Quando minha Apple anunciou que faria uma apresentação em setembro, muita gente achou que colocaria um iPhone 12 no bolso. Mas a surpresa veio pro pulso. Tá na hora de eu falar da nossa novidade, o Apple Watch SE.
As letrinhas significam Edição Especial, em inglês. Mas não acho a sigla tão óbvia assim, então perde a força para muitos clientes. Eu tinha uma regra: “nomes não podem ser frívolos”. E essas letras não são muito úteis.
O principal atrativo do SE é o preço. Nos EUA sai por US$ 279, US$ 120 a menos do que o novo Series 6. Sempre achei importante ser acessível. Mas para o Brasil, ainda é caro. Vai sair por R$ 3.800. Inviável.
A principal novidade do Series 6 é um medidor de oxigênio que pode ajudar na detecção da covid. Mas a função não está no SE. Deveríamos popularizar esse recurso. Sempre me encantou quando Apple e a medicina trabalhavam lado a lado.
Outra função não disponível no SE é o app de eletrocardiograma. Essa ferramenta já aparecia no Series 4, lançado há dois anos! É um app que pode salvar vidas, então não há justificativa para não termos aqui.
Outro problema: a Apple tirou o Series 5 de circulação para os reloginhos não concorrerem. O S5 tinha eletrocardiograma, o mesmo processador e chegou a ser vendido por só US$ 20 dólares mais caro que o SE. Achei um pouco covarde.
Pelo menos o sensor de queda ainda está nesta versão. A ferramenta detecta quando alguém pode ter sofrido algum tipo de acidente e chama a emergência. Gosto muito dessa função e salvou vidas mundo afora.
Outra novidade que gostei é a nova pulseira, feita de fios de silicone. Parece ser a mais confortável já feita para um Apple Watch. Amei isso. Meu look de gola preta, calça jeans e tênis me dava conforto. Quero o mesmo para nossos usuários.
Qual o veredito?
Negativo. A conta não fecha: claro que há um desconto, mas há muitos benefícios perdidos em troca dele. Seria melhor um desconto no Series 5 ou lançar um Series 6 um pouco mais acessível. Pagar quase R$ 4.000 por isso? Não mesmo.
Aqui a gente faz um exercício de imaginação para saber o que Steve Jobs, sarcástico como só ele, acharia dos lançamentos atuais. Quinzenalmente em Tilt.