Se você não quer um telefone mega caro, mas não abre mão de ter boas funcionalidades (como câmera múltiplas, tela grande e carregamento rápido), o Realme 8 Pro deve ser um aparelho a ser considerado. Um dos recursos destacados pela fabricante é um sensor de digital direto na tela para desbloqueio do telefone.

Lançado no ano passado, o aparelho fica naquela categoria de bons celulares intermediários: vai resolver a sua vida para a maioria das coisas e conta com um conjunto legal de câmeras pensando no custo-benefício médio.

Ainda que já tenha uma versão 5G do aparelho, testei no fim do ano passado a versão 4G do celular. Acompanhe a análise abaixo:

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O Realme 8 Pro é mais classudo que seu antecessor, o Realme 7 Pro. Não só por ser mais fino (uma diferença de 0,6 mm), mas pelo acabamento em plástico na traseira e metal na lateral. Isso faz com que o telefone tenha um ar mais premium e seja muito mais confortável de carregá-lo no bolso.

Na parte de trás, a marca incluiu o nome da companhia e o lema da empresa em inglês "dare to Leap" ("ouse ir além"). A frase ocupa quase todo o espaço, o que pode incomodar quem não quer ficar por aí fazendo propaganda.

A boa notícia é que junto com o telefone vem uma capinha transparente, que além de proteger o aparelho, reduz a visibilidade deste "textão".

Na caixa, a Realme não inclui fone de ouvido. No entanto, acompanhado do celular vem um carregador de 50W e um cabo com uma ponta USB-C e outra USB-A.

Diferentemente dos smartphones topo de linha, ele tem a porta P2 (aquela entrada convencional de fone de ouvido). Então, se você tiver um fone dando bobeira em casa, ele com certeza funciona no 8 Pro.

Um tipo de conexão que eu senti falta é NFC. Com ela é possível usar o celular para fazer pagamento por aproximação. Não é algo essencial, mas vale ter isso em conta, caso você tenha o costume de sair sem carteira, usando apenas o celular para efetuar pagamentos.

A tela Full HD de 6,4 polegadas (16,25 cm) conta com bordas finas, o que ajuda a reduzir toques involuntários no canto da tela. Algo curioso é que o celular já vem com uma espécie de película de proteção.

Mesmo com isso, o painel do Realme 8 Pro permite ver vídeos e séries tranquilamente com sua resolução Full HD (1.080 pixels x 2.400 pixels).

Algo que pode incomodar quem usa muito o celular sob o Sol é o brilho. Segundo a Realme, o modelo 8 Pro atinge um máximo de 1.000 nits (medida de luminescência), o que é um bom número. No entanto, em alguns momentos foi necessário fazer uma cabaninha com a mão para ver com clareza detalhes da tela — a título de comparação, celulares top de linha tem luminescência acima de 1.500 nits.

Óbvio, isso não atrapalha consideravelmente a experiência. É só um toque para quem costuma usar bastante o telefone sob o Sol forte.

O sensor de biometria fica debaixo da tela. Então, basta configurar e colocar o dedo para desbloquear o telefone. Em tempos pandêmicos ter um sensor desses ajuda bastante, pois não é necessário "escanear" o rosto para liberar o acesso ao smartphone.

Apesar de funcionar bem em boa parte das vezes, o sensor tinha dificuldade para reconhecer a impressão digital em dias de chuva ou quando o dedo estava um pouco sujo. Aí era só digitar um PIN, uma sequência de seis números para liberar o acesso.

O Realme 8 Pro não decepcionou. Com 8 GB de RAM (que ajuda no desempenho), 128 GB de armazenamento e o processador octa-core (de oito núcleos) Snapdragon 720G, o telefone rodou liso os principais aplicativos.

Em games, minha experiência também foi bem fluida: jogos casuais, como o 8-ball, de sinuca, foram uma boa pedida; Freefire e Asphalt 8, de corrida, funcionaram sem problemas. A taxa de atualização do touchscreen é de 180 Hz permite um bom tempo de resposta entre o toque e a execução dos comandos.

Isso tudo quer dizer que é um celular voltado para quem ama games? Não necessariamente. Diria que o Realme 8 Pro é uma boa pedida para quem quer se arriscar em jogos mais sofisticados, mas definitivamente não é um modelo para quem é aficionado — para isso, a própria Realme tem a série GT, que é top de linha.

O sistema do telefone é o Android 10, que é atualizado para o Android 11. Há uma interface da empresa chinesa chamada realme UI 2.0, sem muitos bloatwares (apps pré-instalados) — os poucos presentes podem ser facilmente desinstalados e com adições bem discretas.

A principal talvez seja o Assistente de Jogos. Toda vez que você abre um game, o sistema exibe um menu na lateral, que permite ver o uso da CPU, da GPU, abrir o WhatsApp junto com o jogo ou desligar notificações, para quem não quer ser interrompido durante as partidas.

A bateria do Realme 8 Pro durou comigo a média de um dia todo, com uma sobra de uns 20% para o dia seguinte.

Ainda que trabalhasse de casa na maior parte das vezes, tirava o telefone do carregador por volta das 8h. Usava muito WhatsApp para troca de mensagens (pessoais e do trabalho), Instagram, Twitter, além do Kindle (para ler) e TikTok para passar o tempo. Meu tempo de tela foi em média 5h30min.

Por volta das 22h, o telefone passava a acusar que tinha chegado aos 20% de carga, e que eu deveria carregá-lo.

O carregador é de 50W (15W a menos que o Realme 7 Pro, seu antecessor). Apesar disso, de 0 a 100% ele faz em 50 minutos nos meus testes, o que é bom até, considerando que o telefone tem uma bateria de 4.500 mAh.

Algo bacana do carregador é que ele tem uma função inteligente. Por mais que esteja conectado ao telefone, ele não libera a carga de uma vez. Ele vai "soltando' aos poucos para quando você acordar pela manhã, o Realme 8 Pro estar com 100%. Esta funcionalidade aumenta a vida útil da bateria, pois o smartphone não fica lá "carregando até o talo" enquanto você dorme.

O Realme 8 Pro tem várias câmeras na traseira. O sensor que mais chama a atenção é o principal de 108 MP (megapixels). Apesar do tamanho gigante, ele brilha mesmo ao tirar fotos em boas condições de tempo (locais claros e abertos).

Este modo não fica selecionado por padrão, e você deve tomar cuidado, caso tire foto com ele a toda hora, pois cada arquivo pode ter tranquilamente 40 MB (Megabytes).

No modo de fotografia padrão, ele tira fotos com resolução de 12 MP, o que dá arquivos de 3 MB, de boa qualidade, com bom nível de detalhamento e nitidez.

Fotos tiradas com o celular Realme 8 Pro

Como é praxe em aparelhos de gama intermediária, no modo noturno as imagens saem ok, mas faltam definição de detalhes, que apenas celulares topo de linha costumam proporcionar.

Ao tirar selfies, o sensor de 16 MP dá conta do recado. Além de ter o modo retrato, o software de câmera aciona a tela para iluminar o rosto durante a foto, algo que ajuda bastante se você estiver em um local com pouca luz.

Se você curte vídeos, o Realme 8 Pro filma em até 4K a 60 quadros por segundos. Outro recurso interessante é a exibição dupla de vídeo. Com ela, é possível gravar simultaneamente com a câmera frontal e a traseira. Pode ser legal se você estiver filmando algo e querer captar sua reação.

O celular tem ainda o modo estrelado que, como o nome sugere, ajuda a captar imagens em timelapse do céu noturno. A única questão é que é necessário um bom tempo de exposição e o telefone precisa estar estabilizado com um tripé ou algum outro tipo de suporte.

Quando foi lançado, o Realme 8 Pro tinha preço sugerido na casa dos R$ 2.599. Agora, no início de 2022, é possível achá-lo em varejistas por R$ 1.900.

Apesar de já estarmos próximos da instalação de redes 5G (previstas para até julho de 2022 nas capitais), ter um aparelho apenas 4G não é de todo ruim. De início, o 5G terá como atrativo uma velocidade mais alta, porém deve levar um tempo para termos aplicações que vão usar toda essa conexão.

Então, o Realme 8 Pro deve quebrar o galho de boa parte das pessoas, proporcionando bom desempenho para quem não precisa nem de um aparelho muito básico nem muito avançado.

Para quem gosta de aparelhos nessa linha, vale sempre dar uma olhada na linha Galaxy A, da Samsung, Moto G, da Motorola e alguns Redmi, da Xiaomi.