Hackers invadem provedor de Moscou em resposta a ataque cibernético contra Kyivstar, diz fonte

Por James Pearson e Tom Balmforth

LONDRES (Reuters) - Hackers ligados à principal agência de espionagem da Ucrânia invadiram os sistemas de computadores de um provedor de internet com sede em Moscou em retaliação a um ataque cibernético russo contra a gigante ucraniana de telecomunicações Kyivstar, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto da operação nesta terça-feira.

O grupo de hackers, apelidado de "Blackjack", foi anteriormente vinculado ao Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU). Os hackers excluíram 20 terrabytes de dados da M9 Telecom, um pequeno provedor russo de internet e TV, deixando alguns moradores de Moscou sem internet, afirmou a fonte.

A invasão digital foi um preparativo para um ataque cibernético maior que seria "uma grande vingança para a Kyivstar", disse a fonte, citando os hackers, sem confirmar quando o ataque ocorreu.

A M9 Telecom não respondeu a um pedido de comentário enviado por email. O site da empresa ainda estava online na terça-feira, apesar das alegações do grupo de hackers de que havia sido destruído.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente até que ponto a invasão foi bem-sucedida. Contatado por telefone, o presidente-executivo da M9 Telecom, Andrey Pavolvsky, não quis comentar.

A Kyivstar, maior operadora de rede móvel da Ucrânia, foi colocada off-line por espiões russos no mês passado, no que parecia ser o maior ataque cibernético desde que Moscou lançou sua guerra contra o país em fevereiro de 2022.

Os hackers russos estavam dentro dos sistemas da Kyivstar por meses antes do ataque, disse o chefe de espionagem cibernética da Ucrânia, Illia Vitiuk, à Reuters na semana passada. O ataque causou um dano “desastroso” na empresa, acrescentou ele.

(Por James Pearson e Tom Balmforth; reportagem adicional de Gleb Stolyarov em Tbilisi)

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