Realme 11 Pro+ tem quase tudo que um top de linha oferece, menos o preço
René Ribeiro
Colaboração para Tilt, em São Paulo
02/08/2023 04h00
Sempre fico desconfiado do marketing excessivo de algumas empresas ao tentar vender um celular mas, durante os testes do novo realme 11 Pro+ 5G, essa percepção caiu por terra. O telefone, lançado ontem (1º) por R$ 4.599, surpreende de várias formas.
Um spoiler que dou sobre o review de hoje é: apesar de ser de gama intermediária, ele tem performance digna de um top de linha — e custa menos.
Realme 11 Pro+
Preço
R$ 4.599 R$ 2.839 (Amazon - 02/08/2023) Comprar5,0
Taxa de atualização alta - boa para games; usa HDR10+, que torna as cores mais vibrantes
5,0
3,0
4,0
4,0
4,0
Faz vídeos em 4K a 30 fps e também full HD e HD em 60 fps ou 30 fps
5,0
5,0
5,0
Recarga ultrarrápida faz toda a diferença, mesmo que a bateria tenham uma vida útil na média para a categoria
5,0
3,0
4,0
Pontos Positivos
- Ótimo desempenho para a categoria de celular intermediário
- Boas câmeras
- Carregamento ultra rápido (de 0 a 100% em 32 min.)
- Ótima tela
- Design fino e leve
Pontos Negativos
- Não tem nenhuma certificação de resistência à água
- Estrutura física da câmera traseira fica muito exposta
- Software da câmera precisa de pequenos ajustes
Veredito
O realme 11 Pro+ 5G se mostra como um excelente celular em desempenho, conjunto de bateria e versatilidade das câmeras. É um modelo intermediário com funções muito próximas dos smartphones mais avançados -- e mais caros.
O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link recomendado neste conteúdo. Valores recebidos não influenciam nossos critérios editoriais.
A fabricante chinesa realme acertou na estratégia de chamar a atenção dos consumidores já na caixa. Ela é chamativa, grande e com o número 11 gigante printado na tampa.
Ao abri-la, entendi o motivo: o carregador tem quase o tamanho de uma fonte de um laptop modelo MacBook Air, da Apple - explico mais sobre ele a seguir.
A realme sempre gostou de um visual diferentão e, nesse aparelho, até fez parceria com o designer de acessórios Matteo Menotto, que, atualmente, desenha peças para a Bvlgari.
O 11 Pro+ 5G tem a parte de trás feita de couro em tom bege claro e é dividido ao meio por uma fina fita dourada trançada, ladeada por costuras - que também circundam o anel que abriga a câmera tripla e o flash.
O visual ficou elegante e sofisticado como um acessório de moda. Mas, com o tempo, o couro claro pode sujar. Logo, o consumidor provavelmente terá que usar uma capinha protetora.
Um ponto de atenção também é que o círculo onde ficam as lentes traseiras ficam para fora, com maior relevo na parte de trás. O vidro que protege as lentes exibe confiança, parece ser bem resistente. Contudo, pode rachar, como todo vidro.
Então a dica nesse tópico é tomar cuidado com a limpeza e as quedas.
Na usabilidade, é bem confortável de segurar e os botões de volume e de liga/desliga ficam na borda direita, bem ao alcance do polegar.
Na parte de baixo estão presentes o conector USB-C 2.0 e um alto-falante. Na parte de cima está mais um alto-falante e um microfone para auxílio da redução de ruídos em chamadas.
Os dois alto-falantes são muito bem vindos, pois funcionam em estéreo automaticamente quando o aparelho é virado de lado, o que é ótimo para assistir filmes.
A USB-C, além da função de carregar a bateria e transferir dados para o computador, também pode ser utilizada para um fone de ouvido.
O modelo tem uma tela curva de 6,7 polegadas(17 cm) com tecnologia AMOLED.
Ela é ótima para jogos e filmes, pois a transição das cenas é bem fluída - isso por conta da alta taxa de atualização do painel: 120 Hz, que pode baixar a frequência para 60 Hz automaticamente. Essa segunda configuração é interessante, pois ajuda na economia da bateria.
O brilho da tela é alto, mesmo quando não está no máximo, e não tive dificuldade para usar em ambiente externo com muita luz. Para quem gosta de detalhes, ainda é possível alterar o perfil de cores nas configurações, para Vivid, Natural e Pro, de acordo com a preferência.
Nos testes, foi bem interessante alternar entre os modos e ver a diferença entre brilho e contraste, deixando de acordo com a luz ambiente para aproveitar a experiência de assistir um filme, jogar, ou quando usava a câmera para visualizar com nitidez o local ou objeto para tirar uma boa foto.
Por fim, traz também um sensor biométrico para desbloqueio da tela que funciona muito bem.
Assistir a vídeos, instalar novos apps, usar mapas em tempo real foram tarefas fáceis demais para esse smartphone. Instalei um monte de aplicativos e tudo fluiu bem.
Comecei depois a colocar jogos com gráficos pesados: Call of Duty Mobile, Black Desert e Asphalt 9 rodaram lisos, o que nem sempre acontece com celulares intermediários.
Isso tudo graças ao processador Dimensity 7050, da empresa MediaTek, com 8 núcleos, trabalhando a 2,6 GHz. Esse conjunto e a memória RAM (que ajuda no desempenho) de última geração, com 12 GB, fizeram o smartphone funcionar como um top de linha, sem exagero.
As câmeras são outro ponto positivo. O Realme 11 Pro+ possui três lentes na parte traseira. Ela inclui um sensor de 200 MP do tipo ISOCELL HP3 Samsung, o mesmo presente em celulares topo de linha da marca sul-coreana. Ou seja, os mais caros e avançados.
As outras lentes se dividem em:
- Grande angular de 8 MP
- Macro de 2 MP (para fotos de objetos/cenas aproximadas)
No geral, as imagens ficam muito bonitas à luz do dia e em ambientes bem iluminados, com bons níveis de contraste e brilho.
O app da câmera tem opção para fazer zoom em 2x e 4x clicando diretamente no menu, sem precisar fazer o movimento de pinça. E também pode chegar a um zoom de 20x. Este último não oferece uma nitidez ótima, porém, é possível visualizar objetos que estão muito longe.
O zoom em 4x apresentou inconsistência: às vezes o resultado não saía tão bom, com bordas dos objetos um pouco embaçadas. Acredito que falta algum ajuste no software da câmera, junto com recurso de inteligência artificial para resolver o problema.
A abertura da câmera principal traseira é de f/1.69, o que ajuda muito em fotos feitas em ambientes com baixa luminosidade.
No geral, elas saem decentes graças a um sensor grande e suporte OIS (estabilização óptica). O mesmo vale para fotos no modo noturno. Mesmo em um quarto escuro, a foto saiu como se tivesse iluminação, com objetos sendo capturados com nitidez.
Para quem gosta de fotos em macro, também terá uma ótima experiência, desde que o ambiente seja bem iluminado.
O software da câmera está bem completo, com vários modos de foto, como retrato, que está bem ajustado, deixando um efeito de desfoque no fundo muito bem recortado, tanto na câmera dianteira, quanto traseira. Outros modos também funcionam muito bem, como o time-lapse, vídeo com visão dupla (usa a câmera traseira e frontal ao mesmo tempo), câmera lenta e modo panorâmica.
Resolução de 200 MP
Alguns podem achar exagero, mas é bem interessante porque, na verdade, acaba funcionando como uma teleobjetiva. Nem é preciso dar zoom, você apenas tira a foto. E quando amplia a imagem na tela, consegue ver os detalhes de locais muito distantes.
Fiz um teste com um prédio, que devia estar a uns 150 metros de distância. Observe na imagem abaixo:
Em outro teste com objetos mais próximos, foi possível ver até frases escritas em um quadro. Não chega a uma excelente definição de imagem, mas é possível ver detalhes.
Selfie
As fotos em modo retrato feitas com a câmera frontal ficam ótimas com o fundo desfocado (o famoso efeito Bokeh, que desfoca o fundo), inclusive tem regulagem de desfoque.
Porém, notei que a câmera traseira não possui correção de paralaxe; os objetos que ficam nos cantos da tela, algumas vezes saem com pequena distorção de formato, causado pelo ângulo da câmera. Mais uma vez deve ser o software da câmera que precisa de ajustes.
A capacidade da bateria é de 5.000 mAh. Com testes de apps cotidianos e algumas ligações, ela dura facilmente um dia inteiro com uma única carga. Em testes com tela ligada e uso moderado, a média foi de 7h.
O resultado ficou até na média da concorrência. Contudo, o carregamento rápido do aparelho foi o que me fez dar nota máxima no quesito: a bateria foi de 0% a 100% em 32 minutos. Isso é um feito incrível e que não me lembro de ter visto em outros smartphones da concorrência.
Logo, você dificilmente ficará com a bateria zerada.
O realme 11 Pro+ 5G surpreende pelo alto desempenho, ótima tela, experiência fluida em apps e jogos, além de contar com generosos 512 GB armazenamento.
Mas, com preço oficial de R$ 4.599, acaba sendo uma escolha difícil, quando comparado a modelos mais avançados como Samsung Galaxy S23 e S22 Plus, que estão na mesma faixa se preço: a partir de R$ 3.949 e R$ 4.300, respectivamente.
A boa notícia é que dá para encontrar o realme 11 Pro+ 5G em lojas varejistas e marketplaces por preços perto de R$ 2.700. Nesse caso, o novo celular é uma ótima opção.
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Sistema Operacional
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Android 13
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Dimensões
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161.6 mm de altura e largura 73.9 mm; 189 gramas
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Resistência à água
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Não tem
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Tipo
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Amoled
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Tamanho
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6,7 polegadas
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Resolução
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FHD+ (2.412 x 1.080 pixels)
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Câmera Traseira
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Tripla: 200 MP, 8 MP e 2 MP
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Processador
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Dimensity 7050, da MediaTek
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Armazenamento
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512 GB
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Memória
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12 GB de RAM
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Bateria
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5.000 mAh