Xiaomi 12: ideal para quem quer um 5G topo de linha pela primeira vez
Embora a XIaomi tenha expandido significantemente na América Latina a partir de 2017, seus aparelhos no Brasil ficaram famosos pelo famigerado mercado cinza — os importadores que mandavam direto da China para revender barato por aqui. Como resultado, ficou com fama de "celular bom, mas clandestino".
Hoje, instalada no Brasil, a Xiaomi trava uma batalha para transformar essa imagem, focando em lançamentos e aparelhos de alto nível. E o mais recente paladino nesta cruzada é o Xiaomi 12, seu mais recente topo de linha, que promete disputar lugares mesmo com nomes grandes da categoria, como o Samsung Galaxy S22 e o iPhone 13.
E para ver o quanto ele aguenta nesta comparação, Tilt passou algumas semanas testando o smartphone, vendo do que o carro-chefe da Xiaomi é capaz:
Xiaomi 12
Preço
9.499,00 4.799,00Pontos Positivos
- Excelente desempenho, mesmo com diversos apps abertos
- Recarga completa da bateria em até uma hora
- Design confortável para muito tempo de uso
Pontos Negativos
- Conjunto de câmeras inferior em comparação aos rivais
- MIUI não é o sistema operacional mais intuitivo de todos
- Esquenta bastante em sessões mais intensas de jogatina
Veredito
No fim, é uma questão de preferência: se você já é fã de carteirinha do iPhone ou da série Galaxy S, é pouco provável que este celular faça você mudar de ideia. Agora, se você está disposto a pegar um topo de linha por um bom preço, o Xiaomi 12 dá mais do que conta do recado.
Tirando ele da caixa, talvez a primeira coisa que impressione seja o peso. É um celular leve, com 180 g. Os cantos, de bordas arredondadas, descansam o aparelho confortavelmente na mão, embora às vezes, atrapalhem um pouco para clicar em um ícone de sair. Não é muito grande — tem 6,28 polegadas (16 cm) — mas no conjunto, também não atrapalha no bolso.
Na traseira, a textura de aço escovado possui um efeito interessante de reluzência: ora parece cinza, ora sobressaem alguns tons de rosa. No geral, isso dá um aspecto elegante ao aparelho, que vem com uma capinha transparente.
A câmera frontal do Xiaomi 12 é um ponto vazado na parte superior, ao invés de uma ponta chanfrada (em "forma de gota"). Embora não atrapalhe em nada, é um elemento de design que pode dividir preferências.
A tela, de 120 Hz de frequência, também possui uma alta sensibilidade, e pega bem movimentos sutis. Quem digita de um jeito mais "solto" talvez vá errar a tecla com mais frequência. Idem para quem não é muito preciso ao jogar. Em compensação, a velocidade de resposta impressiona.
A resistência, infelizmente, deixa a desejar. Rapidamente, a tela ficou marcada com riscos de atrito com chaves, moedas e até mesmo zíper da carteira.
No uso geral, a luminosidade é ótima — a tela adapta facilmente a qualquer condição e consegue emitir boa luz mesmo debaixo de sol a pino.
Sistema operacional
Esse conjunto todo de tela, somado aos efeitos visuais da MIUI 13 (a versão do Android modificada pela Xiaomi), tende a resultar numa interface agradável. E bota agradável nisso: arrastar de uma tela para outra é estranhamente relaxante.
Aliás, o próprio sistema operacional é um ponto que vale prestar atenção: embora ele soe muito "familiar" à primeira vista, os menus não se comportam da mesma forma.
Ícones e tarefas importantes (como a economia de bateria, roteador de sinais e afins) estão escondidos em uma rolagem que só é acessada quando você arrasta bem no canto superior direito da tela - praticamente no ícone de bateria. Para notificações, vale o mesmo, só que no canto esquerdo.
Mas nem tudo são espinhos. O próprio sistema oferece, por exemplo, a ferramenta de pasta oculta, bem como carteira digital do Google. A empresa prevê três atualizações de versões do sistema Android (ou seja, até MIUI 16), e quatro anos de atualizações de segurança, então a longevidade será razoável.
Por fim, aos usuários de Android, a MIUI 13 tem ares bem familiares, mas pode causar algumas confusões. Com paciência (e um pouquinho de prática), logo o uso fica natural.
Principal
O topo de linha da Xiaomi aparece com um conjunto de três câmeras — a principal, de 50 MP, uma ultrawide de 13 MP e outra de zoom 2x para fotos macro. Todas elas, enfileiradas na vertical, em um retângulo destacado no topo superior esquerdo.
O conjunto, de fato, oferece uma câmera a menos. Normalmente, os smartphones intermediários e topos de linha vem com quatro, sendo uma lente dedicada exclusiva para contraste ou, ainda, para fotos com zoom.
Ao invés disso, o Xiaomi 12 segue a filosofia do "fazer bem com o que já tem", aproveitando o hardware para, por exemplo, tirar fotos com foco super rápido. O conjunto principal registra fotos bastante coloridas, mesmo em cenários em que isso não é tão visível à olho nu. Este efeito é ainda mais realçado com a IA da câmera. As fotos ficam com um quê de filtro de Instagram.
Por falar nisso, a Xiaomi embutiu alguns filtros e recursos interessantes no seu app de fotos. Por exemplo, o modo "Clone", para montagens em foto; ou o "Vlog", que permite gravações curtas em sequência, ideal para um Reels ou TikTok. O lado negativo é que estas funções precisam todas ser baixadas.
Frontal
A câmera frontal, de 16 MP, entrega três proporções de imagem: a padrão, de 3:4, a de 9:16 e uma versão full. Opções como quadros de filme e disparos com a palma da mão também estão disponíveis.
O sensor capta muito bem as fotos, inclusive em cenários com pouca luz. A câmera frontal aplica efeitos na hora também, o que permite alguns ajustes finos antes do clique. No geral, é uma IA pouco intrusiva. O conjunto total é bem-vindo, especialmente se você quer fazer aquela selfie antes (ou durante) uma festa, por exemplo.
Um único porém é que, independentemente do modo, o foco na câmera frontal nem sempre acertou onde eu cliquei. Passei pelo leve incômodo ter que apertar repetidamente até o sensor entender a distância certa.
Para conseguir peitar outros topos de linha, o Xiaomi precisava de um motor bom debaixo da carroceria. Não à toa, o carro-chefe da empresa chinesa possui um Snapdragon 8 Gen 1, atualmente um dos mais potentes sistemas em chip com suporte a 5G.
Na prática, é esse motor turbinado que torna o Xiaomi 12 possante, e que viabiliza uma experiência tão agradável e com tanta fluidez. Durante nosso uso em Tilt, não foi constatado gargalos no uso cotidiano, mesmo abrindo diversos aplicativos de uma vez.
Falando neles, é notável que aparelhos da empresa chinesa venham com bloatwares — apps que você não pediu e que, muitas vezes, só pesam o celular, oferecendo a mesma funcionalidade que um YouTube ou Netflix (que já vem instalado). O Xiaomi 12 não traz tantos deles, e alguns, como o de otimização de uso, são até bem-vindos.
De qualquer maneira, o aparelho está disponível em versão única, de 256 GB, com suporte a cartão de memória. Mesmo que você não pretenda utilizar um cartão SD, ainda vai levar um bom tempo até ocupar todo o armazenamento nativo dele.
O desempenho se manteve sólido quando ele foi colocado para rodar jogos. Todas as experiências ocorreram sem travamentos e com carregamento rápido. Houve uma única exceção, quando surgiram alguns lags para carregar uma publicidade interativa em Unity (algo que não é todo mundo que vai ver).
Entretanto, em sessões mais longas de jogatina — de mais de meia hora — o celular esquenta bastante, algo nada confortável ou agradável.
A bateria é um dos melhores pontos do Xiaomi 12. Equipado com uma de 4.500 mAH, ele aguenta cerca de um dia e meio longe do carregador, com tempo de uso moderado. Em atividades mais intensas, como jogos ou reprodução de vídeos, a performance ficou entre quatro e cinco horas ininterruptas — o que não é nada mal.
Mesmo que tivesse de voltar para o carregador, ele também não precisou de muito tempo lá. Acompanhado de um carregador Dart de 65W, a carga foi de 5% a 100% em uma hora. O smartphone também possui suporte à recarga sem fio em estações de 50W.
No geral, ele tem fôlego para aguentar bastante atividade antes de esgotar a bateria, e mesmo que ela acabe — ou eventualmente esgote seus ciclos e fique "viciada" — a recarga é rápida suficiente para compensar.
Botar a mão num topo de linha, normalmente, significa desembolsar muito. Em parte, era o caso do Xiaomi 12, que chegou aqui com o preço de lançamento de R$ 9.499,00 — o mesmo de concorrentes diretos, o Galaxy S22 Ultra, com mesmo armazenamento.
Entretanto, hoje é possível encontrar o mesmo celular por quase a metade do preço no varejo - um valor mais em conta que os concorrentes diretos, e que tende a cair. Na prática, isso significa um aparelho topo de linha, com longevidade de uso, boa performance e um bom tempo longe da tomada. Tudo isso, em contrapartida, com a adaptação de uma nova interface e um celular com alguns bloatwares.
Sistema Operacional
MIUI 13 (Baseado em Android 12)
Dimensões
152.7 x 69.9 x 8.16 mm (altura x largura x profundidade)
Resistência à água
Não
Cor
Azul e preta
Preço
9.499,00 (lançamento) | 4.799,00 (varejo)
Tipo
Gorilla Glass Victus
Tamanho
6.28 polegadas
Resolução
1080 x 2400 pixel
Câmera Frontal
50 MP (principal), 13 MP (ultra-wide), 5 MP (macro)
Câmera Traseira
32 MP
Processador
Snapdragon 8 Gen1 Qualcomm SM8450
Armazenamento
256 GB
Memória
8 GB
Bateria
4.500 mAh
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