Você fica no celular sonhando com compras? Três maneiras de evitar gastar demais
Por Chris Taylor
NOVA YORK (Reuters) - Beth Martin é uma designer de Charleston, na Carolina do Sul, mas, na sua cabeça, está no sul da França fazendo um tour em uma mansão dos anos 1700.
O site imobiliário Zillow é onde Martin tende a fazer um intervalo, procrastinar e imaginar o que compraria se dinheiro não fosse uma questão.
“Eu não vou realmente comprar isso, seja uma casa de 11 milhões de dólares ou uma bolsa vintage Hermes de 30.000”, diz Martin, de 40 anos, dando risada. “Mas eu olho para elas. É como eu sonho acordada”.
Martin não está sozinha. Há inclusive um termo para o hobby dela: “Dreamscrolling”, ou “sonhar rolando a tela”, segundo a empresa de serviços financeiros Empower.
O novo estudo da Empower descobriu que os norte-americanos passam 2,5 horas por dia, ou 873 horas por ano, olhando as vitrines dos tempos modernos e encarando o que sonham em comprar.
“É uma saída para tudo que estão sonhando -- imaginando a aposentadoria ideal, olhando para casas, escolhendo destinos de férias”, diz Rebecca Rickert, chefe de comunicações da Empower.
É o oposto de “doomscrolling” ("rolagem do negativo"), o termo popularizado pela jornalista canadense Karen K. Ho no auge da pandemia de Covid-19 em meio a tantas notícias ruins.
Ho -- agora uma jornalista sênior no site ARTNews -- ficou conhecida como a “senhora que lembra do doomscrolling”, dizendo para as pessoas saírem de seus celulares de vez em quando. Ho sugere que também devemos ter cuidado com o “dreamscrolling”.
Por mais que distraia e divirta, não podemos passar o dia inteiro sonhando com Bali ou com reformas de banheiros de luxo, diz.
“Vale a pena lembrar que a vida real é mais bagunçada do que o que quer que as pessoas estão vendo no celular”, diz. “Proprietários lidando com taxas de juros ou projetos de reformas que não deram certo; influenciadores de viagem sofrendo com a solidão, burnout e logísticas constantes; influenciadores de fitness com dismorfia corporal e dietas restritivas e intermináveis”.
Desde que você não exagere, o estudo da Empower descobriu que o "dreamscrolling" pode ser positivo -- definir o que você quer da vida e planejar ações. Na realidade, 71% das pessoas que responderam disseram que o dreamscrolling as motivou a atingir seus objetivos financeiros, diz Rickert.
Esta são três maneiras para esses sonhadores evitarem gastar demais:
ESTABELEÇA LIMITES
Se você está navegando por casas ou destinos de férias para aliviar o estresse após um dia duro no trabalho, tudo bem. Mas você pode querer reduzir o seu tempo online se esses breves intervalos estão se transformando em várias horas todos os dias, prejudicando sua produtividade. Membros da Gen Z fazem mais isso, passando mais de três horas por dia fazendo "dreamscrolling".
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Digamos que o "dreamscrolling" o leve a realmente querer fazer uma compra específica ou adquirir alguma experiência. Tomar medidas para chegar lá é quando a coisa fica séria.
“A parte mais recompensadora é usar um sonho como inspiração para um plano de verdade para fazer alguma coisa”, diz Ho. “Descubra quanto dinheiro e energia são necessários e passe pelo processo de economizar e fazer o trabalho envolvido”, afirma Ho, que usou esses parâmetros para planejar uma viagem à França com a sua mãe em setembro.
SEGURE O ÍMPETO
Arquive as compras dos seus sonhos para o futuro colocando um item em um carrinho online ou mantendo a aba aberta.
Não se empolgue e clique imediatamente em “comprar” porque o custo de todas as compras por impulso chega a incríveis 86.593,40 dólares em média, segundo o estudo da Empower.
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