CEO do X diz a funcionários que dados mostrarão esforços para combater o ódio
Por Sheila Dang
(Reuters) - A presidente-executiva da empresa de mídia social X, Linda Yaccarino, disse aos funcionários que “os dados contarão a verdadeira história” sobre os esforços da empresa para combater o antissemitismo, de acordo com uma nota aos funcionários, em meio à crescente indignação sobre o assunto.
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O X, antigo Twitter, perdeu vários anunciantes importantes, incluindo IBM e Comcast, e o proprietário Elon Musk foi criticado pela Casa Branca depois de concordar com uma publicação na plataforma na quarta-feira.
O post afirmava falsamente que o povo judeu estava alimentando o ódio contra os brancos. Na quinta-feira, o grupo de vigilância da mídia Media Matters disse ter descoberto que anúncios de grandes marcas apareceram ao lado de posts que elogiavam o nazismo.
"Embora alguns anunciantes possam ter interrompido temporariamente os investimentos por causa de um artigo enganoso e manipulado, os dados contarão a verdadeira história", disse Yaccarino na nota de domingo à noite aos funcionários vista pela Reuters, acrescentando que a plataforma foi clara sobre seus esforços para combater antissemitismo e discriminação.
No fim de semana, Musk postou no X que sua empresa abrirá um processo “termonuclear” contra a Media Matters pelo que ele disse ser um “ataque fraudulento” à plataforma. Um representante do X confirmou que a empresa iria processar a organização sem fins lucrativos.
Em resposta nesta segunda-feira, o presidente da Media Matters, Angelo Carusone, disse: "Longe de ser o defensor da liberdade de expressão que afirma ser, Musk é um valentão que ameaça ações judiciais sem mérito na tentativa de silenciar reportagens que ele até confirmou serem precisas. Musk admitiu que os anúncios em questão foram veiculados junto com o conteúdo pró-nazista que identificamos."
A controvérsia surge no meio de um aumento do antissemitismo em muitos países, incluindo os Estados Unidos, desde o ataque de 7 de outubro do Hamas ao sul de Israel e o subsequente bombardeio e invasão da Faixa de Gaza pelos militares israelenses.
Depois de comprar o Twitter em outubro de 2022 por 44 bilhões de dólares, Musk demitiu milhares de funcionários, incluindo muitos que trabalhavam para moderar o conteúdo da plataforma.