Grupo russo lança loja de aplicativos doméstica após Google e Apple limitarem serviço no país
(Reuters) - O grupo russo de internet VK lançou nesta quarta-feira uma loja de aplicativos desenvolvida internamente, na mais recente medida de uma campanha endossada pelo Kremlin para criação de serviços digitais a fim de substituir rivais ocidentais.
O VK, por vezes apelidado de "Facebook da Rússia", disse que uma versão beta da loja, chamada RuStore, estará disponível para usuários do sistema Android a partir desta quarta-feira.
Apple e Google, da Alphabet, que possuem as duas maiores lojas aplicativos do mundo, limitaram o acesso a usuários russos em resposta às ações de Moscou na Ucrânia.
O Kremlin está pressionando pelo rápido desenvolvimento de alternativas digitais domésticas e acelerou uma campanha que já dura anos para exercer controle sobre o espaço online, limitando o acesso a Instagram e Facebook, ambos da Meta, ao Twitter e à plataforma Google Notícias.
O VK, de propriedade parcial da Gazprom Media, emergiu como líder na corrida para tomar o lugar que era dos serviços ocidentais. A empresa oferta uma série de serviços online que vão de mídia social à entrega de alimentos.
A RuStore foi criada com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Digital, Comunicações e Mídia de Massa da Rússia, bem como da empresa de tecnologia russa Yandex, do maior banco do país, o Sberbank, e da companhia de segurança cibernética Kaspersky Lab.
"Criar uma loja de aplicativos russa é uma tarefa essencial, ditada pelas condições do mercado", disse Maksut Shadaev, ministro de Comunicações e Mídia, em comunicado anunciando o lançamento.
O VK disse que mais de 100 aplicativos estavam disponíveis na loja no lançamento, incluindo alguns serviços governamentais, e que mais aplicativos estavam sendo adicionados todos os dias.
"Tenho certeza de que a RuStore será procurada por usuários e desenvolvedores. Ela tem tudo o que precisa para se tornar a maior loja de aplicativos russa", disse o presidente do VK, Vladimir Kiriyenko.
Diante de um êxodo de especialistas em tecnologia da informação nas primeiras semanas do que a Rússia chama de "operação militar especial" na Ucrânia, o governo russo prometeu isenções de imposto de renda e empréstimos preferenciais para empresas de tecnologia, além de um adiamento do serviço militar para funcionários, na tentativa de mantê-los na Rússia.
Os políticos locais também incentivam os usuários a mudar para provedores domésticos.
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