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iPhone 13: ótimo para fãs da Apple, mas limitado diante dos rivais

Lucas Carvalho

De Tilt, em São Paulo

19/11/2021 04h00

Todo ano é a mesma coisa: a Apple lança um novo iPhone, que parece muito com o anterior, continua muito bom, mas continua muito caro. Este ano, com o iPhone 13, não é diferente.

Custando a partir de R$ 7.599 e chegando a R$ 10.599 na versão mais cara (com 512 GB), a nova geração traz um visual muito parecido com a antecessora, e os novos recursos estão longe de serem revolucionários. Mas isso não significa que o iPhone 13 é ruim — muito pelo contrário.

O desempenho continua de alto nível, as câmeras impressionam. Sendo assim, quem deveria comprar o iPhone 13? Donos de versões mais antigas do celular da Apple ou usuários de Android pensando em migrar podem curtir a geração deste ano, desde que o preço caiba no orçamento.

Veja nosso review completo nos parágrafos a seguir.

iPhone 13

Preço

R$ 7.599 Comprar
TILT
4,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

4,0

Não há taxa de atualização acelerada, as bordas são mais grossas que os rivais e o entalhe, embora menor, continua visível

5,0

5,0

5,0

4,0

Só duas lentes, enquanto rivais mais baratos têm até três

4,0

Recurso de vídeo cinematográfico é desastroso, mas o de vídeo "normal" é muito bom

5,0

4,0

5,0

4,0

4,0

Módulo de câmera avantajado impede o uso de capinhas de gerações anteriores e põe em risco as lentes

3,0

Há concorrentes no mercado com mais recursos e que custam menos, embora esta seja uma boa opção de upgrade para quem tem iPhones antigos

Pontos Positivos

  • Estilos fotográficos permitem a customizar as características da câmera sem ter que quebrar a cabeça num modo manual
  • Bateria pode durar mais de um dia e meio ou até dois dias se você for econômico

Pontos Negativos

  • Câmera traseira só tem opção de duas lentes, ambas de ângulo aberto; faz falta uma lente teleobjetiva

Veredito

O iPhone 13 é mais do mesmo: mesmos defeitos e mesmas qualidades de sempre. As câmeras são de qualidade, mas faz falta uma lente teleobjetiva para fotos com zoom ou com menos distorção. O desempenho e a bateria são dignos de um celular top de linha, mas os novos recursos não impressionam: o vídeo cinematográfico é desastroso; os estilos fotográficos são bem-vindos, mas não fazem milagre. Para quem é fã da Apple e não admite trocar o iOS pelo Android, o iPhone 13 é uma boa opção de upgrade, especialmente para aqueles que ainda usam um iPhone 11 ou mais antigo.

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link de compra recomendado neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.

Em termos de hardware, o iPhone 13 é mais do mesmo (não que seja ruim, mas mantém o que a geração anterior tinha): carregamento sem fio pelo padrão Qi, suporte aos acessórios por ímã MagSafe e proteção máxima contra água e poeira (certificação IP68) estão aqui, como já é de praxe.

Os defeitos também são os mesmos. Apesar do preço alto, aqui não há suporte para cartão de memória, a gaveta de chips só tem espaço para um SIM card de operadora e a porta Lightning é a única entrada possível para carregador e fones de ouvido.

As laterais planas, que ajudam a destacar o aparelho no meio da concorrência, também dão mais firmeza na hora de segurá-lo. Por outro lado, esse design mais quadradão deixa o aparelho um pouco maior que o normal.

Na traseira, o que mudou foi o módulo de câmera, que ficou maior e mais grosso para acomodar os novos sensores —sobre os quais falaremos mais adiante. Só por conta desse detalhe, algumas capinhas do iPhone 12 talvez não sirvam para o iPhone 13, é bom que você saiba.

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

O painel Oled de resolução Full HD é ótimo. São 6,4 polegadas (15,5 centímetros de um canto ao outro na diagonal) exibindo 2,9 milhões de pixels, com densidade de 460 pixels por polegada.

Não há do que reclamar: a qualidade é impecável. Mas perto da concorrência, há limitações. Aqui não tem aquela alta taxa de atualização que os Androids já têm há anos e que o iPhone 13 Pro ganhou esse ano. Contudo, se você nunca usou uma tela de 120 ou 90 hertz, não vai sentir falta disso aqui.

As bordas são mais grossas que as de rivais do mundo Android e, sim, o entalhe para a câmera frontal e para o sistema de reconhecimento facial do Face ID continua ali, recortando o topo da tela, mesmo que esteja 20% menor em comparação com a linha iPhone 12.

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Novamente, aqui, não há muito o que comentar: o iPhone 13 voa. O chip A15 Bionic garante que todas as funções do celular sejam executadas com precisão e rapidez, e a integração com o iOS faz com que os meros 4 GB de RAM (que ajudam no desempenho) pareçam muito melhores do que os 12 GB de alguns rivais Android.

Jogos pesados, como NBA 2K22 e Oceanhorn, rodam sem engasgos ou lentidão.

No app de análise de desempenho Geekbench, o iPhone 13 registra uma média de 4.463 pontos em testes multi-core (quando todos os núcleos do processador são estressados ao mesmo tempo) e 1.677 pontos em single-core (quando só um núcleo é testado de cada vez). Bem mais que alguns rivais do mundo Android.

Em média, o aparelho aguenta um dia e meio, quase dois dias de uso se você for econômico com o celular. Me vi com entre 7 e 8 horas de tela ligada até que precisasse recarregar.

No nosso teste padrão, que consiste em deixar um vídeo rodando em looping até a bateria ir de 100% a 0%, o modelo durou 11 horas e 26 minutos, pouco menos do que o iPhone 12 Pro do ano passado.

De todo modo, é bom que você tenha um carregador de iPhone em casa porque, desde 2020, a Apple não vende mais iPhones com carregador na caixa. E comprado à parte, no site da empresa, o acessório sai por R$ 199.

Muita coisa mudou nas câmeras em comparação com a geração anterior. Os sensores maiores, além de atrapalharem o uso de capinhas antigas, fizeram as lentes mudarem de posição: em vez de uma debaixo da outra, agora elas ficam na diagonal.

Nesse caso, tamanho é, sim, documento. Os sensores maiores servem para capturar mais luz —segundo a Apple, 47% mais do que no iPhone 12.

Com isso, o processador A15 Bionic consegue entender melhor a imagem, identificar detalhes e tratá-la com mais precisão, gerando fotos com menos ruído e com as cores mais bem calibradas.

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Lembrando que temos aqui duas câmeras traseiras, uma grande-angular e outra ultra-wide (que captura mais conteúdo na mesma imagem), ambas com 12 MP de resolução. Na frente, uma câmera só, também de 12 MP.

Apesar da lente ultra-wide, aqui não há modo macro para fotografar objetos bem de perto sem perder foco, como há no iPhone 13 Pro. Também não há zoom óptico, só aquele digital que tende a estragar a resolução da foto quando aplicado.

Mesmo não sendo as mais versáteis do momento, essas câmeras são, sim, muito boas. O contraste é profundo, as cores são bem saturadas sem perder o realismo, e tudo isso vale também para os vídeos. O modo retrato é competente (ainda que não seja perfeito) e o modo noturno pode aposentar de vez o flash.

Fotos tiradas com iPhone 13 e 13 mini

A lente teleobjetiva que vem nos iPhones "Pro", porém, faz falta aqui. Ficar preso entre as lentes grande-angular e ultra-wide significa que suas fotos sempre vão sair com uma leve distorção nas beiradas, quer você goste desse efeito ou não.

Essas lentes de ângulo mais amplo são boas para fotos de grupos de pessoas e de paisagens —o que, suspeito, sejam os principais cenários em que os donos de iPhones usam as câmeras. Mas nessa faixa de preço, rivais como o Galaxy S21 já vêm com três lentes ou mais, e não perdem para a Apple.

Outro fator que me incomoda na câmera do iPhone é a tendência que ela tem de levar as cores para um tom mais quente, até em dias nublados. Isso é uma coisa pessoal, mas achei importante destacar.

O bom é que o iPhone 13 tem uma solução para isso: os "estilos fotográficos", um novo recurso que muda o jeito como a câmera enxerga a cena. Antes de tirar uma foto ou gravar um vídeo, você pode selecionar um estilo que mais te agrade: padrão, contraste rico, vibrante, quente ou frio.

Você também pode misturar as características de cada estilo para criar um personalizado.

A ideia parece ser a de reproduzir os estilos de câmeras de outras marcas. O modo vibrante, por exemplo, deixa a foto mais parecida com o que eu veria num celular da Samsung, por exemplo, com as cores bem mais saturadas e claras.

Estilos fotográficos do iPhone 13

Esses estilos soam menos artificiais que os filtros do Instagram, por exemplo. São também uma maneira de editar as característica da câmera sem ter que quebrar a cabeça com um modo "manual", que permita mudar ISO, exposição e balanço de branco —um pesadelo para quem não entende muito de fotografia.

Outra novidade esse ano é o recurso de "vídeo cinematográfico" que, em resumo, funciona como um modo retrato para vídeo: ele permite borrar o fundo da imagem, de forma automática ou manual, para criar um efeito artificial de profundidade.

Mas de cinema esse recurso só tem o nome. Desastroso, ele quase nunca consegue separar direito o que está no primeiro plano e o que está no fundo, fazendo recortes bizarros algumas vezes.

O desfoque também é muito artificial. Eu prefiro usar o modo de vídeo normal mesmo. Atualizações futuras de software poderão ajudar a melhorar o recurso, já que é tudo uma mistura de captura de imagens e processamento das mesmas pelo próprio celular.

Já estabelecemos que o iPhone 13 é mais do mesmo: muito bom, mas muito caro. Sendo assim, quem deveria comprar um desse?

Se você é fã da Apple, só usa os telefones da marca, tem um iPhone 11 ou mais antigo, vale a pena trocá-lo pelo iPhone 13? Eu diria que sim. O salto em recursos e qualidade é suficiente para justificar um upgrade, desde que o preço caiba no seu orçamento.

Mas se você tem um iPhone 11 Pro, não vale a pena trocar: a bateria não muda muito, o desempenho do modelo antigo ainda é satisfatório e você vai sentir falta da câmera teleobjetiva. Nesse caso, o iPhone 13 Pro vale mais a pena, mas ainda assim a diferença é pequena.

Já você que está vindo de um Android e cogitando cruzar a fronteira para o ecossistema da Apple, saiba que este é o melhor momento para entrar no mundo do iOS. Os dois sistemas nunca foram tão parecidos, e os estilos fotográficos podem ajudar na adaptação.

Se você só quer um celular top de linha novo e não faz questão de iPhone, há opções mais versáteis (principalmente no departamento das câmeras), com mais bateria ou com desempenho igual ou parecido custando muito menos, como o já citado Galaxy S21, da Samsung.

Mas se você já decidiu que o iPhone 13 é o que você quer, e só veio até aqui para saber se ele não tem um defeito muito absurdo, pode respirar aliviado: a nova geração dos telefones da Apple não vai te decepcionar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Modo retrato

Modo retrato desativado
Modo retrato ativado
Imagem: Lucas Carvalho/Tilt | Lucas Carvalho/Tilt

Ângulo aberto

Lente grande-angular
Lente ultra-wide
Imagem: Lucas Carvalho/Tilt | Lucas Carvalho/Tilt

Modo noturno

Modo noturno desativado
Modo noturno ativado
Imagem: Lucas Carvalho/Tilt | Lucas Carvalho/Tilt
Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • iOS 15

  • Dimensões

  • 146,7 mm (A) x 71,5 mm (L) x 7,65 mm (E); 173 gramas

  • Resistência à água

  • Sim (IP68)

  • Cor

  • Vermelho, branco, preto, azul ou rosa

  • Preço

  • R$ 7.599

Tela
  • Tipo

  • Super Retina XDR (Oled)

  • Tamanho

  • 6,1 polegadas (15,5 cm)

  • Resolução

  • 2532 x 1170 pixels

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 12 MP

  • Câmera Traseira

  • Dupla: 12 MP (grande-angular) e 12 MP (ultra-wide)

Dados técnicos
  • Processador

  • A15 Bionic

  • Armazenamento

  • 128 GB, 256 GB ou 512 GB

  • Memória

  • 4 GB de RAM

  • Bateria

  • 3.240 mAh

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