iPhone 14 é um ótimo celular, mas você não precisa dele; compre o 13 Pro
A Apple iniciou as vendas da nova linha iPhone 14 no Brasil há menos de um mês, com quatro aparelhos: 14, 14 Plus, 14 Pro e 14 Pro Max. Nas últimas semanas, testei o modelo de entrada e já começo com um spoiler: ele não vale o investimento, seja para quem está pensando em fazer um upgrade ou adquirir seu primeiro iPhone.
Não nos leve a mal: o celular é ótimo. O grande problema é que ele não traz inovações em relação à linha 13 (seja por fora ou por dentro). A grosso modo, ele é um iPhone 13 Pro com uma câmera a menos.
Além disso, o 14 é bem inferior ao 14 Pro (que já testamos em Tilt). Pela primeira vez, a Apple fez uma grande diferenciação entre os modelos mais baratos e os mais caros de uma mesma linha. Só o Pro e o Pro Max contam com as maiores inovações, como o chip A16 Bionic, a Dynamic Island (ilha dinâmica, que aproveita o espaço do entalhe) e câmeras mais potentes.
Abaixo, você confere os destaques e decepções do iPhone 14 — que ambém valem para o 14 Plus, que tem a mesma configurações, porém com tela e bateria maiores.
iPhone 14
Preço
R$ 7.599 (128 GB) R$ 7.089 em até 10x sem juros (Amazon - 8/11/2022) ComprarPontos Positivos
- Com apenas duas câmeras, faz fotos e vídeos ótimos
- Mesmo com processador do ano passado, é muito veloz
Pontos Negativos
- Como em todo iPhone, bateria costuma durar menos de um dia
- Sem inovação em relação à linha 13
Veredito
É um celular de desempenho excelente -- mas abaixo das expectativas para um grande lançamento Apple. A usabilidade é muito boa; é possível abrir diversos aplicativos ao mesmo tempo mantendo a rapidez. Para editar fotos e vídeos, o iPhone segue imbatível. Mas os modelos 14 e 14 Plus carecem de um zoom óptico maior e têm tela de 'apenas' 60 Hz. Não há upgrades relevantes em relação à linha 13 que justifiquem o maior investimento; o processador e os sensores das câmeras são os mesmos. As inovações de 2022 se concentram no 14 Pro e Pro Max. Para quem quer trocar de iPhone, vale mais a pena optar por um 13 Pro, que é um celular melhor e está em promoção por um valor parecido, ou aguardar a linha 15 no ano que vem, que deve chegar com mudanças.
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Visualmente, o iPhone 14 é praticamente igual ao seu antecessor — até as câmeras estão na mesma posição. Na verdade, ele segue o mesmo design iniciado em 2020, no iPhone 12: carcaça de alumínio com laterais mais grossas e retas, traseira de vidro, e um famigerado entalhe na parte superior da tela (que abriga a câmera frontal e os sensores de reconhecimento facial).
Segundo a Apple, há algumas mudanças internas. O posicionamento dos componentes foi modificado, para um melhor rendimento térmico — esquenta menos. Além disso, ficou mais fácil abrir o celular (pela frente e por trás) para fazer reparos, o que pode significar economia e menos tempo na assistência no caso de um problema.
O iPhone 14 e o 14 Plus estão disponíveis em cinco cores: azul claro (o que testamos), roxo (na verdade, é lilás), meia-noite (cinza escuro, quase preto), estelar (dourado claro, quase branco) e vermelho (da série Red).
A tela tem a mesma resolução e tecnologia (OLED Super Retina) que a linha 13, garantindo muita nitidez, fidelidade e cores vivas. O vidro com revestimento cerâmico é bem resistente — testamos o tempo todo sem película e não há nenhum arranhão.
Um ponto negativo é que o iPhone 14 mantém a taxa de atualização de 60 Hz (considerado baixo para um celular desta faixa de preço; o esperado seria pelo menos 90 Hz). Tanto o 13 Pro quanto o 14 Pro já são 120 Hz. Quanto mais alta essa frequência, maior fluidez em vídeos, o que é especialmente interessante para jogos e streaming.
Como no iPhone 13, são duas câmeras traseiras:
- grande-angular de 12 MP com abertura f/1.5 e zoom digital de até 5x
- ultra-angular (0,5x) de 12 MP, com abertura f/2.4
Ambos os sensores continuam com 12 MP (desde 2015), mas há um leve ganho de qualidade nas imagens em relação à linha 13 — não devido ao hardware, mas sim ao novo software de processamento, chamado Photonic Engine (algo como "motor fotônico").
Não é tão perceptível, mas a inteligência artificial ajuda a melhorar, principalmente, fotos noturnas e em ambientes com luz baixa, para conferir mais detalhes, texturas e luminosidade. No meu uso, notei que as imagens têm um pouco mais de contraste e um equilíbrio de cores diferente, que me agrada, ficando levemente azuladas (na linha 13, elas ficam mais amareladas).
A falta de zoom óptico e de modo macro são pontos negativos em um celular desta faixa de preço.
A câmera frontal também mantém os 12 MP, mas agora possui foco variável automático, que detecta quando há mais de uma pessoa na selfie e faz ajustes para que todos os rostos saiam focados.
Já na gravação de vídeo, que segue entre as melhores do mercado, há uma novidade: o modo ação, que de fato aprimora a gravação de cenas com muito movimento, como esportes — similar ao que acontece nas GoPro, a estabilização eletrônica corta uma pequena faixa das bordas do quadro, e vai compensando a movimentação da câmera.
A configuração precisa ser ativada (clicando no ícone acima do vídeo) e só funciona em ambientes bem iluminados.
Há muito tempo os entusiastas da Apple aguardavam por uma lente com 48 MP, mas essa evolução foi reservada apenas ao iPhone 14 Pro e Pro Max — que também incluem uma terceira câmera, teleobjetiva, com zoom óptico de até 3x, e oferecem modo macro na lente ultra-angular (para registrar pequenos detalhes aproximados).
E, já que estamos comparando, é impossível não falar novamente do top de linha do ano passado. Com três sensores de 12 MP (um conjunto interessante para quem prioriza fotos e vídeos), o iPhone 13 Pro é mais poderoso que o 14 "normal".
iPhone segue sendo iPhone neste quesito — ou seja, ruim. A bateria passou de 3240 mAh, do 13, para 3279 mAh, no 14, o que representa um ganho irrisório.
Segundo a Apple, uma carga completa do iPhone 14 garante até 20 horas de uso; para o 14 Plus, com tela e bateria maiores (4.325 mAh), são 26 horas.
Isso significa que, com um uso de moderado a intenso, é preciso carregar o celular duas vezes por dia. Mas isso já era de se esperar em um iPhone.
Os iPhone 14 e 14 Plus são equipados com o exato mesmo chip da linha 13: o A15 Bionic. Isso não é necessariamente ruim, pois é um dos processadores mais eficientes do mercado. O celular não trava, não engasga, te deixa abrir diversos aplicativos, jogar, e até editar vídeos ou fotos ao mesmo tempo.
Mas este detalhe torna a opção por ele ainda mais difícil: melhor gastar menos em um iPhone 13; pagar praticamente o mesmo em um iPhone 13 Pro; ou, se dinheiro não for problema, mirar logo no iPhone 14 Pro ou Pro Max — que vêm com a nova geração do chip, o A 16 Bionic. Além do desempenho melhor, podem consumir até 20% menos energia.
Detecção de acidentes e SOS
Um diferencial de toda a linha 14 é a nova tecnologia de detecção de acidentes, que aciona serviços de emergência automaticamente no caso de uma batida de carro — os sensores, como acelerômetro, giroscópio e GPS, identificam impactos e mudanças buscas de velocidade.
Já o SOS de Emergência é capaz de se conectar com antenas de satélite, para envio de mensagens em determinadas situações de perigo em locais remotos, sem sinal — mas, por enquanto, só funciona nos Estados Unidos e Canadá.
A linha 14 segue com certificação IP68 e, teoricamente, aguenta até seis metros de profundidade, durante meia hora, em água doce.
Sou uma feliz proprietária de um iPhone 13 Pro e sem sombra de dúvidas escolheria ele, e não o 14 — caso tivesse um modelo mais antigo e fosse trocar. Ou esperaria o lançamento da linha 15, no ano que vem, que deve trazer inovações.
No uso diário comum, os dois aparelhos são muito similares, mas a terceira câmera (teleobjetiva, com zoom óptico) e o modo macro (para tirar fotos de detalhes pequenos, bem de perto) me fazem falta — mesmo se não fizessem, de qualquer forma não optaria pelo iPhone 14, mas sim pelo 13 "normal", para economizar mais de dois mil reais na compra.
Também noto que a bateria do meu 13 Pro, mesmo com quase um ano de uso, dura o mesmo ou até um pouco mais que a do 14.
Para comparação do custo-benefício, o iPhone 13 Pro agora pode ser encontrado por 7.899, e o 13 por R$ 4.799. Para mim, não faz muito sentido pagar R$ 7.599 no 14.
Mas reitero: é um excelente celular, que pode ser a escolha de quem faz questão em ter em mãos o lançamento do ano.
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