EUA prendem cofundador da Bitzlato e dizem que US$700 mi foram processados em fundos ilícitos
Por Daphne Psaledakis e Raphael Satter e Chris Prentice
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades dos Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que prenderam o acionista majoritário e cofundador da corretora de câmbio virtual Bitzlato Ltd, registrada em Hong Kong, por supostamente processar 700 milhões de dólares em verbas ilícitas.
Anatoly Legkodymov, um cidadão russo que vive na China, foi preso em Miami na terça-feira sob a acusação de operar a bolsa como uma empresa de câmbio não-licenciada que "em suas próprias palavras, servia a 'bandidos conhecidos'", disse um alto funcionário do Departamento de Justiça norte-americano.
Os promotores disseram que a Bitzlato trocou mais de 700 milhões de dólares em criptomoeda com o Hydra Market, descrito por eles como um mercado online ilícito de narcóticos, informações financeiras roubadas, documentos de identificação fraudulentos e serviços de lavagem de dinheiro que as autoridades dos EUA e da Alemanha fecharam em abril de 2022.
"Se você violar nossas leis da China ou da Europa ou abusar de nosso sistema financeiro a partir de uma ilha tropical -- você pode esperar responder por seus crimes dentro de um tribunal dos Estados Unidos", disse a vice-procuradora-geral Lisa Monaco a jornalistas em entrevista coletiva no Departamento de Justiça.
A Bitzlato também recebeu mais de 15 milhões de dólares em receitas vindas de ransomware, disseram os promotores. Não foi possível entrar em contato imediatamente com o Hydra Market para comentar.
As autoridades descreveram Legkodymov como o cofundador da corretora de criptomoedas, dizendo que o russo de 40 anos ajudou a administrar a empresa na cidade chinesa de Shenzhen.
Legkodymov não respondeu imediatamente a um e-mail com perguntas, e as mensagens deixadas no serviço de bate-papo automatizado Telegram da Bitzlato foram respondidas com a frase "Ops, desculpe".
A Bitzlato processou 4,58 bilhões de dólares em transações de criptomoedas desde 3 de maio de 2018, disseram os promotores, acrescentando que uma parte substancial constitui "o produto do crime".
(Reportagem de Daphne Psaledakis, Raphael Satter, Kanishka Singh, Chris Prentice e Arshad Mohammed; reportagem adicional de Hannah Lang)
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