Unidade de veículos autônomos da GM faz recall e revisa software após acidente
Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - A Cruise, startup da General Motors, retirou e atualizou o software em 80 veículos autônomos após um acidente em junho na cidade de São Francisco que deixou duas pessoas feridas, disse a empresa nesta quinta-feira.
Os reguladores federais afirmaram que o software recolhido poderia "prever incorretamente" o trajeto de um veículo que se aproxima. A Cruise disse que esse cenário incomum não se repetirá após a atualização do software.
A Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) intensificou nos últimos meses seu escrutínio aos sistemas avançados de assistência ao motorista e sistemas de veículos autônomos. No ano passado, a instituição orientou todas as montadoras e empresas de tecnologia a relatarem imediatamente acidentes envolvendo veículos autônomos.
A NHTSA disse que o software recolhido pode "em certas circunstâncias, ao realizar uma curva desprotegida, fazer com que (o sistema de direção autônoma) preveja incorretamente o caminho de outro veículo ou seja insuficientemente reativo à mudança repentina de caminho de um usuário da estrada".
A Cruise divulgou nesta quinta-feira que, após o acidente de 3 de junho em São Francisco, impediu temporariamente que seus veículos fizessem curvas à esquerda desprotegidas e reduziu a área em que seus veículos podem operar.
A Cruise enfatizou em comunicado que todos os veículos tiveram atualizações de software e o recall "não afeta ou altera nossas operações atuais nas vias".
A empresa acrescentou que "os veículos autônomos da Cruise estão ainda melhor equipados para evitar esse evento singular e excepcional".
A NHTSA disse que "uma resposta imprópria (dos sistemas de condução automatizada) pode aumentar o risco de um acidente".
A agência afirmou no mês passado que abriu uma investigação especial sobre o acidente com o veículo autônomo.
A Cruise disse que, em raras circunstâncias, seu software fez com que o veículo autônomo travasse ao realizar uma curva desprotegida à esquerda, considerada necessária para evitar uma grave colisão frontal.
O veículo autônomo "teve que decidir entre dois cenários de risco diferentes e escolheu aquele com menos potencial para uma colisão grave no momento, antes da mudança repentina de direção do veículo que se aproximava", disse a empresa.
A Cruise também observou que um relatório policial descobriu que o principal responsável pelo acidente de junho foi o outro veículo, que estava a 64 km por hora em uma zona de velocidade máxima de 40 km por hora.
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