PRA DORMIR GOSTOSO

Como os colchões conseguem ser macios e firmes ao mesmo tempo? A tecnologia explica

Rodrigo Lara

Eles são companheiros de todas as noites, mas só costumam ser mais lembrados quando dão problema. Você acorda com um torcicolo, dor na lombar e já sabe: está na hora de trocar o colchão!

Embora ele nos acompanhe por quase um terço da nossas vidas, nem todo mundo sabe exatamente como ele funciona. Não basta "ser macio", né? Se fosse assim, bastava dormir em cima de almofadas ou travesseiros. (Quem já dormiu em um sofá sabe que não é a mesma coisa.)

Para deixar tudo ainda mais confuso, há diferentes tipos de "recheio" para colchões. Qual é o mais indicado para você?

Como funciona?

Um colchão atende basicamente a duas funções principais: ser confortável e, ao mesmo tempo, oferecer um suporte ortopédico, mantendo nosso corpo na posição adequada. Seja lá em qual posição você dorme, ele não pode ser nem muito duro, nem muito molenga.

A solução para esse dilema é uma estrutura de construção que parece um "sanduíche", com várias camadas.

A quantidade e o material dessas camadas depende do nível de luxo de cada modelo, mas, no geral, colchões se dividem em dois grupos principais: os totalmente de espuma e os de mola.

A principal diferença, aqui, está na camada de suporte, que é mais "central". Ela pode ser apenas de espuma de alta densidade ou uma combinação de molas e espuma.

E, para os que usam molas, há mais uma subdivisão: elas podem ser do tipo bonnel, que ficam interligadas entre si, ou ensacadas, onde cada uma pode comprimir ou expandir individualmente.

Acima dessa faixa suporte, vem outras dedicadas ao conforto tátil e/ou térmico. Para isso, cada fabricante tem sua "receita", com materiais de diferentes densidades e características. Algumas marcas usam até crina de cavalo!

Abaixo do suporte vem outros materiais menos nobres, como isopor e (mais) espumas, para criar uma base resistente.

Essas camadas são fixadas com cola, geralmente à base de água, e depois prensadas para fixar tudo uniformemente. Assim, nada sai do lugar.

Dúvidas comuns

  • É preciso virar o colchão de tempos em tempos?

    Não. Colchões desse tipo tem só um lado certo de uso: a parte de cima. A base sempre fica embaixo (e seria até desconfortável dormir nela). O que você precisa fazer regularmente é girá-lo, porque isso impede que ele fique deformado só de um lado. Cada fabricante tem uma recomendação, indicada no rótulo, caixa ou manual - vale a pena segui-la.

  • Quanto tempo dura um colchão?

    Varia de acordo com o tipo de material empregado. Fique de olho: passado esse período, a tendência é que os materiais percam suas características, afetando o conforto e a sustentação do corpo. Novamente, o ideal é seguir a recomendação dos fabricantes - alguns oferecem dez ou mais anos de garantia. Mas preste atenção também no aspecto físico do produto e no seu próprio corpo. Está sentindo dores que não sentia antes?

  • Ele tem limite de peso?

    Sim. Isso geralmente é estabelecido na ficha técnica do produto. É comum encontrarmos colchões que suportam até 120 kg (ou 120 kg de cada lado, no modelo de casal). Ultrapassar esse limite sobrecarrega os materiais e encurta a vida útil do colchão.

  • Pode ser dobrado?

    Nunca, a não ser que a caixa ou ficha do produto dê permissão explícita. Essa proibição é ainda mais séria nos modelos de molas, já que esse movimento pode deslocá-las de lugar e causar "buracos" na camada de suporte. Quem deitar vai sentir uma superfície irregular e menos confortável. Mesmo colchões que são vendidos em caixas e enrolados não podem ser dobrados posteriormente. A explicação para isso é que, no ato de embalar, esses colchões são comprimidos por máquinas específicas, que evitam danos.

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