Galaxy Z Flip 4: dobrável me fez usar menos celular, e isso não é ruim
Não dá para acusar a Samsung de não se arriscar. E o Galaxy Z Flip 4 é a prova de que a empresa aposta no formato, tanto é que está na sua quarta edição. Como o nome sugere, trata-se de um celular flip — ou seja, que dobra verticalmente, como se fosse uma concha ou como o antigo Moto V3.
Lançado no início de agosto, o Z Flip 4 ainda não é um dobrável para as massas: no varejo, sai por R$ 6,3 mil à vista (ou R$ 6,9 mil a prazo). Porém, mostra que a empresa leva a sério a categoria e tem melhorado continuamente o telefone.
Fiquei com ele por uma semana e o que mais me impressionou foi perceber que eu usei menos o celular. A tela externa agiliza boa parte da experiência, facilitando o acesso a notificações e alguns controles, diminuindo a "tentação" de "abrir" o telefone.
(Não por acaso, a Samsung enfatizou essa característica durante seu evento de lançamento: um dos trechos mostrava um casal à mesa, e o dono do celular conseguia se concentrar na companhia e na conversa porque o aparelho estava "fechado").
De cara, o Galaxy Z Flip 4 é fisicamente muito parecido com seu antecessor - inclusive, tem as mesmas dimensões. A diferença agora é que ele tem um processador melhor, bordas menores na tela e a promessa de ser mais resistente.
O principal ponto negativo é a bateria, especialmente para quem costuma sair com o celular pela manhã e só recarregá-lo à noite. Dependendo do padrão de uso, você talvez tenha que carregá-lo no meio do dia.
Acompanhe abaixo as principais impressões de como foi usar o Galaxy Z Fold 4:
Galaxy Z Flip 4
Preço
R$ 6.999 (lançamento) R$ 5.999,90 (Amazon - 19/12/2022) ComprarPontos Positivos
- Consegue tirar boas selfies com câmeras principais
- É compacto e cabe em bolsos pequenos
- Tem o efeito "uau" nas pessoas, seja pelo formato ou pela cor
- Pode desestimular o uso "viciado" do celular
Pontos Negativos
- Bateria dura pouco se você usa muito
- Tem um leve vinco na tela
- É pouco prático se quiser fazer um vídeo ou foto rápida que não seja selfie
Veredito
O Galaxy Z Flip 4 tem desempenho de sobra e um bom conjunto de câmeras. Seu formato compacto ajuda a resolver "problema" de celulares grandes. Modo flex 'substitui' tripé em chamadas de vídeo e facilita a vida de quem gosta de se gravar. Autonomia de bateria pode ser um problema, se você usa muito o smartphone. Ainda não é o celular que vai popularizar a categoria, porque é caro, mas tem grande potencial de fazer mais pessoas quererem usá-lo.
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O visual do Galaxy Z Flip 4 é igual ao do seu antecessor. Aberto, a tela tem 6,7 polegadas (17 cm). Na parte externa, há uma telinha de 1,9 polegadas (4,8 cm).
As bordas do telefone aberto estão um pouco menores que a versão do ano passado, porém pessoas desavisadas talvez não notem tanto a diferença. O fato é que elas são mais 'grossas' que o convencional - imagino que seja para evitar toques involuntários durante o processo de abertura do telefone.
Abri-lo é uma tarefa simples, mas não dá para fazê-lo apenas com uma mão. Você necessariamente deverá usar as duas. Ele conta com uma série de ímãs e o ato de "desdobrá-lo" exige algum esforço - o que tem vantagens e desvantagens (algo que vou abordar mais adiante).
Agora, o que mais chamou a atenção das pessoas pelos locais por onde andava é a cor. No teste, utilizei a versão Bora Purple (um tom de roxo claro discreto com o módulo de câmera na cor preta). É impossível passar por algum lugar sem notarem a beleza do telefone e sua forma compacta e "gordinha". Bastava tirá-lo do bolso que ele virava o assunto da conversa.
Dobrado, ele ainda fica um pouco grosso, porém cabe em praticamente qualquer bolso - inclusive, em bolsos de calças femininas, que costumam ser menores que de calças masculinas.
Aberto, ele é maior que boa parte dos celulares, e não é tão largo, o que dá certo conforto em usá-lo. No lado direito, ficam ainda os botões de volume e o sensor de biometria.
A tela do Z Flip 4 tem 6,7 polegadas na diagonal, porém a proporção é bem diferente. Enquanto boa parte dos celulares têm proporção 16:9, o dobrável da Samsung é 22:9 — ou seja, é um retângulo mais "esticado".
Um detalhe curioso é que a tela tem uma espécie de película, que acumula algumas marcas de dedo. Você não deve removê-la de jeito nenhum.
Outra questão é que ela tem um leve "vinco" na região onde dobra. É um pequeno relevo que não chega a incomodar no uso, mas causa estranhamento dado que todos os telefones atuais têm tela plana. É a dor e a delícia de querer usar tecnologias novas.
Para ver filmes, nada disso influencia. A única diferença do Z Flip 4 é que, na exibição de vídeos em tela cheia com o celular deitado, fica uma tarja preta na lateral.
Em alguns jogos, como o de corrida Asphalt 9, a imagem da pista é esticada, mas de uma forma bem fluida, como se ela tomasse todo o espaço disponível.
Diferente dos telefones top de linha, a tela é FullHD. O comum é que aparelhos sofisticados tenham qualidade QuadHD ou 4K - quanto maior a resolução da tela, maior a quantidade de detalhes.
No uso diário, isso não fez muita diferença para mim - confesso que não vejo muito conteúdo 4K no celular. Mas se você o faz, deve prestar atenção nisso.
Ainda sobre a tela principal: ela tem um brilho de 1.200 nits (medida de luminescência), suficiente para você visualizar o conteúdo do display mesmo sob sol forte.
Já a telinha de 1,9 polegada, devo admitir, foi uma boa surpresa. Nela, aparentemente, a Samsung tentou reunir o que é mais importante, de modo que você abra o flip o menos possível.
Em nossa análise do Z Flip 3, comentamos que ele poderia ter um processador melhor. A Samsung parece ter ouvido. O processador do Z Flip 4 é top de linha (Snapdragon 8 Gen 1+), com 8 GB de memória RAM. Então, desempenho não foi um problema durante meu tempo de uso. Rodei jogos complexos, como o Asphalt 9, sem nenhum tipo de travamento.
Agora, o que mais me surpreendeu foi o fato de usar menos o telefone. Embora seja mais fácil desbloqueá-lo com biometria do que com outros aparelhos, confesso que fiquei com preguiça de abri-lo durante o horário de trabalho (lembre-se: é preciso usar as duas mãos).
Neste tempo, me acostumei a checar e a dispensar notificações na telinha externa. Nela, também conseguia trocar músicas que ouvia no Spotify ou checar o calendário. Parece bobo, mas isso melhorou minha relação com o celular. O trabalho "mecânico" adicional para ter acesso à tela toda diminuiu meu tempo perdido com distrações e notificações. Quem sabe os dobráveis não serão um incentivo para que as pessoas fiquem menos "viciadas"?
Ainda que o Android 12 não seja 100% adaptado a celulares dobráveis (existe uma versão Android 12L específica para esses telefones, presente no Z Fold 4), o sistema do Z Flip 4 é bem funcional.
O modo flex (quando ele fica "semi-dobrado") funciona bem para as mais diversas funções: desde substituto de tripé para uma videochamada ou até mesmo para melhorar a "pegada" do telefone para usá-lo como uma câmera, como se fosse uma câmera Tekpix. Tem gosto para tudo, né?
Talvez a maior decepção tenha sido a bateria. Ele tem 3.700 mAh, o que é menos que a maioria dos telefones top de linha. O telefone é compacto e "gordinho", então talvez não dê para colocar muito mais carga sem deixá-lo ainda maior.
Em um dia que fui para a empresa, o tirei do carregador às 6h30 com 100%. Por volta das 20h50, ele estava com 10%. Importante ressaltar, que este foi um dia de uso intenso: então, baixei uns 3 álbuns no Spotify no 4G para ouvir offline, fui ouvindo música no fone de ouvido Bluetooth a caminho do trabalho e navegando na internet no transporte público. Ainda tirei fotos, chequei o Instagram algumas vezes e utilizei o WhatsApp Web a maior parte do tempo sem estar numa rede wifi.
Isso deu ao todo 14 horas de uso, sendo 3h39min de tela ligada (com ele completamente aberto), e o restante, 10h29min, com a tela desligada.
Quando eu trabalhava de casa, usando-o no wifi o dia todo, dava quase um dia de uso. Tirava-o da tomada por volta das 8h e só chegava aos 10% perto das 23h, quando eu ia dormir.
Não é uma autonomia necessariamente ruim, mas se você se interessa por um Z Flip 4, precisa considerar esse dilema: seu telefone atual talvez tenha mais bateria, mas talvez você "abra" menos o dobrável, checando notificações na telinha.
Se, por curiosidade, você quer ter uma noção do seu uso de bateria, vá em Configurações > Assistência do Aparelho e Bateria, toque sobre a bateria e vá em Ver detalhes. (Isso no caso você de um celular Samsung. Para outros Androids, vá em Configurações > Bateria e toque sobre Uso de Bateria.)
A edição testada veio de fora do Brasil e não veio com carregador na caixa. Segundo a Samsung, os Z Flip 4 vendidos aqui virão com um carregador de 25W na caixa.
As câmeras do Z Flip 4 são ótimas, mas não são as melhores já empregadas pela Samsung - elas estão no Galaxy S22 Ultra e no Galaxy Z Fold 4.
De qualquer jeito, tiram fotos muito boas. A câmera de selfie interna é de 10 MP, enquanto há dois sensores principais de 12 MP, sendo um principal e outro ultra-grande angular (aquela lente mais aberta em que cabe mais gente na tela).
O fato de ser flip é uma beleza, pois dá para facilmente usar os sensores da traseira para tirar selfies. Basta usar a tela externa para pré-visualizar a imagem - após tocá-la, começa um timer de 5 segundos para captar a imagem. Com alguns toques, dá inclusive para alternar entre o sensor principal e o ultra-grande angular.
Algo que não gostei do formato dobrável é que é complicado usá-lo, por exemplo, num show. Como já disse, você precisa das duas mão para abri-lo. Então, imagina que você está numa apresentação e está com um copo ou uma latinha na mão. Aí, você vai ter que deixar a bebida com outra pessoa, pegar seu telefone, desdobrá-lo e fazer a foto. Com seu telefone convencional, com uma mão você o desbloqueia, aponta e capta a cena.
Pessoalmente, não gostei muito da câmera interna. Para selfies em locais bem iluminados, as imagens saem boas. Em ambientes menos iluminados ou com muita luz, as imagens saem com qualidade menor - em alguns momentos, a foto saía "lavada" ou estourava muito a iluminação no rosto das pessoas.
Fotos tiradas com o Galaxy Z Flip 4
É complicado comparar o Z Flip 4 com outros telefones, dado que não há muitos dobráveis flip por aí. Dá ainda para achar o Z Flip 3 em alguns varejistas, enquanto o Moto Razr, da Motorola, está praticamente esgotado — a empresa lançou uma nova edição, mas só lançou no mercado chinês.
Dito isto, o Z Flip 4 é um telefone ótimo. A conveniência de ser dobrável é bem legal, ele tem ótimo desempenho e câmeras muito boas.
A grande questão é a bateria. Em uso intenso, o celular pode não aguentar um dia todo longe da tomada - o que talvez seja ruim numa viagem, por exemplo. Mas, no dia a dia, é comum que as pessoas tenham algum carregador disponível.
Infelizmente, ele ainda não é acessível. O Z Flip 3, lançado no ano passado, é encontrado no varejo por cerca de R$ 5.000 - e olha que os celulares Samsung costumam ter preço bastante reduzido com o tempo.
O Z Flip 4 parte de R$ 6.999 a prazo (ou R$ 6.299 à vista) e deve atender a um público que está aberto ao formato dobrável, preza por estilo e é cuidadoso - ao configurá-lo, o aparelho dá vários alertas, como não fechá-lo com algo dentro ou tomar cuidado com poeira (ele é a prova d'água, mas poeira é um problema).
Se um celular dobrável ainda é muita aventura para você, a própria Samsung tem o top de linha Galaxy S22+, que tem câmeras melhores que o Z Flip 4 e é "bem convencional". A Realme tem o GT2 Pro, com ótimas configurações e boas câmeras. Enquanto a Xiaomi, tem o Xiaomi 12, que tem ótimo desempenho e carregamento rápido.
Sistema Operacional
Android 12 com interface One UI 4.1.1
Dimensões
71,9 x 16,52 x 6,9 mm (aberto); 187 gramas
Resistência à água
Sim, IP68 (aguenta até 30 minutos a 1,5 metro de profundidade)
Cor
Preto, rosé, azul e bora purple
Preço
R$ 6.999
Tipo
Amoled
Tamanho
6,7 polegadas (17 cm) + tela externa 1,9 polegada (4,8 cm)
Resolução
FHD+
Câmera Frontal
10 MP
Câmera Traseira
12 MP (principal) + 12 MP (ultra-grande angular)
Processador
Snapdragon 8+ Gen1
Armazenamento
128 GB/256 GB/512 GB
Memória
8 GB
Bateria
3.700 mAh
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