"Cyberpunk 2077" tinha tudo para ser um dos games mais emblemáticos dessa geração. O estúdio polonês CD Projekt Red desenvolveu o jogo por oito anos, mas as expectativas foram tão altas quanto a decepção com o lançamento. O game estreou no começo do mês recheado de falhas, bugs e problemas de desempenho. Resultado: foi banido da loja digital do PlayStation após uma onda de pedidos de reembolso e gerou prejuízo de mais de US$ 1 bilhão para os desenvolvedores.
Inspirado no subgênero cyberpunk, que nasceu na literatura de ficção científica na década de 1980, o game imagina um futuro em que a alta tecnologia sem limites éticos potencializou os problemas da sociedade. "A ideia é de imaginar um futuro não tão distante com esse olhar niilista e anticapitalista do movimento punk, entremeada pelas tecnologias cibernéticas que começavam a se desenvolver na época", explica Lidia Zuin, pesquisadora em futurologia e colunista do Tab.
Na prática, o cyberpunk é mais que uma estética descolada para games e filmes com muito neon. É uma visão distópica de um futuro de alta tecnologia aliada à baixa qualidade de vida ("high tech, low life"). Mas o que há de realista na visão de futuro do jogo e quão longe (ou próximo) estamos do mundo distópico de "Cyberpunk 2077"? Descubra nesta reportagem.