As vendas oficiais do iPhone 14 Pro começam nesta sexta-feira (14) no Brasil. Para quem está pensando em trocar o celular pelo lançamento, já digo logo para pular esse review se você tem o iPhone 13 Pro ou o 13 Pro Max, lançados no ano passado.

Foi a percepção que tive depois de testar o telefone por quase uma semana. As boas melhorias presentes no iPhone 14 Pro + seu custo-benefício não superam a vida útil do smartphone de 2021 e a economia de grana para a maioria das pessoas. Guardaria o dinheiro para investir no iPhone 15 ou até mesmo num futuro iPhone 16, daqui dois anos.

Dito isso: vamos ao que interessa: o que o iPhone 14 Pro, de 6,1 polegadas, tem de bom e o que ele tem de não tão bom assim — o irmão iPhone 14 Pro Max é muito semelhante em configurações. O que muda é o tamanho de tela, de 6,7 polegadas, e uma bateria maior.

iPhone 14 Pro

Preço

R$ 9.499 parcelado/R$ 8.549,10 à vista (a partir de) Comprar

TILT

4,3 /5

USUÁRIOS

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ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Tela

5,0

Novo entalhe, taxa de atualização variável (de 1Hz até 120 Hz) e mais brilho

Touch

5,0

Áudio

5,0

Câmera Frontal

4,0

O sensor de selfie agora tem foco variável e automático

Câmera Traseira

5,0

A Apple aumentou os pixels do sensor e trouxe melhorias em processamento de imagem

Gravação de Vídeo

5,0

Desempenho

5,0

A16 Bionic ficou ainda mais rápido do que a geração anterior

Peso

4,0

O celular não é leve; em gramas a alteração foi pouca de um ano para o outro

Bateria

3,0

A bateria segue durando um dia (às vezes, menos que 24h)

Usabilidade

4,0

O novo entalhe fez o iPhone melhorar sua usabilidade

Design

4,0

Custo x Benefício

3,0

Pontos Positivos

• Dynamic Island é uma resposta inteligente e funcional para o entalhe e nenhum concorrente tem
• Conjunto de câmeras ganhou novos recursos e sensores
• Processador segue consolidando o celular como computador de bolso

Pontos Negativos

• A bateria ainda segue como um fator de atenção (o iPhone 14 Pro Max deve ser melhor nesse quesito)

Veredito

Mais um ano a Apple oferece um celular com desempenho excelente. Ele aguenta de funções básicas a usos profissionais (como editar vídeos grandes com arquivos pesados). O novo entalhe melhora a usabilidade e aproveitamento da tela. As câmeras foram atualizadas. Contudo, as melhorias justificam o investimento em perfis específicos de público.

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link de compra recomendado neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.

As mudanças na parte traseira são sutis. O posicionamento de câmeras segue no mesmo lugar, mas agora elas estão maiores.

Segundo a Apple, o design interno não é igual ao iPhone 13 Pro. O lançamento foi construído para ter melhor rendimento térmico — esquenta menos.

O lançamento é vendido em quatro cores: roxo-profundo (o testado), dourado, prateado e preto.

O modelo roxo tem a cor mais linda que já vi num iPhone. E não falo só por ser minha cor favorita. Outros colegas também acharam linda. O telefone tem um efeito de iluminação que muda a tonalidade conforme você movimenta o telefone.

Dynamic Island: entalhe que se mexe

O recorte que abriga a câmera de selfie e os sensores de reconhecimento facial até ficou 20% menor no ano passado, mas a mudança nem se compara com o novo entalhe Dynamic Island (Ilha Dinâmica, na tradução direta — a Apple informou que não terá uma tradução oficial no Brasil).

O notch tem formato de pílula e um círculo. Com ajuda de software, o celular preenche o espaço vazio entre os dois. Assim, tudo parece integrado.

Na prática, ele esconde o recorte exibindo notificações e permitindo controle de aplicativos funcionando em segundo plano.

Abaixo estão alguns testes que fiz. A transição de todos fluiu muito bem, com resposta rápida conforme os comandos.

• Passar de uma música para outra direto nessa parte da tela.
• Ativar o timer do relógio e deixá-lo em destaque.
• Usar a navegação de mapa.

Apenas dois programas funcionam ao mesmo tempo. E a ideia é que mais aplicativos sejam adaptados com o passar do tempo.

Sim, não foi dessa vez que o entalhe sumiu. Mas é uma solução inteligente e inovadora em design que deu utilidade a esse espaço que já estaria ali de qualquer forma no celular.

Concordo com a percepção de outros colegas que já testaram a linha iPhone 14 Pro: a ilha ainda é um ponto de partida para algo que pode se popularizar.

Dá para viver sem ela tranquilamente com outros iPhones? Certamente. Ao mesmo tempo, estou curiosa para saber se os concorrentes vão copiá-la ou se seguirão o caminho tradicional de acabar com o entalhe.

Um resumo da tela do iPhone 14 Pro:

• Painel mais brilhante. A Apple promete brilho máximo de até 2.000 nits em ambiente externo. O iPhone 13 Pro tem um pico máximo de 1.200 -- ainda não notei tanta diferença.
• Taxa de atualização que varia de 1 Hz até 120 Hz (atualiza 120 vezes a cada segundo). Quanto mais alto, melhor é a fluidez das animações. Porém, isso exige mais bateria e inteligência do celular para equilibrar quando precisa ser mais fluida para o consumo ser otimizado.

Tela sempre ativa

A linha 14 funciona também com a tela sempre ativa (algo que os celulares Android já tinham faz tempo). Por padrão, o celular desliga os pixels de luz quando ela está bloqueada, deixando apenas algumas informações levemente iluminadas, como o horário e notificações.

Senti uma diferença considerável nos testes quando ela estava ativa. A bateria durou umas 3h a mais quando a função ficou desligada. É uma percepção inicial, mas ficarei de olho para ter dados mais precisos nas próximas semanas.

Câmera tripla:

• grande-angular de 48 MP com abertura f/1.78
• ultra-angular (para capturar mais conteúdo) de 12 MP, com abertura f/2.2
• teleobjetiva (para zoom) de 12 MP, com abertura f/2.8

O sensor grande-angular foi de 12 para 48 MP. O que isso significa? A nova câmera combina quatro pixels em um. Isso melhora fotos tiradas em ambientes com pouca luz, além de oferecer ainda mais contraste, textura e detalhes.

É um ótimo avanço, principalmente para quem trabalha com fotos. Mas é bom destacar que imagens com 48 MP ocupam mais espaço de armazenamento. E, para funcionar, o iPhone precisa estar com o formato de imagem ProRAW (mais profissional) habilitado nas configurações de câmera.

Fiz mais registros com 12 MP mesmo. Quero testar mais profundamente essa novidade nas próximas semanas.

Outra novidade é que agora existem mais opções de zoom óptico (o digital tende a perder definição): 1x (foto padrão), 2x e 3x. Isso dá mais versatilidade para as fotografias amadoras e profissionais com o telefone.

iPhone 14 Pro: fotos feitas com as câmeras do celular de 2022 da Apple

1 / 14

iPhone 14 Pro: imagem com a opção da lente 0,5 ativada (visão do prédio da Folha/UOL)

Bruna Souza Cruz/Tilt

2 / 14

iPhone 14 Pro: foto tirada com uma janela de vidro na frente

Bruna Souza Cruz/Tilt

3 / 14

iPhone 14 Pro: registro com a lente principal (com 12 MP)

Bruna Souza Cruz/Tilt

4 / 14

iPhone 14 Pro: foto tirada com a opção 1x ativada

Bruna Souza Cruz/Tilt

5 / 14

iPhone 14 Pro: foto tirada com a opção 2x ativada

Bruna Souza Cruz/Tilt

6 / 14

iPhone 14 Pro: foto tirada com a opção 3x ativada

Bruna Souza Cruz/Tilt

7 / 14

iPhone 14 Pro: registro com a lente principal (com 12 MP)

Bruna Souza Cruz/Tilt

8 / 14

iPhone 14 Pro: registro com a lente teleobjetiva

Bruna Souza Cruz/Tilt

9 / 14

iPhone 14 Pro: ambiente com luz artificial; foto tirada com a opção 1x ativada

Bruna Souza Cruz/Tilt

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iPhone 14 Pro: ambiente com luz artificial; foto tirada com a lente teleobjetiva

Bruna Souza Cruz/Tilt

11 / 14

iPhone 14 Pro: foto tirada em ambiente com luz natural; opção 0,5 ativada (ela amplia o ângulo de visão)

Bruna Souza Cruz/Tilt

12 / 14

iPhone 14 Pro: registro com a lente principal (com 12 MP)

Bruna Souza Cruz/Tilt

13 / 14

iPhone 14 Pro: selfie com a câmera de 12 MP

Tilt

14 / 14

iPhone 14 Pro: selfie tirada com o sensor de 12 MP

Bruna Souza Cruz/Tilt

A câmera frontal segue com 12 MP, mas agora ganhou foco variável e automático. O celular faz ajustes rápidos quando tem mais de uma pessoa na selfie. Isso reduz a chance de alguém ficar desfocado. O flash também está 10% mais brilhante.

Gravação de vídeo: modo ação

A estabilização em vídeo fica melhor a cada ano no iPhone. O 13 Pro Max é ótimo nisso e a linha nova ganhou o "modo ação". A configuração precisa ser ativada e serve para capturar cenas com bastante movimento, como uma corrida (a pé, de moto, de bicicleta...).

Dependendo, a mudança é sutil (quando tem pouco movimento ao redor, por exemplo). Mas dá sim para sentir que a cena fica mais estável e menos tremida. Só é preciso que o ambiente tenha bastante iluminação. Caso não tenha, o celular exibe um alerta.

A novidade tem utilidade maior para quem tem um uso mais profissional do celular (lembra que ele começa custando quase R$ 10 mil). Se não é o seu caso, iPhones do ano passado e até de 2020 ainda possibilitam boas filmagens.

Depois de longa espera, a Apple renovou em 2021 as baterias de toda a linha iPhone 13. Neste ano, a atualização foi singela:

iPhone 14 Pro

• Reprodução de vídeo: até 23 horas
• Streaming de vídeo: até 20 horas
• Reprodução de áudio: até 75 horas

iPhone 13 Pro

• Reprodução de vídeo: até 22 horas
• Streaming de vídeo: até 20 horas
• Reprodução de áudio: até 75 horas

Para quem já usou o 13 Pro Max, onde a bateria durava quase dois dias com uso moderado, o fato de o 14 Pro durar em média um dia completo é mais um argumento de que a substituição não vale neste caso (e nem quem tiver o 13 Pro "normal").

E é isso. Os consumidores que compram iPhone têm duas saídas: aceitar que a bateria do celular ainda é uma questão de atenção e pagar o alto preço ou pesquisar melhores custo-benefício em versões passadas.

O A16 Bionic é o nome do novo processador. Ele é excelente e a Apple promete que ele consome 20% menos energia.

Isso ainda não deu para provar, mas não tive problema com engasgos fazendo tarefas simples e mais complexas (como editando vídeos e imagens direto do celular).

Detecção de acidentes

Toda a linha de 2022 possui tecnologias internas que permitem acionar serviços de emergência — como acelerômetros e giroscópio que identificam mudanças drásticas de velocidade durante uma batida de carro. Algoritmos interpretam os dados fornecidos por eles (como GPS) para calcular situações de risco.

O SOS de Emergência é outro recurso novo que usa sensores do celular e software para se conectar com antenas de satélite para envio de mensagens em determinadas situações de perigo. A novidade só funcionará nos Estados Unidos e Canadá, por enquanto.

Essa análise está muito baseada nas linhas iPhone 14 Pro e iPhone 13 Pro. Não consegui fazer diferente, pois a versão de 2022 é uma atualização da de 2021 em alguns recursos. Não houve evoluções exclusivas suficientes que justifiquem a compra ser um bom investimento para a maioria das pessoas — isso, inclusive, tem se repetindo nos últimos anos.

• É um excelente celular? Sim, como seus antecessores recentes.
• O desempenho aguenta uso profissional? Com certeza. É um computador de bolso para muitos usos.
• Tira belas fotos? Sim.
• Tem recursos de câmeras profissionais para vídeo? Sim.

O 14 Pro tem tudo isso. Mas iPhones de um, dois anos atrás ainda possuem vida útil de uns bons anos (se tudo funcionar como previsto).

O lançamento deve convencer um público mais restrito:

• Entusiastas e profissionais da fotografia e videomakers: câmeras atualizadas devem atrair quem precisa/deseja produzir conteúdo com ainda mais qualidade técnica.
• Quem tem um iPhone muito antigo e quer/pode investir num telefone que pode durar anos.
• Fãs com dinheiro.