Recentemente Elon Musk abriu a cabeça de muita gente aí embaixo ao falar sobre implantes cerebrais. Sei que vocês (ainda) não podem ler minha mente, então vou falar tudo o que penso...
Sou apaixonado pela ideia de que a computação pode salvar vidas. Já disse que as maiores inovações do século 21 virão da intersecção entre biologia e tecnologia. Musk dá um belo passo nessa direção.
Dito isso, tenho que ser sincero: a exibição de Musk era de um protótipo. Acho complicado. Eu mesmo exibi o iPhone pela primeira vez cheio de problemas, mas não deixei ninguém perceber. Elon não, mostrou ao público as engrenagens do projeto. Não gosto disso.
Aliás, apesar de ser interessante, a demonstração não trouxe tantas novidades. O tipo de leitura cerebral que Musk fez com porcos já é feito de maneira semelhante em humanos desde o século passado.
O que mais me incomoda são as promessas. Elon diz que isso pode ajudar em tratamentos complexos como depressão. Uma ex-namorada já comentou que tive depressão quando saí da Apple. Por isso digo que dar essa esperança sem provas me irrita.
É importante ressaltar que eu tenho pé atrás com Elon quando o assunto é saúde. Vale lembrar que ele apoiou o uso de hidroxicloroquina no combate ao covid, mesmo sem saber se o remédio funciona.
Apesar disso, o próprio Elon vê a ideia como uma evolução dos smartwatches. Isso me anima. Adoro os nossos relógios e me orgulho de como eles ajudaram a popularizar esse tipo de tecnologia. Se inspiram novas ferramentas, melhor ainda.
Também tenho que falar que a segurança disso me preocupa. Imagine ter chips cerebrais invadidos por hackers? É um pesadelo. Outras marcas de Elon, como a Tesla, já se mostraram vulneráveis a esse tipo de ataque. Alerta vermelho absoluto.
Qual o veredito?
Negativo! Amo biotecnologia, foi o ramo que me inspirou a criar a NeXT (minha empresa depois da Apple). Mas essa é uma área que exige ainda mais responsabilidade do que criar carros ou ir para Lua. Elon atualmente não está tendo esse cuidado.
Aqui a gente faz um exercício de imaginação para saber o que Steve Jobs, sarcástico como só ele, acharia dos lançamentos atuais. Quinzenalmente em Tilt.