Fintech QI Tech capta R$1 bi em rodada liderada pela General Atlantic e mira IPO
SÃO PAULO (Reuters) - A QI Tech, especializada na prestação de serviços financeiros para empresas, recebeu um aporte de 1 bilhão de reais em rodada série B liderada pela firma de private equity General Atlantic, para financiar eventuais aquisições enquanto prepara uma potencial abertura de capital, de acordo com o cofundador da companhia.
Uma das estratégias para alocação do investimento é "estar super atento a oportunidades de mercado, então parte dos recursos devem ser utilizados para financiar aquisições ... e se preparar para uma janela de IPO quando tiver", disse à Reuters Marcelo Bentivoglio, cofundador e diretor financeiro da QI Tech.
Um outro destino para o aporte será investir nas unidades de negócios já existentes, disse Bentivoglio, com mais contratações nas áreas comercial e de desenvolvimento de produtos, sem especificar a quantidade. "Vai ser algum número que vai permitir a gente dar esse próximo passo de crescimento", disse, referindo-se ao objetivo de fortalecer presença no Brasil.
Além da entrada da General Atlantic, a atual acionista Across Capital Partners também participou da rodada.
A última captação da companhia foi em 2022, em aporte de 60 milhões de reais pela Across. Em 2021, a fintech já havia levantado 270 milhões de reais em uma rodada de investimentos liderada pelo Fundo Soberano de Cingapura (GIC), que segue como investidor e sócio da fintech, e no mesmo ano adquiriu a startup de cibersegurança Zaig.
Fundada em 2018, com sede em São Paulo, a QI Tech atua em quatro avenidas: fornecimento de serviços bancários; oferta de infraestrutura de crédito para empresas; análise de dados para cadastro de clientes e serviço antifraude; e distribuição de títulos e valores mobiliários.
"Estamos olhando para o mercado, vendo quais seriam empresas estratégicas para a gente. Eventualmente um concorrente de alguma unidade de negócio, uma companhia que tenha presença em outros produtos para aumentarmos nossa base de produtos", disse o executivo.
Sobre a possibilidade de abrir capital no Brasil ou no exterior, Bentivoglio disse não ter preferência. "A gente poderia fazer tanto no Brasil quanto fora, acho que vai depender um pouco da oportunidade, da janela."
A QI Tech foi a primeira Sociedade de Crédito Direto -- fintechs que usam capital próprio para empréstimos -- aprovada pelo Banco Central, em 2018. Atualmente, a empresa possui 120 funcionários e cerca de 300 clientes, entre eles a Vivo, da Telefônica Brasil, e a Shopee.
Bentivoglio disse que a empresa realiza cerca de 2,4 milhões de operações de crédito mensalmente, com ticket médio de 260 reais, o equivalente a quase 700 milhões de reais ao mês.
Ele não divulgou os números anuais de faturamento da companhia, mas afirmou que giram em torno de centenas de milhões de reais. "A gente é lucrativo desde o começo", acrescentou.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)
Deixe seu comentário