Fundos de pensão nórdicos vão cobrar da Tesla respeito à negociação coletiva com trabalhadores
Por Jacob Gronholt-Pedersen
COPENHAGUE (Reuters) - A montadora norte-americana Tesla terá de respeitar a negociação coletiva de seus funcionários na região nórdica, segundo uma carta conjunta de um grupo de fundos de pensão, cujos termos foram divulgados nesta segunda-feira.
A Tesla está enfrentando uma reação negativa de sindicatos e de alguns fundos de pensão da região devido à sua recusa em aceitar uma demanda de mecânicos suecos por direitos de negociação coletiva que abrangem salários e outras condições.
"A atitude da Tesla contra o direito de negociação coletiva é profundamente preocupante", segundo a carta à montadora, fornecida pelo maior fundo de pensão da Noruega, o KLP.
O modelo de mercado de trabalho da região nórdica combina alta mobilidade de emprego com segurança de renda para os desempregados por meio de uma longa tradição de diálogo entre associações de empregadores e sindicatos.
"(Esse modelo) tem permitido que os nórdicos sejam uma das regiões mais prósperas e harmoniosas do mundo", diz o texto.
A Tesla tem conseguido evitar acordos coletivos de trabalho com seus cerca de 127.000 funcionários, e o presidente-executivo da montadora, Elon Musk, tem se manifestado contra os sindicatos.
Uma disputa trabalhista entre a Tesla e um sindicato sueco tem provocado greves de solidariedade em toda a região e fez com que alguns fundos de pensão vendessem suas ações da empresa norte-americana.
A Tesla afirma que seus funcionários suecos têm condições tão boas ou melhores do que as exigidas pelo sindicato.
"Como investidores da Tesla, reconhecemos a grande contribuição da empresa para a eletrificação do setor de transportes, mas ao mesmo tempo pedimos à administração que busque uma solução para o conflito", disse Rasmus Bessing, diretor de investimentos responsáveis da PFA, o maior fundo de pensão não estatal da Dinamarca, à Reuters.
O fundo soberano da Noruega, o sétimo maior acionista da Tesla com uma participação de 6,8 bilhões de dólares, disse na semana passada que continuará pressionando a empresa a respeitar os direitos trabalhistas, como a negociação coletiva.
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