Google tem monopólio ilegal sobre buscas, decide juiz dos EUA

Por David Shepardson e Mike Scarcella

WASHINGTON (Reuters) - O Google, da Alphabet, infringiu a lei com um monopólio ilegal sobre a pesquisa online, decidiu um juiz federal nesta segunda-feira, na primeira grande vitória das autoridades antitruste dos EUA, que entraram com vários processos judiciais questionando o domínio de mercado das Big Techs.

A decisão abre caminho para um segundo julgamento para determinar possíveis correções, incluindo um possível desmembramento da Alphabet, o que mudaria o cenário do mundo da publicidade online que o Google domina há anos.

É também um sinal verde para que os agentes antitruste dos EUA processem as Big Techs, que recebem críticas de todo o espectro político.

"O tribunal chegou à seguinte conclusão: o Google é um monopolista e tem agido como tal para manter seu monopólio", escreveu o juiz distrital Amit Mehta. O gigante dos mecanismos de busca controla cerca de 90% do mercado de busca online e 95% dos smartphones.

A fase de "remédio" pode ser longa, seguida de possíveis recursos no Circuito de Washington D.C. e na Suprema Corte dos EUA. A disputa jurídica pode se estender até o próximo ano ou mesmo até 2026.

As ações da Alphabet, controladora do Google, caíram 4,3% nesta segunda-feira, como parte de um amplo declínio dos papeis de tecnologia. A publicidade do Google representou 77% das vendas totais da Alphabet em 2023.

A Alphabet disse que planeja recorrer da decisão do juiz Mehta. "Essa decisão reconhece que o Google oferece o melhor mecanismo de busca, mas conclui que não deveríamos ter permissão para torná-lo facilmente disponível", disse o Google em comunicado.

O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, chamou a decisão de "uma vitória histórica para o povo norte-americano", acrescentando que "nenhuma empresa -- não importa quão grande ou influente -- está acima da lei".

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(Reportagem de David Shepardson, Mike Scarcella e Chris Sanders em Washington; reportagem adicional de Arsheeya Singh Bajwa)

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