Ibovespa volta aos 115 mil pontos após cinco meses com ajuda de Petrobras e Fed
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira retornou aos 115 mil pontos nesta quarta-feira, após cinco meses, com avanço da Petrobras e após o Federal Reserve (Fed) adotar um tom menos duro do que o esperado em sua ata de política monetária.
Petrobras teve forte alta com o preço do petróleo e deu suporte ao índice, ainda que tenha diminuído os ganhos no fim do pregão. WEG cedeu na outra ponta após divulgar balanço trimestral.
O Ibovespa subiu 0,31%, a 115.180,95 pontos, acima dos 115 mil pontos pela primeira vez desde 15 de setembro. O giro financeiro foi de 60,6 bilhões de reais, muito acima que os cerca de 30 bilhões das últimas sessões, pois foi dia de vencimento de opções sobre índice.
"É a metade do caminho para a máxima histórica do Ibovespa alcançada no ano passado", diz Bruna Marcelino, estrategista-chefe da Necton Investimentos, sobre o patamar dos 115 mil pontos. O recorde foi obtido em junho do ano passado, na casa dos 130 mil pontos, e desde então o índice chegou a recuar até os 100 mil pontos.
O Fed mostrou na ata que pretende iniciar o ciclo de alta de juros para combater a inflação, mas vai tomar as decisões a cada reunião. Em reação ao documento, as principais referências acionárias em Wall Street reduziram fortemente a queda, sendo que o S&P 500 fechou no positivo.
O mercado diverge sobre a possibilidade do ciclo de aperto monetário começar com um aumento da taxa em 0,25 ou 0,50 percentual em março. Os futuros dos juros nos EUA precificaram uma chance menor que 50% para a elevação em 0,5 ponto após a ata.
Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, lembra que a ata representa a média das opiniões dos membros do Fed na data da reunião, no final de janeiro, e que desde então dados de inflação e discursos de autoridades do Fed fizeram com o que mercado especulasse uma possibilidade não desprezível de aumento de 0,5 ponto nos juros.
"O que eu imagino é que talvez alguns agentes de mercado tinham uma expectativa de uma ata um pouco mais dura", diz ele, que avaliou o documento como em linha com o esperado. "Talvez essa sensação que parte do mercado teve de que o documento foi menos agressivo é mais com relação ao que vem sendo dito."
Quanto à questão na Ucrânia, após o alívio da véspera com a retirada de algumas tropas russas, o mercado seguiu monitorando a situação, enquanto Otan e EUA questionaram a informação da retirada de forças pelos russos.
Além disso, o presidente Jair Bolsonaro encontrou seu colega russo, Vladimir Putin. Bolsonaro disse pela manhã, em discurso ao lado de Putin, que o Brasil é solidário a "todos os países que se empenham pela paz".
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e ON subiram 1,4% e 2,2%, respectivamente, após o petróleo fechar em alta, em meio a tensões geopolíticas. As ações, entretanto, reduziram os ganhos de forma relevante, depois que os EUA e um representante do Irã indicaram avanços nas negociações para acordo nuclear. O petróleo virou no pós-mercado, ainda que com baixa liquidez.
- CARREFOUR BRASIL ON avançou 5,3%, mesmo após empresa registrar queda de 13,5% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre ante um ano antes. Analistas do Itaú BBA destacaram margens melhores do que o esperado, especialmente na unidade Atacadão. A companhia também elevou estimativas de sinergias com o Grupo Big e afirmou que as vendas de janeiro e fevereiro estão positivas. [L1N2UR13J]
- ASSAÍ ON disparou 7,1%, na esteira dos resultados do rival no atacarejo.
- WEG ON cedeu 4,8%. A empresa de motores elétricos publicou alta de 17,8% no lucro líquido do quarto trimestre sobre um ano antes e anunciou distribuição de dividendos e aumento de capital.
- JBS ON caiu 3,9%, após ficar mais de uma hora em leilão para venda de ao menos 50 milhões de ações por um acionista, que, de acordo com o Brazil Journal, trata-se do BNDES.
- VALE ON subiu 0,7% e siderúrgicas fecharam mistas. O minério de ferro caiu em Dalian, mas o preço spot subiu na Ásia, mostraram dados da consultoria SteelHome.
- BTG PACTUAL UNIT reverteu queda e avançou 2,1%, depois de divulgar alta de 41,7% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre ante um ano antes. O banco também disse que seu fundador, André Esteves, está buscando ser renomeado como presidente do conselho de administração. Os acionistas decidirão sobre o retorno do executivo em abril.
- PETRORIO ON caiu 2%, após resultado do quarto trimestre e sob influência do petróleo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.