Redmi Note 9 traz câmera quádrupla competente, mas vacila no desempenho
Campeã do custo benefício, a Xiaomi teve que se explicar depois que anunciou o preço do Redmi Note 9. O celular intermediário chegou ao país custando a partir de R$ 2.699 (64 GB), surpreendendo pelo valor bem mais alto na comparação com o Redmi Note 8. Na ocasião, a empresa colocou a "culpa" do preço na alta do dólar e na tributação brasileira.
Meses depois, o novo modelo pode ser encontrado pela metade do preço de lançamento em marketplaces —uma proposta atrativa para um celular com câmera quádrupla e outros bons recursos.
Após duas semanas com o aparelho, podemos dizer que é um investimento que não traz grandes arrependimentos. Mas é importante chegar com expectativas moderadas, já que o Redmi Note 9 deixa a desejar em alguns sentidos —e há opções melhores por aí.
Como destaques, o celular agrada pela versátil câmera traseira quádrupla. Além disso, a bateria demonstrou grande autonomia. E a tela atende as necessidades de quem gosta de assistir a séries ou consumir bastante conteúdo em vídeo no YouTube.
Por outro lado, o design, o conforto no uso do celular e, principalmente, o desempenho vacilam um pouco. Ainda assim, pelo valor em que o Redmi Note 9 é encontrado atualmente, é um aparelho com preço justo em relação aos recursos oferecidos.
Redmi Note 9
Preço
R$ 2.699 R$ 1.299 (Shopping UOL - 28/09/2020) ComprarPontos Positivos
- Câmera quádrupla por preço acessível
- Bateria para dois dias de uso moderado
- Tela ótima para consumo de vídeo e para jogar
Pontos Negativos
- Desempenho lento, com direito a travadas em apps
- Fotos tiradas foram piores que as de concorrentes
- Usabilidade é comprometida pelo tamanho e controles velhos de Android
Veredito
Com câmera quádrupla versátil e competente, boa tela e ótima bateria, modelo da popular linha da Xiaomi tem bom custo-benefício no preço de marketplaces. No valor cobrado pela loja da marca, porém, concorrentes têm opções melhores.
Como prometido, vamos começar falando das câmeras do Redmi Note 9. A principal é quádrupla, trazendo um sensor grande angular (8 MP), um macro (2 MP) e um de profundidade (2 MP) para complementar o principal (48 MP). Usei o celular para tirar umas fotos em algumas caminhadas e gostei do resultado, ainda que as imagens não tenham ficado perfeitas.
Na fotografia acima, de uma casa de pássaros cercada de árvores, os objetos focados no primeiro plano saíram bem na foto, mas a claridade estourou no fundo, comprometendo a visibilidade das fotos.
Com céu mais aberto e iluminação mais equilibrada, os resultados foram excelentes, com bom equilíbrio de cores e imagens bem detalhadas. De noite, com iluminação artificial ou pouca luz, as poucas fotos tiradas ficaram apenas satisfatórias.
Quando experimentei o sensor macro, os resultados foram bons. No caso da flor, o celular ficou um pouco confuso no foco, borrando partes da imagem que não deveriam ficar assim. Mais um caso de foto que não ficou ruim, mas poderia ser melhor. No caso da foto de componente de computador —foto feia, ok —, o sistema acertou no reconhecimento. Já a câmera frontal também teve bom desempenho, em especial quando a claridade era favorável. Veja estes testes no final deste texto.
Considerando a geração anterior da linha Redmi Note, o novo modelo ganhou bastante capacidade para ficar longe da tomada. O Redmi Note 9 tem uma bateria de 5.020 mAh, o que está perto da liderança entre os smartphones lançados nos últimos anos.
Mas números não significam nada se não forem testados na prática. No uso do dia a dia (de home office, vale dizer), os 5.020 mAh corresponderam a uma faixa entre um dia e meio e dois dias de uso moderado. Quando fiz um uso mais intenso, deixei o celular sem carregar durante a noite e ele amanheceu desligado.
Com 6,5 polegadas, o Redmi Note 9 tem um visor que se aproxima dos maiores do mercado. Ainda que existam opções maiores, como o recém-lançado Moto G9 Plus, a tela do celular da Xiaomi tem ótimo tamanho para que você consuma conteúdo.
Como testamos o celular de casa, o uso foi um pouco diferente daquele que teríamos dentro da saudosa normalidade. Ainda assim, usamos o Redmi Note 9 para assistir vídeos no YouTube, acompanhar streams na Twitch e fazer uma reunião via Google Meet. Para todas essas funções, a experiência foi boa.
Por outro lado, a tela grande significa um celular idem. Em alguns modelos com Android 10, a interface de gestos para navegação diminui os problemas de uso trazidos pelo tamanho avantajado, mas este não é o caso do Redmi Note 9. O modelo da Xiaomi fica só com os três botões virtuais do sistema do Google, o que compromete a usabilidade —que já costuma ser ruim em aparelhos grandes.
Isso significa que usar o celular com uma só mão é bem desconfortável. Para atualizar o feed do Instagram ou Twitter, ou mandar um áudio no WhatsApp, isso acaba não sendo um problema. Mas, se você precisa escrever uma mensagem ou mesmo jogar palavras cruzadas, a experiência é ruim.
De frente, o Redmi Note 9 lembra o que a Samsung tem feito desde o Galaxy S10, ao adotar um "furo" na tela para a câmera frontal. Essa decisão de design é acertada, já que o entalhe em formato de gota geralmente ocupa uma área maior do visor e tem perdido espaço nos últimos dois anos.
Na parte traseira, outro acerto é agrupar os quatro sensores da câmera em um módulo quadrado e centralizá-lo na parte de cima. Outro quadrado na cor preta, que inclui o sensor de digital, dá continuidade ao módulo —o que me agrada, mas esta é uma escolha que divide opiniões.
O ponto negativo do visual está na cor e acabamento da parte de trás e das laterais. A impressão que estes detalhes passam é que este celular é mais simples e barato do que realmente é —lembrando que ele foi lançado por R$ 2.699.
Por fim, chegamos àquele que talvez seja o maior ponto fraco do Redmi Note 9: o desempenho. Nas duas semanas que fiquei com o celular, vi o Instagram travar duas vezes. Em uma delas, o aplicativo fechou sozinho, enquanto na outra foi necessário encerrá-lo para conseguir usá-lo. O Twitter também deu uma pane desse tipo.
Em um teste de abre-e-fecha de aplicativos, o celular da Xiaomi também foi um pouco lento para a categoria intermediária de smartphones. Agora, o que causou decepção foi a impossibilidade de jogar os poucos jogos que tenho o costume de abrir no celular ultimamente: Pokémon Go e Mario Kart Tour.
O primeiro pode ser baixado, mas após o login informa que "este dispositivo, sistema operacional ou software não é compatível" com o Pokémon Go. Já o segundo sequer aparece como disponível na Play Store. Outros games populares, como Clash Royale e Free Fire, estão disponíveis e funcionam.
Para finalizar, vale comprar o Redmi Note 9 pelo preço mais baixo que ele é encontrado? Considerando o preço de marketplace, R$ 1.299, a resposta é sim. Já pelo valor que a Xiaomi vende em sua loja oficial, R$ 2.299, é melhor escolher outro aparelho.
Algo importante é qual modelo do Redmi Note 9 você irá comprar: o com 3 GB de RAM e 64 GB de armazenamento ou o de 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. O que testamos foi o com mais RAM, então espere um desempenho potencialmente inferior com a versão com menos memória.
Se você está decidido a comprar esse modelo, recomendaríamos uma conferida no Moto G8 Plus e no Galaxy A51. O modelo da Motorola pode não ter uma câmera quádrupla e tem tela menor, mas conta com uma câmera frontal superior —e me agradou mais durante os testes que fiz.
Sistema Operacional
Android 10
Dimensões
162.3 x 77.2 x 8.9 mm e 199 g
Preço
R$ 2.699 (lançamento)
Tipo
LCD IPS
Tamanho
6,53 polegadas (16,5 cm)
Resolução
Full HD+ (2340×1080)
Câmera Frontal
13 MP
Câmera Traseira
48 MP (principal), 8 MP (grande angular), 2 MP (sensor macro) 2 MP (teleobjetiva e sensor de profundidade)
Processador
MediaTek Helio G85
Armazenamento
64 GB ou 128 GB
Memória
3 GB ou 4 GB de RAM
Bateria
5.020 mAh
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