Universidades britânicas se juntam a êxodo do X alegando desinformação na plataforma
Por Andy Bruce
(Reuters) - Universidades e outras unidades de ensino superior se juntaram a um êxodo entre as instituições britânicas da rede social X, de Elon Musk, citando o papel da plataforma na disseminação de desinformação que alimentou distúrbios raciais no ano passado.
Uma pesquisa da Reuters na terça-feira mostrou que várias universidades têm reduzido o uso do X ou abandonado completamente a plataforma, seguindo o exemplo de diversos acadêmicos que deixaram a rede social.
O papel do X, antigo Twitter, esteve em destaque no Reino Unido no ano passado, durante protestos violentos.
Desde então Musk -- um conselheiro próximo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump -- pediu a prisão do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e a libertação do ativista antimuçulmano Stephen Yaxley-Lennon, conhecido como Tommy Robinson, cofundador da Liga de Defesa Inglesa de extrema-direita.
A Reuters analisou contas de mais de 150 universidades, suas faculdades e conservatórios de arte, e entrou em contato com aquelas que haviam feito poucas ou nenhuma publicação nos últimos meses. Elas citaram preocupações com a desinformação, o conteúdo que promove a violência e o declínio no engajamento.
"A London Business School revisa continuamente seus canais de comunicação e decide quais utilizar com base nos níveis de engajamento efetivo do público", disse a LBS, uma das escolas de negócios mais bem conceituadas do mundo, à Reuters. A última publicação aos seus 182.000 seguidores no X foi em setembro.
A Reuters foi a primeira a noticiar, em outubro, que várias forças policiais britânicas haviam deixado o X ou diminuído o seu uso. A pesquisa sobre universidades aponta para uma saída mais ampla entre instituições públicas, embora muitas universidades ainda publiquem regularmente na plataforma.
Pelo menos sete das 31 faculdades da Universidade de Cambridge pararam de publicar no X.
"Sabemos que essa plataforma está se tornando cada vez mais tóxica, portanto, continuaremos a avaliar nossa presença no X e a monitorar alternativas emergentes", disse o Homerton College, a maior faculdade da universidade em número de alunos.
A Universidade de Cambridge disse à Reuters que continua usando o X, juntamente com outros canais.
Em Oxford, o Merton College -- faculdade com a melhor classificação acadêmica da universidade -- excluiu sua conta no X. A divisão não respondeu a um pedido de comentário.
Outra faculdade de Oxford, Harris Manchester, fez sua última publicação em 15 de novembro e pediu aos seguidores que a encontrassem em outras plataformas.
A Universidade de East Anglia disse que o engajamento do público no X caiu 80%.
O X não respondeu a um pedido de comentário.
Alguns dos principais conservatórios de artes britânicos também se afastaram.
O Royal Northern College of Music disse que estava "conscientemente canalizando sua energia para outro lugar", enquanto o Trinity Lab, conservatório de artes cênicas de Londres, excluiu sua conta no X.
A Royal Central School of Speech and Drama não publica na plataforma desde agosto.
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