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Lockdown na China derruba receita trimestral da Xiaomi em 20%

Inauguração da loja da Xiaomi no Barra Shopping, Rio de Janeiro, na quinta-feira (9) - Xiaomi/Divulgação
Inauguração da loja da Xiaomi no Barra Shopping, Rio de Janeiro, na quinta-feira (9) Imagem: Xiaomi/Divulgação

Josh Horwitz

De Reuters, em Xangai

19/08/2022 11h34

XANGAI (Reuters) - A empresa chinesa Xiaomi anunciou nesta sexta-feira uma queda acentuada na receita do segundo trimestre, período em que o maior mercado de smartphones do mundo encolheu, atingido por restrições sanitárias relacionadas à Covid-19.

As vendas caíram 20% ano a ano, para 70,17 bilhões de iuans (10,31 bilhões de dólares), declínio maior do que no trimestre anterior, quando a empresa registrou sua primeira queda de receita desde a listagem de suas ações.

O lucro líquido da Xiaomi caiu 67% na base anual, para 2,08 bilhões de iuans, abaixo das estimativas dos analistas.

"No mercado chinês, houve o ressurgimento da pandemia e, como resultado, a demanda foi difícil e fraca", disse o presidente da Xiaomi, Wang Xiang, em uma conferência de resultados.

Wang acrescentou que o aumento de preços dos combustíveis, custos de insumos e inflação também impactou as vendas no exterior. O lucro líquido caiu como resultado da pressão para limpar o estoque por meio de vendas e promoções.

As vendas de smartphones da Xiaomi, que geram mais da metade da receita total da empresa, caíram 29%.

Em 2021, a Xiaomi viu um aumento nas vendas depois de conquistar participação de mercado da rival Huawei, cuja capacidade de adquirir componentes foi prejudicada pelas sanções dos Estados Unidos.

No entanto, a alta durou pouco, e as ações da empresa caíram quase 40% desde o início de 2022, atingidas pela desaceleração da economia chinesa e pelo menor crescimento no exterior.

Na Índia, o mercado mais forte da Xiaomi fora da China, a empresa foi alvo de investigações do governo por supostamente se esquivar dos reguladores fiscais.

As autoridades fiscais indianas apreenderam em abril 725 milhões de dólares em ativos da empresa, alegando que ela transferiu fundos ilegalmente para o exterior sob o pretexto de pagamentos de royalties. A Xiaomi negou qualquer irregularidade.