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Moto G200 é superpotente, mas todo o resto é 'quase lá'

Lucas Carvalho

De Tilt, em São Paulo

16/02/2022 13h10

O que você pensa quando ouve falar que um celular é "top de linha"? Talvez você imagine um aparelho caro, rápido, com longa duração de bateria e que tira fotos e vídeos excelentes. O Moto G200 é um top de linha, mas essa definição não lhe cabe muito bem. E é isso que vou explicar no review de hoje.

O aparelho da Motorola é mais um daqueles telefones que prometem uma experiência premium por um preço mais acessível: ele não é tão barato quanto um típico Moto G, mas não é tão caro quanto um iPhone 13 ou Galaxy S22, por exemplo.

Para chegar nesse equilíbrio de custo-benefício, a Motorola economiza em vários pontos, menos em um: a potência. No fim das contas, vale a pena ter um celular rápido, mas que é só "quase lá" em todo o resto? Descubra nos parágrafos a seguir.

Moto G200

Preço

R$ 4.999 R$ 3.799 (Amazon - 15/02/2022) Comprar
TILT
4,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

4,0

LCD competente, mas brilho, contraste e resolução não são 'top de linha'

5,0

4,0

4,0

Às vezes, o resultado escorrega na fidelidade das cores. Mas, pelo menos, não exagera na suavização

4,0

Falta versatilidade (não tem zoom óptico), e as cores tendem a ficar pálidas em pouca luz

4,0

5,0

3,0

5,0

5,0

4,0

5,0

Pontos Positivos

  • Desempenho veloz sem travamentos e sem aumento de temperatura em tarefas pesadas
  • Preço mais acessível que o de outros modelos top de linha

Pontos Negativos

  • Tela e câmera são razoáveis, mas não competem com celulares 'top'
  • Grande e pesado, é meio difícil de usar com uma mão só

Veredito

Com processador de última geração e muita memória, o Moto G200 é para quem tem um orçamento um pouco mais apertado, mas não abre mão de um celular com ótimo desempenho, e ponto final. Ele é interessante para quem depende do telefone para trabalhar, como vendedores, motoristas de aplicativos ou entregadores de delivery, por exemplo, que passam o dia todo com o telefone ligado. Todo o resto, porém --da câmera à performance da tela para entretenimento, por exemplo-- é razoável, dá conta do recado, mas não empolga.

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link de compra recomendado neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.

Primeiro vamos falar sobre o que é econômico no Moto G200. E o visual é um bom exemplo disso. Com 202 gramas, o telefone é ligeiramente pesado e desengonçado, difícil de segurar com uma mão só, até por conta do tamanho (16,8 centímetros de altura por 7,5 centímetros de largura).

A traseira é de plástico em vez de vidro, como a de outros tops de linha. Ele não tem certificação de proteção contra água (a Motorola diz que ele aguenta respingos), nem carregamento sem fio. Ele também não tem entrada dedicada para fones de ouvido.

Por outro lado, ele tem um sensor de impressões digitais na lateral, junto ao botão de ligar e desligar a tela, que é rápido e competente —melhor do que muitos daqueles modelos que vêm com leitor de digitais direto na tela.

Completa o visual um botão dedicado para o Google Assistente na lateral e um módulo saltado de câmeras que, felizmente, não faz o celular balançar quando está na mesa —e que provavelmente não faz diferença para quem usa uma capinha (que, aliás, vem na caixa).

A tela do Moto G200 é outro ponto econômico. O painel é LCD, que não é tão brilhante nem tem contrastes tão profundos quanto o Oled de modelos mais caros, por exemplo. Mas a resolução Full HD+ (1.080 x 2.460 pixels) é ok se você não tiver o hábito de ficar forçando a vista para ver se enxerga os pixels na tela.

O que esse visor tem de diferente é a taxa de atualização de 144 Hertz, o que significa que ela exibe imagens com muito mais suavidade e fluidez do que praticamente qualquer outro top de linha. Essa taxa mais alta consome mais bateria, mas é muito mais confortável de olhar e você nunca mais vai conseguir usar um celular de 60 Hz ou 90 Hz depois dessa.

Tela LCD do Moto G200 Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Aqui, novamente, a Motorola economiza. Mas diferentemente do seu antecessor, o Moto G100, que tinha um conjunto de câmeras desastroso, o Moto G200 até consegue tirar bom proveito das suas lentes mais modestas.

São três câmeras:

  • principal de 108 MP;
  • lente ultra-wide, que amplia o ângulo de visão e pode ser usada como macro, para tirar fotos de objetos bem de perto sem perder o foco, de 13 MP;
  • sensor de profundidade de 2 MP, que serve só para mudar a cor ou borrar o plano de fundo.

Na prática, o Moto G200 tira fotos bacanas, especialmente se a luz for boa, ao ar livre, com iluminação natural e tudo o mais. Quando a iluminação é artificial ou mais fraca, você vai perceber que ele começa a vacilar um pouquinho na calibragem das cores. As imagens ficam um pouco pálidas em alguns momentos.

A lente ultra-wide, embora tenha menos megapixels, consegue manter um bom nível de detalhe com boa luz, mas não é tão boa no escuro.

O modo macro melhorou bastante, com cores bem mais realistas e com um foco automático bem mais preciso, mas ainda não é perfeito.

O mesmo vale para os truques de software, como modo retrato (que deixa o fundo borrado), cor selecionada (que destaca uma das cores na imagem e deixa o resto em tons de cinza): divertido, funciona bem na maioria das vezes, mas não é perfeito —quando erra, erra feio.

Já a câmera de selfies, bem... Eu não gostei. Ela tende a deixar as cores ainda mais pálidas do que a câmera traseira em pouca luz. Mas pelo menos ela não exagera na suavização, como a do Moto G100, que deixava minha pele com aspecto de borracha.

Fotos tiradas com o Moto G200

Agora vamos falar do que a Motorola não economizou ao produzir o Moto G200. O celular é tão potente quanto qualquer top de linha Android (ou iPhone), tanto em tarefas do dia a dia como em atividades mais exigentes.

O processador Snapdragon 888+ e os 8 GB de RAM (que ajudam no desempenho) garantem uma experiência livre de travamentos ou engasgos, desde apps básicos como WhatsApp, Instagram e TikTok, até games mais pesados como "Asphalt" e "Free Fire". Nem esquentar ele esquenta.

A bateria de 5.000 mAh também é bem bacana. Nos meus testes, ela aguentou tranquilamente dois dias de uso moderado —um dia e meio se você pegar mais pesado com ele, usando mais ao ar livre, com brilho no máximo, Bluetooth sempre ligado e os 144 Hz ativados.

Quando a bateria acaba, sem problemas: o Moto G200 vem com um carregador rápido de 33 W na caixa. Coisa que nem todo top de linha caríssimo tem hoje em dia, como os já citados iPhones e modelos da linha Galaxy S22.

Para completar, o Moto G200 ainda vem com suporte ao 5G. O que, convenhamos, já está virando obrigatório, né? A partir deste ano acho que não dá mais para chamar 5G de "diferencial".

O que ele ainda tem de diferente é o modo Ready For, que usa uma interface dedicada toda vez que você espelha o celular na tela ou TV sem fios. Na maioria das vezes, porém, esse recurso é puramente cosmético e não ajuda em nada —a experiência continua lenta.

Por fim, vale exaltar a Motorola por incluir não só carregador e capinha na embalagem, mas um par de fones de ouvido muito decentes que acompanhar um cabo adaptador de P2 para USB-C. Ou seja, os fones funcionam com esse celular e com qualquer outra máquina que ainda tenha entrada para fones.

Parece básico, mas entre os tops de linha, isso é raro.

Vamos falar desse tal de custo-benefício que a Motorola quer tanto conquistar. Lançado por R$ 4.999 no Brasil, o Moto G200 está longe de ser considerado barato. Mas é bem menos caro que os já citados Galaxy S22 e iPhone 13 mini, que chegam por mais de R$ 6.000 nas versões com os mesmos 256 GB do Moto G testado.

Por um preço de lançamento muito parecido, o principal rival do G200 por aqui seria o Galaxy S21 FE, da Samsung, que é outro top de linha com proposta acessível. A diferença é que o S21 FE tem tela e câmeras mais caprichadas, enquanto a bateria é ligeiramente menor. Mas no varejo, você já encontra o modelo da Motorola mais barato.

Resumindo, o Moto G200 é para quem tem um orçamento um pouco mais apertado, mas não abre mão de um celular potente, e ponto final. É ótimo para quem depende do telefone para trabalhar e que precisa ficar com ele ligado e rodando programas a maior parte do dia. Todo o resto, da câmera à performance da tela para entretenimento, não empolga, mas também não decepciona —é só "quase lá".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • Android 11

  • Dimensões

  • 16,8 cm (altura) x 7,5 cm (largura) x 8,9 mm (profundidade)

  • Resistência à água

  • Não

  • Cor

  • Verde ou Azul

  • Preço

  • R$ 4.999 (lançamento)

Tela
  • Tipo

  • IPS LCD, 144 Hz

  • Tamanho

  • 6,8 polegadas (17,2 cm)

  • Resolução

  • FHD+ (1080 x 2460 pixels)

Câmera
  • Câmera Frontal

  • 16 MP

  • Câmera Traseira

  • 108 MP (principal), 13 MP (ultra-wide e macro) e 2 MP (sensor de profundidade)

Dados técnicos
  • Processador

  • Snapdragon 888+

  • Armazenamento

  • 256 GB

  • Memória

  • 8 GB de RAM

  • Bateria

  • 5.000 mAh

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