Muito antes de Noel Rosa compor "Coração (Samba Anatômico)", que fala da sincronia do coração do sambista com a batida do pandeiro, já sabíamos que nada fala mais sobre as experiências humanas do que as nossas emoções. Talvez poucos tenham traduzido tão bem essa relação da música com o "cofre da paixão" —Rosa, além de músico, estudava medicina e sabia das coisas, mas o mapa até o nosso coração mobiliza poetas e cientistas desde que o mundo é mundo.
Mais recentemente, adivinhar o que faz nosso coração bater mais forte virou uma espécie de Santo Graal para empresas e a publicidade. Entender essa frequência já não é missão apenas do cancioneiro popular, mas a peça-chave para sobreviver em um mundo conectado, focado na personalização das experiências e cada vez menos dependente das telas e dos nossos polegares e indicadores.
O futuro da tecnologia, quem diria, passa pelo coração. Não apenas num sentido figurado ou na forma de um emoji. Estamos falando de uma métrica ao mesmo tempo universal e individual, que abre possibilidades de ir cada vez mais fundo na forma como consumimos e nos relacionamos com produtos, serviços e informações.