Galaxy S21 Ultra: celular gigante impressiona, mas carregador faz falta
Quando você encontra nas lojas um celular com o nome "Ultra" ou "Pro", já imagina que aquela é a versão mais potente, completa e cara possível daquele smartphone. Não é diferente com o Galaxy S21 Ultra, da Samsung. Gigante, espesso e pesado, você sente a extravagância dele em toda a experiência de uso. Suas várias câmeras chamam a atenção e sua ficha técnica traz números enormes. E o preço resume tudo: hoje ele custa a partir de R$ 9.499.
O S21 Ultra também chama a atenção por aquilo que ele não tem: carregador ou fones de ouvido inclusos na caixa, a nova moda entre as empresas de tecnologia. O pretexto é proteger o ambiente, mas por outro lado prejudica parte dos consumidores que não têm esses produtos em casa.
Apesar do preço alto e decisões polêmicas de produção, você quer saber se o Galaxy S21 Ultra vale a pena? Veja a seguir nossa análise completa do aparelho.
Galaxy S21 Ultra
Preço
R$ 9.499 R$ 8.199,90 (preço no dia 17/03/2021) ComprarPontos Positivos
- Melhor tela em um smartphone no Brasil: grande, brilhante, de altíssima resolução e alta taxa de atualização para animações mais suaves
- Desempenho rápido mesmo com chip inferior à versão estrangeira
- Câmeras versáteis e de qualidade
Pontos Negativos
- Grande e espesso, é quase impossível usar com uma mão só e uma carga pesada para o bolso
- Embora seja caro e superpoderoso, não vem com carregador na caixa ou entrada para fones de ouvido
Veredito
É difícil encontrar um smartphone Android mais completo que o Galaxy S21 Ultra. A tela e o desempenho são de última geração, a câmera é impecável e a bateria dá conta do recado. Mas o preço alto torna injustificável a ausência de um carregador na caixa ou mesmo uma entrada para fones de ouvido. Se preço, tamanho e as já citadas ausências não forem um problema para você, este aparelho não vai te deixar na mão.
O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link de compra recomendado neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.
O Galaxy S21 Ultra é um celular enorme, o que não é um elogio no meu caso. São 227 gramas que pesam no bolso e mal deixam espaço para chaves ou carteira, com seus 7,5 centímetros de largura e 16,5 centímetros de altura. Sem falar na espessura de quase 9 milímetros.
É impossível usar o S21 Ultra com uma mão só; nem tente. É tão grande que lembra os celulares da linha Galaxy Note, aqueles que vêm com uma canetinha. Não é a à toa que o S21 Ultra tem suporte à caneta, mas ela é vendida separadamente por algo entre R$ 200 e R$ 300 no varejo.
Na parte traseira são quatro câmeras, além do flash, que formam um padrão capaz de dar pesadelos a quem tem tripofobia. Felizmente não é o meu caso. O que me incomoda no módulo de câmeras é o design saltado, que faz o celular balançar quando é deixado sobre a mesa.
Mas, de modo geral, as laterais de alumínio, o vidro fosco na traseira e a maneira como o módulo de câmeras "escorre" pela moldura do smartphone dão ao S21 Ultra um visual elegante que condiz com a faixa de preço que ele ocupa.
Um celular tão grande tem, por consequência, uma tela enorme. A do S21 Ultra não é só grande, mas de altíssima qualidade. São 6,8 polegadas (17,2 centímetros medidos na diagonal de uma ponta a outra) com leves curvas nas laterais, que podem ocasionar toques acidentais e atrapalhar um pouco a usabilidade. Mas você se acostuma.
O painel Amoled garante brilho alto mesmo debaixo de um sol forte e alguma economia de energia se você usar um plano de fundo na cor preta. Ao contrário do LCD, o Amoled acende e apaga os pixels da tela individualmente, e por isso o tom de preto fica desligado, economizando bateria.
A resolução é alta: são até 4,6 milhões de pixels, numa densidade de 515 pixels por polegada. Vale lembrar que a área visível da tela ficou um pouquinho reduzida pelas bordas arredondadas e pelo furinho onde fica a câmera de selfies. De qualquer modo, as cores são vibrantes e a qualidade é notável.
Completa o pacote uma taxa de atualização variável que chega a 120 Hz. Quando a tela fica parada, a taxa de atualização cai para 10 Hz para economizar energia. Em tarefas pesadas, como acessar os vários posts de uma rede social ou em jogos, a taxa sobe para garantir mais suavidade e conforto ao olhar.
O processador de oito núcleos do Galaxy S21 Ultra é bem rápido, mas não chega a ser o mais avançado do mundo —a versão brasileira usa um chip desenhado pela Samsung que tem resultados um pouco mais baixos do que o modelo vendido nos Estados Unidos com processador da Qualcomm, por exemplo.
Mas o modelo de 16 GB de RAM que testamos não deixa a desejar em nada. Jogos pesados como "Free Fire" e "Asphalt" rodam sem engasgos e com os gráficos no máximo, assim como apps mais pesados de edição de imagem e vídeo. É provável que o S21 Ultra continue rápido por alguns anos.
Quantidade nem sempre significa qualidade, mas com quatro câmeras, o mínimo que se espera do Galaxy S21 Ultra são fotografias de alto nível. E mais uma vez aqui a Samsung entrega não só o que promete, mas uma experiência bem acima da média.
O conjunto de câmeras é formado por:
- Uma lente principal de 108 MP;
- Uma lente ultra-grande-angular que captura mais conteúdo numa só com 12 MP;
- Uma lente teleobjetiva de 10 MP com zoom óptico de 3x;
- Uma lente periscópio de 10 MP com zoom óptico de 10x.
A câmera principal é aquela que você vai usar mais vezes: é só apontar e atirar. A resolução de 108 MP só fica disponível se você habilitar a função nas configurações. Por padrão, a câmera principal gera fotos de 12 MP (mais fáceis de subir no Instagram), combinando vários pixels em um só para garantir imagens com menos ruído e mais detalhes. O resultado é excelente.
A lente ultra-angular, que geralmente é a pior do conjunto, recebeu uma bela atualização nessa geração. A qualidade das fotos agora é quase tão boa quanto as da câmera principal, principalmente nas cores. Mas ainda restam aquelas distorções nos cantos que, dependendo do tipo de foto que você quer fazer, podem até ser legais.
A lente teleobjetiva e a periscópio atuam juntas para operar o que a Samsung chama de "zoom espacial" de até 100x, misturando zoom ótico (de maior qualidade) com o artificial (a mesma foto, mas esticada). Nos níveis mais avançados de zoom, a estabilidade e a qualidade vão para o saco e você fica só brincando de telescópio —ou seja, não tem tanta utilidade assim.
O que dá para fazer com esse zoom todo é tirar fotos bacanas da Lua, algo que poucos smartphones conseguem. O resultado é tão impressionante que eu não desconfiaria se alguém me dissesse que é um truque de software e não uma imagem real do satélite natural da Terra. Mas, em noites de Lua cheia, vale a pena apontar o S21 Ultra para o céu.
A câmera frontal de 40 MP é também muito competente. A Samsung desligou o "embelezamento" automático que deixava a pele com um aspecto artificial e afinou o modo retrato para separar melhor o primeiro do segundo plano de uma foto, além de deixar o fundo desfocado. O resultado ainda é bem mais artificial que o de fotos tiradas com a câmera traseira ou com uma câmera profissional, mas dá para o gasto.
Galaxy S21 Ultra: veja fotos tiradas com o celular
O Galaxy S21 Ultra vem com uma bateria de 5.000 mAh que, no papel, parece grande, mas não o bastante para sobrar. A tela enorme, brilhante e rápida, as múltiplas câmeras e os componentes de ponta consomem muita energia, mas não o suficiente para te deixar na mão.
Respeitando o isolamento social na pandemia, só usando redes sociais, consegui manter o S21 Ultra como meu aparelho principal diariamente e a bateria durou quase 24 horas. Num dia de uso mais intenso, com jogos, muitas fotos, vídeos e apps de transporte, cheguei ao fim do dia com cerca de 20%.
Hoje é difícil encontrar um smartphone Android mais completo que o Galaxy S21 Ultra. A tela e o desempenho são de última geração, a câmera é impecável e a bateria dá conta do recado. Tudo isso sem o design espalhafatoso de um celular gamer.
Mas pelo preço de lançamento de R$ 9.499, podendo chegar a R$ 10.499 na versão com 512 GB de armazenamento, é muito difícil recomendar este celular. Por mais completo que seja, o S21 Ultra ainda é apenas mais um celular que será usado, na maior parte do tempo, para rolar o feed do Instagram e mandar mensagens no WhatsApp.
Se o que você quer é potência para usar a trabalho ou para jogar, por exemplo, o Galaxy S21 básico sai quase pela metade do preço —cerca de R$ 5.400— e tem o mesmo nível de desempenho. Se o que você quer é uma tela grande, o S21+ pode ser a solução, ou mesmo o Galaxy Note 20 lançado no ano passado e que já pode ser comprado por um preço mais baixo —cerca de R$ 4.000.
Já seu concorrente na Apple, o iPhone 12 Pro Max, também é caro: cerca de R$ 8.100 atualmente no varejo, pagando à vista com desconto. Mas na loja oficial, é ainda mais caro: R$ 10.999.
E não podemos esquecer que este celular enorme e superpoderoso não vem com o acessório mais básico: um carregador. Talvez não faça falta a você, mas um celular vendido por cerca de R$ 10 mil poderia, no mínimo, fazer a Samsung seguir a Xiaomi e oferecer o acessório de graça opcionalmente, mantendo também assim o discurso de proteção ao ambiente.
Mas se você por acaso encontrar o S21 Ultra numa promoção muito convidativa ou se a barreira do preço não for um problema —e, principalmente, se gostar de celulares grandes—, pode confiar que este é um smartphone que cumpre o que promete e não te deixa na mão.
Sistema Operacional
Android 11
Dimensões
75.6 x 165.1 x 8.9 milímetros
Resistência à água
Certificado IP68: resiste imersão de até 1,5 metro de água doce, por até 30 minutos
Cor
Preto e prata
Preço
A partir de R$ 8.549,10
Tipo
Dynamic AMOLED 2x
Tamanho
6,7 polegadas
Resolução
3200 x 1440 px
Câmera Frontal
40 MP
Câmera Traseira
108 MP + 12 MP + 10 MP + 10 MP
Processador
Exynos 2100 (5 nm)
Armazenamento
128GB ou 256GB ou 512GB
Memória
12GB RAM ou 16GB RAM
Bateria
5000 mAh
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