Presidente-executivo do TikTok é interrogado no Congresso dos EUA sobre conteúdo "perigoso"
Por Sheila Dang e Rami Ayyub
(Reuters) - Parlamentares dos Estados Unidos acusaram o TikTok de veicular conteúdo prejudicial e infligir "sofrimento emocional" a usuários jovens, questionando o presidente-executivo do aplicativo de propriedade chinesa em relação à influência descomunal da empresa sobre os adolescentes, durante uma sessão no Congresso nesta quinta-feira.
A deputada republicana Cathy McMorris Rodgers deu início à audiência com o presidente-executivo da plataforma, Shou Zi Chew, dizendo que poucos minutos após a criação de uma conta no TikTok o algoritmo de conteúdo promove conteúdo de automutilação e transtorno alimentar e encoraja desafios "perigosos" que podem colocar a vida das crianças em risco.
O deputado democrata Frank Pallone disse que o conteúdo do TikTok "exacerba sentimentos de estresse emocional" nas crianças.
Chew, em sua primeira aparição perante o Congresso, disse que, embora a "grande maioria" dos usuários da plataforma de vídeos curtos tenha mais de 18 anos, a empresa investiu em medidas para proteger os jovens que usam o aplicativo.
A audiência ocorre em um momento crucial para o TikTok, já que o governo Biden está enfrentando uma pressão crescente dos parlamentares para proibir o aplicativo no país por questões de segurança nacional. O TikTok é propriedade da ByteDance, uma empresa chinesa de tecnologia.
Os deputados questionaram Chew sobre se os dados de usuários norte-americanos podem ser acessados pelo governo chinês e também sobre o que a empresa faz para impedir que conteúdo prejudicial chegue a usuários jovens.
O deputado republicano Bob Latta falou durante a audiência sobre um caso de uma menina de 10 anos que se sufocou fazendo o chamado "desafio do apagão" a partir de vídeos postados no aplicativo. Latta disse que o TikTok não deve ser protegido pela Seção 230 da Lei de Decência das Comunicações de 1996, uma lei que geralmente dá imunidade às plataformas online para o conteúdo gerado pelos usuários.
Chew disse que conteúdos como desafios perigosos foram proibidos no TikTok.
A plataforma lançou mais ferramentas de controle parental recentemente e, no início deste mês, disse que estava nos estágios iniciais de desenvolvimento de um recurso que permitirá aos pais impedir que seus filhos adolescentes assistam vídeos que contenham certas palavras ou hashtags.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS BC IV
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