Por que FBI agora tem equipe especial para crimes cibernéticos e blockchain
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos contratou uma experiente promotora especializada em crimes cibernéticos para liderar sua nova equipe nacional de combate a crimes com criptomoedas e anunciou que o FBI está lançando uma unidade para análise de blockchain e apreensão de ativos virtuais.
A criação da unidade foi feita depois da maior apreensão de recursos financeiros já realizada pelo Departamento de Justiça.
O departamento acusou no início do mês um casal de Nova York de supostamente lavar bitcoins avaliados atualmente em mais de 4,5 bilhões de dólares que foram roubados em 2016 da corretora Bitfinex.
Os Estados Unidos aumentaram fiscalização sobre a indústria de criptomoedas após uma série de grandes ataques no ano passado que incluíram como alvo a maior rede de oleodutos do país.
Em um discurso na Conferência de Segurança Cibernética de Munique, na Alemanha, a vice-procuradora geral, Lisa Monaco, anunciou que Eun Young Choi, que liderou o caso contra um hacker russo que ajudou a roubar informações sobre mais de 80 milhões de clientes do JPMorgan, liderará a equipe de criptomoedas do departamento.
"Também apelamos a todas as empresas que lidam com criptomoedas - precisamos que vocês eliminem os abusos sobre criptomoedas. Para aqueles que não o fizerem, nós os responsabilizaremos sempre que pudermos", disse Monaco.
A Casa Branca também divulgou recentemente um plano para reforçar a segurança cibernética da operação de abastecimento de água nos Estados Unidos.
A medida é uma extensão dos esforços norte-americanos para impedir ataques contra sua infraestrutura considerada essencial, o que inclui operações de eletricidade e gás natural.
Altos funcionários do governo disseram que as instalações de água usam automação e redes eletrônicas que são vulneráveis a ataques cibernéticos, o que poderia gerar produção de água sem a qualidade necessária, interrupção do fluxo para os consumidores e danos à infraestrutura.
O plano da Casa Branca impulsionará a adoção de novas tecnologias que ofereçam detecção precoce de ameaças cibernéticas, melhorem a resposta a esses incidentes e forneçam o compartilhamento desses dados com o governo dos EUA.
A segurança cibernética tem sido um dos principais focos do governo Biden, após uma série de violações de grande porte paralisaram empresas e agências governamentais norte-americanas, incluindo um incidente de ransomware que interrompeu o fornecimento de gasolina.
No ano passado, hackers invadiram o sistema de computador de uma instalação que trata água para cerca de 15.000 pessoas perto da cidade de Tampa, no Estado norte-americano da Flórida, e tentaram adicionar um nível perigoso de aditivo ao abastecimento.
Em julho, o presidente Joe Biden assinou um memorando de segurança nacional para criar "controles de desempenho" para segurança cibernética nas empresas mais críticas do país.
Ele alertou que se os EUA acabarem em uma "verdadeira guerra" com uma "grande potência", isso pode ser o resultado de um ataque cibernético significativo ao país, destacando o que Washington vê como uma ameaça crescente representada por hackers da Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.
A mais recente iniciativa do setor de água será realizada em coordenação com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) e o Conselho de Coordenação do Setor Hídrico. A EPA convidará as concessionárias para um programa piloto, mas a participação será voluntária, disseram as autoridades.
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