Espanha proíbe Worldcoin temporariamente
MADRI (Reuters) - A Espanha proibiu a Worldcoin, de Sam Altman, por até três meses em meio ao que considera como riscos de privacidade do empreendimento que escaneia íris de usuários em troca de uma identificação digital e criptomoeda gratuita.
O órgão regulador de proteção de dados da Espanha, AEPD, disse nesta quarta-feira que exigiu que a Worldcoin interrompesse imediatamente a coleta de informações pessoais e parasse de usar os dados já coletados.
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A medida da AEPD veio depois de várias reclamações sobre informações insuficientes, coleta de dados de menores e retirada de consentimentos, disse a agência.
A Worldcoin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a medida da Espanha. A empresa já havia dito anteriormente que os dados biométricos são excluídos ou armazenados de forma criptografada e que está "comprometida" em trabalhar com os órgãos reguladores.
O órgão regulador espanhol disse que o processamento de dados biométricos, que tem proteção especial de acordo com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês) da União Europeia, "implica altos riscos para os direitos das pessoas, levando em conta sua natureza sensível".
Em um comunicado, o órgão regulador afirmou que medidas urgentes proibindo temporariamente as atividades da Worldcoin eram justificadas "para evitar danos potencialmente irreparáveis", acrescentando que não agir privaria as pessoas da proteção a que têm direito.
A autoridade de dados do país vizinho, Portugal, disse que estava em contato com sua contraparte no Estado alemão da Baviera enquanto analisa se o processamento de dados da Worldcoin está em conformidade com o GDPR e disse que está falando com as empresas envolvidas no projeto.
Mais de 4 milhões de pessoas em 120 países se inscreveram para ter suas íris escaneadas pelos dispositivos "orb" da Worldcoin, de acordo com seu site. Mas o projeto atraiu críticas de ativistas da privacidade, da Argentina à Alemanha, sobre a coleta, o armazenamento e o uso de dados pessoais.
Altman diz que a ID fornecida pela empresa permitirá que os usuários, entre outras coisas, provem online que são humanos, especialmente em um mundo futuro dominado pela inteligência artificial.
A Worldcoin é apoiada por alguns dos mais proeminentes nomes do capital de risco, incluindo a16z crypto e Bain Capital Crypto.
(Por Jaspreet Singh e Niket Nishant em Bengaluru, David Latona em Madri e Patricia Rua em Lisboa)