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Jack Ma, fundador do Aibaba, retorna à China após mais de um ano

Jack Ma, fundador do Alibaba, visita a escola Yungu, que ele fundou em Hangzhou; aparição pública é a primeira na China após mais de um ano morando no Japão. - Divulgação/Hangzhou Yungu School
Jack Ma, fundador do Alibaba, visita a escola Yungu, que ele fundou em Hangzhou; aparição pública é a primeira na China após mais de um ano morando no Japão. Imagem: Divulgação/Hangzhou Yungu School

Julie Zhu, Kane Wu e Kevin Huang

27/03/2023 12h02

O fundador do Alibaba, Jack Ma, voltou à China, encerrando uma estadia no exterior de mais de um ano. Durante o retiro, a indústria avaliou que ele estava refletindo sobre seus negócios. Além disso, segundo fontes, o afastamento acabou estimulando o novo primeiro-ministro do país a entrar em contato.

O retorno do empresário mais conhecido da China pode ajudar a acalmar as preocupações do setor privado após dois anos de repressão regulatória por Pequim.

O ressurgimento de Ma em público oferece apoio ao tom mais brando do governo em relação ao setor privado, enquanto os líderes chineses tentam fortalecer uma economia atingida por três anos de duras medidas de isolamento social contra a pandemia.

As conversas online sobre o retorno de Ma começaram a surgir nas redes sociais chinesas na manhã desta segunda-feira (27), antes de serem confirmadas por uma escola que ele visitou e pelo jornal "South China Morning Post", de propriedade do Alibaba.

Durante sua visita, Ma, um ex-professor de inglês, discutiu tópicos como o chatbot com inteligência artificial ChatGPT e também disse que espera voltar a lecionar um dia, informou a Yungu School em sua conta oficial no WeChat.

A escola foi criada por Ma e outros fundadores do Alibaba em Hangzhou, cidade natal da gigante do comércio eletrônico, em 2017.

O empresário voltou à China na semana passada, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

A Reuters não conseguiu estabelecer quanto tempo ele planeja ficar na China desta vez.

O novo primeiro-ministro da China, Li Qiang, um aliado próximo do presidente Xi Jinping, reconheceu que o retorno de Ma ao país poderá ajudar a aumentar a confiança nos negócios. Desde o final do ano passado, o governo chinês pedia a Ma que voltasse ao país, disseram cinco fontes com conhecimento do assunto à Reuters.

Alguns desses esforços envolveram pedir a pessoas próximas a Ma, como seus sócios comerciais, que persuadissem o fundador do Alibaba pessoalmente enquanto ele morava no Japão, disseram duas das fontes.

O Alibaba e o Conselho de Estado da China, ou gabinete, não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

A ida de Ma ao exterior passou a simbolizar uma reversão da sorte do setor privado da China, depois que seu império e a indústria de tecnologia foram alvos da repressão regulatória de Pequim.

O retorno do empresário "impulsiona a confiança da indústria da internet", disse Zhang Zihua, diretor de investimentos da Beijing Yunyi Asset Management.

"Porque isso significa que a nova liderança da China tem de fato reexaminado a posição e a importância das empresas de plataforma no desenvolvimento econômico do país."

As ações do Alibaba saltaram mais de 4% após a notícia do retorno de Ma, antes de perderem parte dos ganhos.