Dentro de um local subterrâneo com design minimalista, a alguns metros de um prédio circular que ocupa monumentais 640 campos de futebol, um grupo executava um ritual curioso. Munidas de câmeras fotográficas e celulares, dezenas de pessoas se acotovelavam para captar fotos e vídeos de estranhos objetos ostentados em pedestais.
No alto deles, os aparelhos: cara de óculos de ski, visor espelhando tons de roxo, 5 mil tecnologias patenteadas embaixo do chassi, 12 câmeras, seis microfones, telas internas do tamanho de selos postais e uma promessa:
Da mesma maneira que o Mac nos introduziu a computação pessoal e o iPhone trouxe o computador móvel, o Vision Pro introduz a 'computação espacial' Tim Cook, CEO da Apple
A cena acima presenciada por Tilt dentro do Teatro Steve Jobs, na sede da Apple em Cupertino, no estado norte-americano da Califórnia, marca o anúncio dos novos óculos de realidade mista Vision Pro, a aposta mais ousada da empresa desde o iPhone. Isso porque:
- O novo produto faz parte de um segmento que está longe de decolar apesar da hype;
- Terá de disputar espaço com fortes concorrentes, como Microsoft e Meta;
- Será vendido por US$ 3.499, entre 12 e três vezes e meia o valor dos produtos rivais.
Ainda assim, a Apple costuma impulsionar e reinventar os mercados em que entra. Se você tem um smartphone no bolso e um relógio conectado no pulso, uma das responsáveis é ela.
O que está em jogo agora, porém, não é só a venda de um aparelho. Se a visão da Apple se concretizar, o que nós entendemos por realidade está prestes a mudar. Abaixo, contamos o por quê.