Nokia vai demitir até 14 mil funcionários por redução de demanda nos EUA
Por Supantha Mukherjee e Anne Kauranen
ESTOCOLMO/HELSINQUE (Reuters) - A Nokia anunciou nesta quinta-feira que cortará até 14 mil trabalhadores para reduzir custos, e alertou que não espera uma recuperação do mercado após a queda de 20% nas vendas do terceiro trimestre devido à demanda mais fraca por equipamentos 5G.
A desaceleração nos Estados Unidos, um dos mercados mais lucrativos para a Nokia e a Ericsson, forçou as fabricantes de equipamentos de telecomunicações a buscarem crescimento em outras regiões, como a Índia, mas agora espera-se que a Índia também se diminua o ritmo após um 2022 estelar.
"A situação do mercado é realmente desafiadora e é testemunhada pelo fato de que em nosso mercado mais importante, que é o mercado norte-americano, nossas vendas líquidas caíram 40% no terceiro trimestre", disse o presidente-executivo, Pekka Lundmark, à Reuters.
A Nokia tem como meta economizar entre 800 milhões e 1,2 bilhão de euros até 2026.
A empresa espera reduzir sua base de funcionários de 86 mil para 72 mil, ou cerca de até 16% de sua força de trabalho.
Lundmark se recusou a dar mais detalhes, dizendo que a empresa deve consultar primeiro os representantes dos funcionários.
A Nokia espera economizar pelo menos 400 milhões de euros em 2024, e mais 300 milhões em 2025.
A Ericsson, que também demitiu milhares de funcionários este ano, disse na terça-feira que a incerteza que afeta seus negócios persistirá até 2024.
A Nokia, que fez eco aos comentários da Ericsson sobre a incerteza, no entanto, disse que espera uma melhora sazonal em seus negócios de rede no quarto trimestre.
A empresa não reduziu suas perspectivas para o ano inteiro.
"Continuamos acreditando no mercado no médio a longo prazos, mas não vamos ficar sentados, esperando e rezando para que o mercado se recupere tão cedo", disse Lundmark. "Simplesmente não sabemos quando ele se recuperará."
O 5G foi anunciado como uma tecnologia que daria início à era da automação e dos carros sem motorista, mas as empresas têm demorado a adotar a nova tecnologia.
Com o crescimento lento, as operadoras de telecomunicações têm enfrentado dificuldades com seus orçamentos de investimento e embarcaram em seus próprios cortes de custos. No início deste ano, a BT Group anunciou planos para cortar 55 mil empregados, enquanto a Vodafone planeja cortar 11.000.
"Esse deveria ser um setor voando alto, impulsionado pela demanda incessante por seus serviços... em vez disso, inúmeras perguntas continuam a ser feitas sobre a relevância e o futuro de longo prazo das operadoras", disse Kester Mann, analista da CCS Insight.
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