Ações da Netflix desabam em Nova York após queda de assinantes
Por Nivedita Balu e Eva Mathews e Medha Singh
BENGALURU, Índia (Reuters) - As ações da Netflix perdiam mais de um terço de seu valor nesta quarta-feira, depois que a empresa relatou a primeira queda no número de assinantes em uma década.
Os números suscitaram questionamentos em Wall Street sobre o crescimento da empresa, diante da concorrência acirrada e da audiência fatigada após anos de pandemia.
As ações da Netflix caíam 36,1%, para 222,7 dólares, e caminhavam para o pior pregão em uma década se as perdas se mantiverem. Pelo menos uma dúzia de analistas revisaram negativamente a visão para o papel, que se destacou pelos ganhos obtidos nos últimos anos.
O JPMorgan fez o movimento mais agressivo ao reduzir pela metade o preço-alvo da ação, para 305 dólares, - bem abaixo da mediana de preços-alvo de analistas em Wall Street, de 400 dólares.
"A visibilidade de curto prazo é limitada... e não há muito com o que se animar nos próximos meses, além do novo preço das ações muito mais baixo", disse Doug Anmuth, analista do JPMorgan, que também cortou pela metade a estimativa de adições líquidas de assinantes, para 8 milhões.
A queda das ações pode apagar os ganho do papel nos últimos dois anos, quando os negócios da empresa prosperaram, à medida que novos clientes ingressaram na plataforma durante os bloqueios sanitários causados pela pandemia.
Em um esforço para acalmar os nervos, executivos da empresa disseram a analistas na terça-feira que estavam procurando oferecer um streaming com base em anúncios nos próximos um ou dois anos e prometeram fechar o cerco contra o compartilhamento de senhas - um problema de longa data para o serviço.
Os rivais da Netflix já têm versões com base em anúncios ou estão considerando tal medida - o HBO Max oferece uma assinatura suportada por anúncios, enquanto o Disney + disse recentemente que lançará um formato similar.
"A lucratividade ou o modelo de negócios da Netflix não é o problema, como mostram os números, mas alguns consumidores podem estar cancelando a assinatura devido à inflação e à fadiga do usuário pós-pandemia”, disse Peter Garnry, head de estratégia de ações do Saxo Bank.
(Por Nivedita Balu, Eva Mathews e Medha Singh)
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