Vale a pena? Por que Galaxy A51 está entre celulares mais vendidos no mundo
Gabriel Francisco Ribeiro
De Tilt, em São Paulo
08/07/2020 04h00
Nada de Galaxy S20, Galaxy Note 10 ou outro do tipo: um dos celulares mais vendidos do ano pela Samsung é o intermediário —e mais barato— Galaxy A51. Mas ele vale a pena mesmo a ponto de figurar entre os mais populares do mundo? Testado por Tilt, ele carrega os típicos elementos positivos e negativos de um celular da categoria.
O A51 foi lançado em janeiro no Brasil por R$ 2.199 e atualmente pode ser encontrado na casa dos R$ 1.900. O preço não caiu tanto assim em seis meses como costuma ocorrer com aparelhos da Samsung, talvez por suas vendas irem muito bem.
De lá para cá, entrou em diversas listas internacionais de celulares mais vendidos, sempre (muito) atrás do iPhone 11, mas alternando entre o segundo e terceiro posto com seu rival direto Redmi Note 8 em rankings de diferentes empresas de análise de mercado, como Omdia e Canalys.
O antecessor do modelo, o Galaxy A50, já havia aparecido bem posicionado em listas do ano passado tanto em vendas como em procuras. É uma aposta da Samsung que deu certo ao transformar a linha básica J em parte da linha Galaxy A.
O A51 tem vários elementos de celulares top de linha —uma tendência das fabricantes para convencer consumidores a comprar um aparelho intermediário em vez de gastar uma bagatela nos mais caros.
Mas, também chega com problemas que decepcionam um pouco, o que dificulta chegar ao posto de "rei do custo-benefício", disputado por aparelhos das linhas Moto One e Moto G, da Motorola, além do Redmi Note 9, da Xiaomi, entre outros.
Galaxy A51
Preço
R$ 2.199 R$ 2.057 (Samsung - 24/02/2021) Comprar4,0
Tela excelente para quem usa smartphone para conteúdos como séries e jogos
4,0
4,0
3,0
4,0
Variedade de modos é o que mais agrada; fotos têm boa qualidade
4,0
3,0
Desempenho é o que mais decepciona no Galaxy A51, com um pouco de lentidão e engasgos
4,0
4,0
4,0
4,0
Design conta com muitos elementos de top de linha
4,0
Ainda que tenha defeitos, funciona bem como celular intermediário
Pontos Positivos
- Design típico de top de linha
- Câmera traseira com muita variedade de lentes
- Tela ótima para ver conteúdos
Pontos Negativos
- Preço um pouco alto para virar "rei do custo-benefício"
- Câmera frontal não vai muito bem em fotos à noite
- Desempenho poderia ser melhor para um celular intermediário
Veredito
Galaxy A51 é uma boa opção para quem não quer gastar muito dinheiro em celulares top de linha. Conta com um design bacana e uma variedade grande de câmeras. Mas decepciona no desempenho.
O UOL pode receber uma parcela das vendas pelo link de compra recomendado neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.
Um dos principais elementos que dão um toque de top de linha para o A51 é seu design, que não deve nada para os aparelhos mais caros. De fato, ele e seu irmão A71 foram os primeiros celulares da Samsung a contarem com um visual que foi adotado por smartphones mais turbinados, como o S20.
O A51 vem com uma traseira elegante e com a agora tradicional moldura para a câmera traseira, que começou com o iPhone 11 e já virou moda entre celulares por aí. A traseira branca conta com efeitos na luz que dão mais beleza ao aparelho.
O design, no geral, lembra muito o de celulares top de linha. Ele é um aparelho grande em mãos, mas ao mesmo tempo é esguio, o que ajuda na usabilidade. Na frente, o estilo adotado pelo A51 é do furo na tela centralizado e diminuto para a câmera frontal.
Se ele é grandinho no tamanho, isso também representa uma tela ótima para ver conteúdos de variados tipos no aparelho. Quem curte assistir séries ou jogar com o celular não vai se decepcionar nesse quesito.
São 6,5 polegadas de tela (16,5 cm), com resolução Full HD+ e a qualidade Super Amoled, que rende um brilho e uma qualidade bacana para o visor.
Como estava em casa a maior parte do período testado, não cheguei a usar tanto o celular para assistir a serviços de streaming, mas nas vezes em que vi algum conteúdo não me decepcionei.
A lógica de estar em casa e, consequentemente, não fazer uso de tantas características do celular também vale para as câmeras. A não ser que tirasse fotos dos meus móveis ou da minha cara, não tinha muitas oportunidades de fotografar com o celular.
Mesmo assim, fiz um esforço para testar um pouco as câmeras do aparelho. São nada menos que quatro câmeras traseiras (uma principal, uma grande angular, uma de profundidade e uma lente macro), assim como celulares rivais como o Redmi Note 8. O que mais curti no aparelho é isso: a variedade entre modos diferentes de fotografar.
Quando saí na rua, tirei algumas fotos com o A51 e curti. Ele lida bem com a luminosidade do sol e o contraste das imagens é bom, apesar de o Motorola One Vision ser melhor no contraste em alguns cenários. A câmera principal ainda tem um modo noturno útil, mas que não chega a ser no mesmo nível de celulares top de linha.
Além dos já conhecidos modos grande angular (que aumenta a área captada na foto) e de profundidade (que desfoca o fundo), o A51 ainda tem uma lente macro, voltada a realçar detalhes de fotos tiradas próximas a algum objeto. Ao testar a câmera com a foto de um doce, rola uma diferença óbvia para a lente normal, mas não ao ponto de me encantar com este modo.
A câmera de selfie, por sua vez, é única com uma resolução de 32 MP. Em ambientes iluminados, ela tira boas fotos e agrada muito. Sob uma iluminação mais fraca, as fotos não ficam com boa qualidade.
Ela tem um modo de desfoque de fundo feito por software e que reconhece apenas rostos. Fui testar isso na rua com uma máscara no rosto e, claro, o recurso acabou não funcionando —não foi feita pensando em uma pandemia, obviamente.
O aspecto do celular que mais me decepcionou foi o desempenho. Ela não chega a ser ruim como celulares mais básicos, mas esperava mais para um aparelho com preço inicial acima de R$ 2 mil.
Não é que o desempenho seja de fato ruim. O celular não chega a travar, fechar aplicativos sozinho ou afins, mas seu uso é prejudicado por uma lentidão acima do esperado ou com algumas engasgadas em aplicativos.
Claro que estamos falando de um celular intermediário e você não deve esperar que seja algo no nível de tops de linha, mas ainda assim isso me incomodou mais do que o normal para aparelhos nessa faixa de preço.
Com uma bateria de 4.000 mAh, o A51 não deve deixar você na mão. Ok, tudo bem que novamente esse meu teste foi diferente por não estar saindo na rua e ficando o dia inteiro fora de casa, mas ainda assim o smartphone mostrou potencial.
Usei de forma muito mais leve do que usaria fora de casa: me forçando a abrir redes sociais uma vez ou outra ao longo do dia (o WhatsApp estava ligado basicamente apenas na web), joguei alguns jogos, tirei algumas fotos. Nesse desempenho leve, a bateria durou dois dias.
Em tempos normais, ela deve aguentar cerca de um dia longe da tomada, com um pouco de sobra para o dia seguinte.
O Galaxy A51 ainda vem com um leitor de digitais embutido na tela do celular, assim como os últimos tops de linha da Samsung. O recurso funcionou bem comigo, apesar de ser menos preciso do que nos celulares mais caros.
Assim como no A50, o modelo brasileiro do celular vem com TV digital embutida —o que deve agradar uma parcela do público ávida por consumir os canais abertos sem usar o tráfego da rede de internet.
O Galaxy A51 não é bem um celular barato, convenhamos. Com preço inicial acima dos R$ 2 mil e com uma queda tímida em relação ao seu smartphone, ele perde um pouco seu apelo de "rei do custo-benefício".
Ainda assim, por uma lado ele tem muitos quesitos para agradar o usuário: um design digno de top de linha, muitas opções para fotografar, tela que não deixa a desejar... O que faltou mesmo, para a Samsung, foi um trato melhor no desempenho do aparelho, que pelo preço deveria ser melhor.
A presença dele entre os celulares mais vendidos do mundo, contudo, se justifica: em tempos em que comprar um top de linha é impraticável para a maioria das pessoas, o Galaxy A51 funciona bem como um meio-termo entre os básicos e os mais caros.
-
Sistema Operacional
-
Android 10
-
Dimensões
-
158.5 x 73.6 x 7.9 mm
-
Resistência à água
-
Não tem
-
Cor
-
Preto e azul
-
Preço
-
R$ 2.199 (lançamento)
-
Tipo
-
Super Amoled
-
Tamanho
-
6,5 polegadas
-
Resolução
-
Full HD+
-
Câmera Frontal
-
32 MP
-
Câmera Traseira
-
quádrupla (48 MP, 12 MP, 5 MP e 5 MP)
-
Processador
-
Exynos 9611 octacore (2,3 GHz)
-
Armazenamento
-
128 GB
-
Memória
-
4 GB
-
Bateria
-
4.000 mAh