CEO da Alphabet, em julgamento sobre Google Play, reconhece que alguns materiais não foram retidos

SÃO FRANCISCO (Reuters) - O presidente-executivo da Alphabet, Sundar Pichai, reconheceu em tribunal federal nesta terça-feira que às vezes marcava documentos como "privilegiados" e nunca desativava a configuração que fazia com que as conversas internas fossem excluídas automaticamente após um dia.

Pichai estava no tribunal em São Francisco para defender o Google, da Alphabet, de um processo movido pela Epic Games que alega que as políticas da loja de aplicativos do Google, a Play Store, constituem um monopólio ilegal e têm causado preços artificialmente altos para os consumidores.

Os advogados da Epic Games, fabricante do popular jogo "Fortnite", pareciam estar tentando estabelecer que Pichai e o Google estavam ocultando comunicações sensíveis que poderiam ser usadas contra eles em um possível julgamento.

Foi mostrado aos jurados um documento interno do Google lembrando aos funcionários que "tudo o que escreverem pode ser objeto de análise no âmbito de uma ação judicial", bem como um histórico de bate-papo de Pichai, em que ele solicitava que o histórico fosse desativado, o que significa que as mensagens seriam apagadas.

"Eu apoiei todas as recomendações de nossa equipe jurídica e de compliance", disse Pichai. Ele basicamente se limitou a respostas de uma palavra, mas ocasionalmente foi advertido pelo advogado da Epic Games por se desviar de respostas simples.

Pichai, em questionamento por advogado do Google, negou ter tentado esconder qualquer documento de um processo judicial. Ele afirmou que usava o termo "privilegiado" em documentos para indicar "confidencial", não necessariamente sujeito ao privilégio advogado-cliente.

No entanto, ele admitiu mais tarde, em resposta às perguntas do juiz, que desde 2008 o Google deixou em grande parte aos funcionários a decisão de determinar se suas conversas poderiam ser relevantes para litígios. Ele disse que essa política foi revisada recentemente.

A Epic Games alega em seu processo que as políticas da loja de aplicativos constituem um monopólio ilegal e causaram preços artificialmente altos para os consumidores. A empresa deseja que seja mais fácil para os usuários do Google Play acessarem lojas de aplicativos de terceiros e processadores de pagamento adicionais para compras dentro dos aplicativos.

Por sua vez, o Google argumentou que mudar seus sistemas tornaria sua loja de aplicativos menos segura e prejudicaria sua capacidade de competir com a Apple. O processo semelhante da Epic contra a Apple resultou em uma decisão em grande parte favorável à Apple -- ambas as empresas recorreram à Suprema Corte dos EUA.

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(Reportagem de Greg Bensinger em São Francisco)

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