Topo

Oppo Reno 7 faz ótimas selfies e imagens microscópicas, mas cobra caro

Oppo Reno 7 na cor preto cósmico, com discreto brilho e acabamento fosco Imagem: Marcella Duarte

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

07/12/2022 04h00

A fabricante chinesa Oppo lançou, em setembro, seu primeiro celular no Brasil: o Reno 7. Um "intermediário premium" que, com algumas inovações e uma pegada moderna, veio para disputar este acirrado segmento do mercado.

O Reno 7 não é compatível com tecnologia 5G (algo esperado em um aparelho novo desta faixa de preço), mas possui recursos interessantes. Os diferenciais que mais me chamaram a atenção foram a câmera microscópica, a qualidade das selfies, o controle por "gestos no ar" e a RAM expansível.

O preço, porém, é um obstáculo. Testamos o smartphone por duas semanas e damos o veredito:

Reno 7

Preço

R$ 2.999 (até 10x sem juros) Comprar
TILT
4,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

5,0

5,0

3,0

Audio mono; nesta faixa de preço, poderia ser estéreo

5,0

Sensor Sony IMX709 de 32 MP, combinado com o tratamento de imagens, gera ótimas selfies

4,0

Modo miscroscópico é incrível, mas falta uma lente telephoto ou ultrawide para o conjunto de câmeras ser ótimo

4,0

Full HD a 30 quadros por segundo (fps), sem estabilização eletrônica

4,0

5,0

Um dos aparelhos mais leves e finos do mercado

5,0

4,0

5,0

3,0

Há muitos concorrentes neste mercado; pelo menos preço é possível levar mais

Pontos Positivos

  • Leve e bonito
  • Câmera de selfie
  • Modo microscópico
  • RAM expansível
  • Bateria carrega rápido e dura o dia todo
  • Garantia de 5 anos

Pontos Negativos

  • Não é compatível com 5G
  • Conjunto de câmeras pouco versátil
  • Baixa resistência a água (IPX4)
  • Áudio não é estéreo
  • Caro em relação aos concorrentes

Veredito

O Reno 7 tenta "oferecer mais por menos" -- mas acaba sendo nem tão mais e nem tão menos. Um lançamento morno, que chegou mais caro do que o esperado e frustrou expectativas de quem mirava nos top de linha da marca. Ainda assim, é um bom celular, com alguns recursos diferenciados. O modo microscópico impressiona, a câmera frontal rende selfies lindas e a RAM expansível pode dar um fôlego extra ao sistema. Uma experiência interessante, mas que não vale o que custa atualmente.

Ao comprar pelo nosso link, ganhamos uma comissão, mas você não paga a mais por isso.

Algo que impressiona ao pegar o celular na mão pela primeira vez é que ele tem uma grande tela mas é bem leve e fininho (0,75 cm de espessura e 175 g de peso), gostoso de manusear.

O acabamento é todo de plástico, mas com aspecto refinado e resistente. O modelo testado é da cor "preto cósmico", com traseira texturizada com um interessante "brilho fosco", que não deixa marcas de digitais.

A única outra opção, azul aurora (na minha opinião, mais bonita), reflete a luz de uma maneira diferente, com efeito furta cor.

A caixa inclui cabo, carregador 33W e uma capinha clássica de silicone transparente, para já sair usando.

Conteúdo da caixa do Reno 7, na cor azul aurora Imagem: Divulgação

A tela é grandona mas nem tanto, o que para mim é um ponto positivo — confortável para assistir vídeos mas ainda dá para usar o celular só com uma mão. São 6,4 polegadas (16,25 cm), com tecnologia Amoled e resolução Full HD+.

O sensor de impressão digital fica sob a tela e é bem responsivo; há uma pequena borda preta na parte inferior — que não me incomodou nem um pouco, mas pode irritar uma pessoa com TOC (ou um virginiano).

Imagem: Marcella Duarte

As cores são vívidas, com ótimo contraste e nível de brilho. A taxa de atualização é boa, de 90 Hz, mas poderia ser melhor (ela garante boa fluidez aos vídeos e games, mas os aparelhos mais premium do mercado já trabalham com taxas de 120 Hz; alguns até com 144 Hz).

O ponto realmente negativo é o único alto-falante na parte inferior; o áudio é mono e com potência mediana, prejudicando as experiências multimídia.

A traseira tem câmera principal de 64 MP, um sensor de 2 MP (para fotos com fundo desfocado) e uma lente macro de 2 MP — a mais diferentona, que permite o modo microscópio, com zoom de até 30x, para ver detalhes muito pequenos, como texturas de plantas, fibras de tecidos e poros da pele. É bem impressionante e divertido, funciona realmente como um microscópio.

Senti falta de uma lente telefoto, com zoom óptico, ou mesmo de uma ultrawide, para captar planos mais abertos. Me parece que foi uma "troca" da fabricante pela microscópica — que, sim, é rara no mercado, mas não é algo que faça a diferença no dia a dia. Se ela fosse uma adição (e não uma troca), resultaria em um conjunto bem mais versátil e quase imbatível.

A câmera principal (wide) produz boas imagens, principalmente em locais iluminados. Ele usa um algoritmo de binning (que combina quatro pixels em um) e matriz de RGBW, capazes de capturar até 60% mais luz e reduzir em até 35% os ruídos da fotografia, de acordo com a marca.

As fotos ficam bem nítidas, com um contraste e uma saturação bacanas; o modo noturno funciona bem, destacando luzes e sombras. Há a opção de aprimoramento com inteligência artificial (basta tocar no ícone 'AI' no topo da tela), que dá um "up" na cena.

Cena diurna Imagem: Marcella Duarte
Cena noturna Imagem: Marcella Duarte

Vídeos são gravados em resolução Full HD a 30 quadros por segundo (fps), sem estabilização eletrônica — não é tão bom para isso, mas está na média para a categoria. Dá para fazer vídeos de visão dupla, gravando simultaneamente o que vem das câmeras frontal e traseira em um único arquivo.

Modo microscópico

Eu usei bastante o "microscópio", em diversas superfícies — de folhas de plantas ao focinho do meu gato —, mais como entretenimento do que como câmera em si.

Ao olhar na tela, as imagens revelam coisas invisíveis aos nossos olhos (inclusive, confirmei que absolutamente tudo que possuo está coberto de pelos e poeira). Dá para escolher entre 15x e 30x de aumento.

Mas às vezes é um pouco difícil tirar a foto, principalmente na maior ampliação. Para sair focado, o objeto precisa estar bem próximo da lente, a poucos milímetros de distância, e não pode haver nenhum movimento dele ou do celular na hora do clique.

Modo microscópico Reno 7

Esta lente possui uma luz orbital (como um mini ring light embutido) ao seu redor, que ajuda a iluminar o alvo. Ela também funciona como um indicador de notificações do celular, piscando quando há mensagens não lidas e ficando acesa quando o aparelho está carregando.

Selfies

A câmera frontal é bem boa, com o sensor IMX709, de 32 MP, desenvolvido pela Sony exclusivamente para a Oppo. Ela entrega imagens nítidas e claras, mesmo em condições de baixa iluminação.

Além disso, há o modo retrato bokeh (com desfoque de fundo e opções de efeitos de luz) e filtros de beleza customizáveis (você pode deixar seu rosto mais natural ou artificial, melhorando a textura da pele e até modificando traços, como tamanho do nariz, olhos, queixo e bochechas).

Mesmo se optar por não usar os efeitos, as cores ficam mais vibrantes e iluminadas que na realidade, dando uma bela valorizada na pessoa. Gostei muito das imagens — alguém que poste muito nas redes sociais irá gostar ainda mais.

Selfie tirada "ao natural" (esquerda) e no modo retrato, com efeitos de beleza e bokeh ativados (direita) Imagem: Marcella Duarte

A decente bateria de 4.500 mAh, como prometido, dura o dia inteiro com um uso moderado. Méritos para a empresa ter conseguido fazer ela "caber" em um celular tão leve e fininho.

O carregador superrápido de 33W (incluso na caixa) é bom; a carga completa acontece em cerca de uma hora. Em uma situação de emergência, mesmo 5 minutinhos na tomada já te permitem um bom tempo de uso.

Mas lembramos que alguns Xiaomi já vêm com um carregador de 67W, que enche a bateria em cerca de meia hora.

Os smartphones da Oppo usam uma amigável personalização do sistema Android chamada ColorOS, que, entre outros, permite a criação de avatares exclusivos (os chamados "omojis") e as interações por meio de gestos no ar: dá para controlar a tela com movimentos na frente dela, para cima e para baixo. Isso pode ser últil quando se está com as mãos ocupadas ou sujas, ou mais longe do celular — por exemplo, cozinhando.

O processador Snapdragon 680, da Qualcomm, não é o mais avançado mas oferece bom equilíbrio entre desempenho e consumo de energia (é rápido e a bateria dura mais). Seu funcionamento foi bem consistente durante o período de testes. Ele rodou "liso" mesmo usando amplamente os recursos da câmera, assistindo streaming e jogando games não muito pesados.

O recurso "quick start" deixa aplicativos mais exigentes pré-carregados, para que sejam inicializados mais rapidamente; já o modo "game focus" bloqueia notificações de outros apps durante jogos.

RAM expansível

Quem quiser aumentar o desempenho do Reno 7 tem uma possibilidade interessante: ampliar virtualmente a memória RAM (de 6 GB para até 11 GB). Basicamente, uma parte do armazenamento interno disponível é convertido em memória — não é tão eficiente quando uma RAM física, mas muito útil para quem joga muito ou abre diversos aplicativos pesados ao mesmo tempo.

Esta tecnologia é uma das novidades da indústria de smartphones, por enquanto disponível apenas em alguns modelos da Oppo, Xiaomi e Realme. A conversão pode ser feita e desfeita a qualquer momento.

O Reno 7 só tem uma opção de configuração, com 8 GB of RAM e 256 GB de armazenamento interno — que pode ser expandido com cartão microSDXC.

A chinesa diz ter apostado neste primeiro modelo, e não em um top de linha, devido ao valor mais acessível. Mas ele chegou mais caro que o esperado. Para efeitos comparativos, em conversão direta, o Reno7 custa cerca de R$ 2.000 no México e R$ 1.800 na Índia, dois mercados emergentes, similares ao Brasil.

Assim, para quem busca um intermediário premium, há opções bem mais em conta, como o Moto G52 (com o mesmo Snapdragon 680 e tela de 90 Hz, mas lente ultrawide e o som estéreo, hoje por menos da metade do preço - R$ 1.300).

Já por um valor parecido, há modelos que entregam mais, como o Moto G82 e o Galaxy S21 FE, ambos compatíveis com 5G e encontrados hoje por cerca de R$ 2.600. Assim, é difícil optar pelo Reno 7 — a não ser que você faça questão do modo microscópico ou goste muito de seu design.

Comprar Moto G82

Comprar Galaxy S21 FE

Comprar Reno 7

Os revendedores oficiais do Reno 7 no Brasil são a Amazon e a Vivo — às vezes, há promoções com cerca de R$ 500 de desconto, o que o torna uma opção mais interessante. Quem comprar o aparelho até 31/12 nestas lojas e se registrar no site da marca será contemplado com uma ampla garantia de 5 anos (em geral, um celular tem apenas um ano de cobertura).

A Oppo é a quarta maior fabricante de smartphones do mundo, atrás de Samsung, Apple e Xiaomi, segundo a consultoria de mercado Counterpoint.

Especificações técnicas
  • Sistema Operacional

  • ColorOS 12, baseado em Android 12

  • Dimensões

  • 16 x 7,3 x 0,75 cm; 175 gramas

  • Resistência à água

  • IPX4 (respingos de água e suor)

  • Cor

  • Preto cósmico ou Azul aurora

  • Preço

  • R$ 2.999

Tela
  • Tipo

  • AMOLED - taxa de atualização de 90Hz

  • Tamanho

  • 6,4 polegadas

  • Resolução

  • Full HD+ (1.080 x 2.400 pixels)

Câmera
  • Câmera Frontal

  • Sony IMX709 32 MP (f/2.4)

  • Câmera Traseira

  • 64 MP (f/1.7) + 8 MP (f/3.3 microscópica) + 2 MP (f/2.4)

Dados técnicos
  • Processador

  • Snapdragon 680 4G Qualcomm SM6225

  • Armazenamento

  • 128 GB

  • Memória

  • 6 GB (expansível para até 11 GB)

  • Bateria

  • 4.500 mAh com carga SuperVOOC de 33W

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Oppo Reno 7 faz ótimas selfies e imagens microscópicas, mas cobra caro - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Review