TIM deve ter mais "margem de manobra" com desalavancagem da Telecom Italia, diz presidente
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da TIM Brasil, Alberto Griselli, afirmou nesta quinta-feira que o acordo de venda da rede física da Telecom Itália, controladora a operadora, pode dar um fôlego adicional para investimentos da empresa no Brasil.
Relacionadas
A TIM é o principal negócio da Telecom Itália e representa cerca de 35 por cento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do grupo italiano.
"O Brasil é a prioridade do grupo; joia da coroa", disse Griselli à Reuters durante um evento internacional no Rio de Janeiro sobre inovação e tecnologia. "Somos mais de um terço (do Ebitda) e isso vai aumentar", acrescentou.
A empresa de investimentos norte-americana KKR obteve no final de maio aprovação incondicional da União Europeia para compra da rede de telefonia fixa da Telecom Italia em um negócio de 22 bilhões de euros.
"Com a operação com a KKR, com certeza esses 35% (da TIM no Ebitda da Telecom Italia) vão virar mais na nova configuração da empresa", disse Griselli.
A TIM investe em média 4,5 bilhões de reais no Brasil por ano e, com eventual menor exigência da controladora, a TIM poderá ter mais espaço para investir.
"A venda lá fora da rede faz nosso controlador se desalavancar; na medida que eles se desalavancam nós temos mais flexibilidade na estrutura de capital aqui e, assim, mais margem de manobra", disse Griselli.
A TIM está com cobertura 5G em 322 cidades brasileiras, disse o executivo, sem mencionar estimativa sobre quando a cobertura com a tecnologia poderá estar disponível em todo o Brasil.