Galaxy S22+: o melhor Android tem câmeras poderosas, mas preço nas alturas
Guilherme Tagiaroli
De Tilt, em São Paulo
09/03/2022 04h00
No mundo dos celulares dá para conseguir fazer mais com menos? Foi a pergunta que mais me fiz ao mexer no Galaxy S22+, lançado no início de fevereiro. Por fora, ele é praticamente idêntico ao S21+, modelo do ano passado. Por dentro, há muita coisa "em menor quantidade" ou em comum ao mesmo tempo.
A tela do Galaxy S22+ é menor do que a do irmão, a bateria é de capacidade um pouco inferior. Por outro lado, memória RAM (que ajuda no desempenho) e armazenamento têm os mesmos números.
Olhando por fora o Galaxy S22+ é uma atualização incremental comparada com o lançamento do ano passado. No entanto, com ele em mãos, é possível notar o bom trabalho que a Samsung fez ao melhorar consideravelmente as câmeras do celular, contando com uma boa ajuda de inteligência artificial, e com seu processador mais potente.
Por ser o modelo topo de linha da marca, não custa lembrar que S22+ custa bem caro e o público dele é quem produz conteúdo de forma profissional— além do pessoal que curte ostentar celular. Ele tem, por exemplo, modos de filmagem interessantes para quem faz vídeos para o Instagram e fotos noturnas aprimoradas.
Galaxy S22+
Preço
R$ 6.999 (a prazo) na versão de 128 GB/8 GB de RAM5,0
4,0
5,0
5,0
5,0
5,0
5,0
4,0
3,0
5,0
4,0
3,0
Pontos Positivos
- Câmeras e modos de foto e vídeo de alta qualidade
- Tela de alta definição tem bom equilíbrio de brilho
- Processador garante ótimo desempenho
Pontos Negativos
- Dá uma leve aquecida na região da câmera em jogos mais pesados
- Esperava bateria mais potente
Veredito
Galaxy S22+ é o melhor top de linha Android sem canetinha do momento. É um celular bacana para quem quer produzir conteúdo graças ao bom conjunto de câmeras. Quem tiver paciência, poderá encontrar o telefone há um preço mais baixo daqui alguns meses.
O Galaxy S22+ mantém as linhas elegantes da linha S21. As bordas são arredondadas, e lateralmente ele não é tão grande, o que torna o celular bom de pegada.
As laterais do aparelho são de Armor Aluminum, a mesma liga metálica que equipa os celulares Galaxy Flip. Além de tornar o telefone mais leve, segundo a Samsung, confere maior resistência ao dispositivo (mais difícil ter arranhões) e dá ao telefone um visual mais premium.
Não custa lembrar que a Samsung também entrou na onda de vender celular sem o carregador na caixa— vem apenas o aparelho e um cabo USB-C.
A companhia, no entanto, envia um adaptador para quem comprar o telefone e solicitar via site oficial uma unidade — gratuitamente, a Samsung manda um de 25 W.
E é bom saber que o S22+ aguenta um mais potente, de 45 W, mas você deve comprar à parte (quanto maior a potência do adaptador, mais rápido é a recarga).
A tela do Galaxy S22+ é um pouco menor que o modelo do ano passado (6,6 polegadas x 6,7 polegadas), mas tem um brilho maior. A Samsung diz que o celular pode chegar a 1.750 nits (medida de luminescência) contra 1.500 nits do seu antecessor.
Números à parte, estamos falando aqui de um brilho forte o suficiente para você não passar perrengue em um dia ensolarado.
A empresa também incluiu o que eles chamam de "Intelligent Vision Booster", uma tecnologia que ajusta automaticamente a tela conforme a luz que incide sobre ela. Assim, mesmo em condições desfavoráveis (como sol forte), o telefone se adapta para mostrar da melhor forma possível o que está sendo exibido na tela.
A taxa de atualização é variável de até 120 Hz. Se você estiver jogando, ele vai para o último nível, dando uma maior sensação de imersão (os movimentos parecem mais reais numa tela mais rápida). Agora, se estiver só checando fotos da sua galeria de fotos, o telefone reduz para um nível menor (48 Hz) — o S22 Ultra chega até 1 Hz, o que traz uma economia de bateria ainda maior.
Sob a tela, há um competente sensor de biometria. Não costumo gostar desta solução, mas o sensor do Galaxy S22+ é bem rápido e funcionou bem, mesmo com o dedo levemente engordurado.
Memória RAM é de 8 GB e armazenamento é de 256 GB. A novidade aqui é o chip Snapdragon 8 Gen 1, da Qualcomm de 4 nm (nanômetros). Lançado no fim do ano passado, este SoC (chip que abriga modem 5G, CPU e GPU, unidade de processamento gráfico) é o mais sofisticado da atualidade, e com a menor arquitetura do mercado.
De forma resumida, o tamanho (4 nm) se refere ao tamanho de transistores em um chip. Quanto menor, mais deles podem ser incluídos, e melhor é o desempenho desse sistema, o que impacta em um gerenciamento melhor de bateria, maior rapidez para processar jogos e captar imagens com a câmera.
Por essa razão, inclusive, acho que um dos grandes trunfos do S22+ é justamente o processador, pois numa tacada melhora as câmeras com inteligência artificial, ajuda no desempenho de bateria, além de fornecer um bom desempenho para jogos.
Nos meus testes, joguei Asphalt e FreeFire por pelo menos 30 minutos seguidos cada. Não houve travamentos ou aquecimento exagerado — só rolou uma leve elevação de temperatura próximo às câmeras.
No papel, as câmeras são "inferiores" comparadas às do S21+. A de selfie é de 10 MP.
Na traseira há três: uma principal de 50 MP (S21+ era 64 MP), uma telefoto de 10 MP (S21+ era 12 MP) e uma ultra-grande angular de 12 MP (no S21+ é a mesma).
Eu diria que a grande mudança está na câmera principal, que tem uma abertura maior f/1.8 contra f/2.0 (o que permite captar mais luz), e o uso de inteligência artificial.
Não testei o Galaxy S21+, porém é possível dizer que o conjunto de câmeras do S22+ é bem competente.
O recurso que mais me chamou a atenção é o vídeo em retrato. Basicamente, o celular usa inteligência artificial para focar no rosto da pessoa, e "borrar" o fundo ao vivo. Tudo isso é feito na hora, não rola um pós-processamento. É uma boa pedida para quem gosta de gravar vídeos para redes sociais.
Indo para as câmeras da traseira, elas são muito boas. Em fotos em dias claros, a Samsung continua apresentando ótimos resultados, com imagens de alto contraste e variação de cores. É comum que o software da empresa às vezes exagere: fotos em dias nublados, por exemplo, costumam ficar mais vívidas.
O zoom máximo é de 30x (híbrido), e ele consegue bons resultados em boas condições de luz. Numa sequência, indo da câmera mais afastada (a ultra-grande angular) até o zoom máximo, foi possível até ver detalhes da tinta de uma placa de rua
Durante a apresentação, a empresa falou bastante sobre o que ela chama de nightography (ou fotografia noturna). Como é praxe, as câmeras tiram boas fotos em ambientes pouco iluminados, com bom nível de detalhe no primeiro plano e com ruído reduzido.
É comum nesse tipo de fotografia que algumas partes fiquem "granuladas" pela falta de luz, e o Galaxy S22+ consegue resolver isso com inteligência artificial na maioria das vezes.
Os vídeos feitos pelas câmeras traseiras são bem interessantes. A Samsung tem um sistema de estabilização bem firme, possibilitando imagens com poucos tremores sem tripé.
Para usuários profissionais, a empresa desenvolveu um app, disponível na Galaxy Store, chamado Expert RAW. Com ele, dá para controlar a velocidade do obturador, ajustar foco, balanço de branco
Em mais um item menor que o seu antecessor, o S22+ tem uma bateria de 4.500 mAh contra 4.800 mAh, do S21+.
Durante uso, tirei o S22+ da tomada às 9h com 100% e ele chegou aos 10% por volta das 23h. No período usei redes sociais, vi vídeos no TikTok e no YouTube, naveguei no Chrome, fiz algumas chamadas e tirei fotos.
Esperava mais bateria ou pelo menos o mesmo que no ano passado, mas foi possível usar o telefone, em média, por um dia todo. A coisa ficava complicada quando deixava o brilho da tela no máximo e fazia vídeos.
A dica é: se você sabe que vai usar bastante, não custa ter um carregador por perto.
Aliás, a caixa do aparelho não conta com o adaptador para tomada. Então, não deu para verificar o tempo de carregamento com o acessório oficial. Mas com essa capacidade, um de 25 W deve levar pelo menos uma hora, enquanto um de 45W deve fazer o trabalho na casa dos 40 minutos.
É o melhor smartphone Android disponível sem canetinha - acessório presente em seu irmão mais velho, o Galaxy S22 Ultra. No entanto, ele tem um preço salgado, na casa dos R$ 7 mil, como é praxe no ramo de smartphones top de linha.
Imagino que o alto preço do celular também tem a ver com os "brindes" da Samsung, que oferece fones de ouvido sem fio ou até mesmo ingresso para o Lollapalooza.
Para mim, o grande destaque do S22+ está justamente no novo processador, que faz o telefone com algumas especificações inferiores ao ano passado, ter ótimo desempenho. Talvez seja a melhor opção para quem gosta de fotos e vídeos no mundo Android.
Para quem quer usar uma câmera tão boa quanto a do Galaxy S22+, vale dar uma olhada no Galaxy S22 convencional. De diferente, ele tem tela e bateria menores, e tem preço sugerido de R$ 6 mil (ou menos, na sua operadora).
Se você ainda deseja ficar entre aparelhos top de linha e quer pagar menos, vale dar uma olhada no Galaxy S21 FE, lançado neste ano, ou até o Moto Edge 20 Pro, lançado no ano passado. Ambos têm boas câmeras, conexão 5G e visual bacana.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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Sistema Operacional
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Android 12
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Dimensões
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75,8 x 157,4 x 7,6 mm (AxLxP)
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Resistência à água
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IP68
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Cor
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preto, branco, verde e rosé
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Preço
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R$ 7.000
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Tipo
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Dynamic Amoled 2x
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Tamanho
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6,6 polegadas (16,7 cm)
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Resolução
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FullHD
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Câmera Frontal
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10 MP
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Câmera Traseira
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50 MP (principal) + 12 MP (ultra-grande angular) + 10 MP (zoom óptico 3x)
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Processador
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Snapdragon 8 Gen 1
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Armazenamento
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256 GB
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Memória
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8 GB
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Bateria
-
4.500 mAh