos para os planetas semelhantes à Terra", disse o astrofísico e co-autor do estudo José Caballero, do Centro de Astrobiologia da Espanha, em referência à antiga placa de pedra que ajudou pesquisadores a decifrar hieróglifos egípcios.

Cientistas descobriram mais de 4.300 exoplanetas. Alguns deles são gigantes de gás, similares a Júpiter. Outros são menores, rochosos, planetas mais parecidos com a Terra, o tipo que é considerado um potencial mantenedor da vida, mas os instrumentos científicos disponíveis atualmente nos dizem pouco sobre suas atmosferas.

"O exoplaneta precisa ter as configurações físicas e orbitais corretas para que seja elegível para investigação atmosférica", disse o cientista planetário Trifon Trifonov, do Instituto Max Planck para Astronomia, na Alemanha, principal autor da pesquisa publicada na revista Science.