2021 começou fechando algumas abas. Nos últimos dias, todo o mundo da tecnologia está falando de uma só coisa, então não vou bloquear esse assunto: o banimento do presidente Donald Trump das plataformas.
O discurso de Trump antes da invasão ao Capitólio foi um absurdo completo. Em um discurso meu em Stanford, recomendei aos jovens: sigam ignorantes. A ideia era dizer que estudar sempre é preciso. Donald deve ter entendido errado.
Não demorou para ele ser banido do Twitter. Acho que demorou muito para acontecer isso. Sempre tive cuidado com o que entrava na App Store. Fui lido como chato e até censor. Mas temos que ser responsáveis com o que entra nas nossas plataformas.
Em 2008, bani um app que fazia uma contagem regressiva ao fim do governo Bush. Disse: "Mesmo que minhas inclinações políticas pessoais sejam democráticas, será ofensivo para cerca de metade dos nossos clientes. Pra que?”
Gostei que outras redes seguiram o exemplo. Duas marcas do Zuckerberg seguiram essa linha, aliás. Tanto o Facebook quanto o Instagram baniram Trump. Já tive muitas brigas públicas com Mark. Mas o respeitava. Nessas horas relembro o porquê.
Achei mais curioso o Reddit eliminar o fórum sobre Trump, também por incitar violência. Antes tarde do que nunca. A plataforma foi uma das que mais espalhou mentiras sobre mim nos meus últimos anos de vida. Enfim uma atualização.
O que mais me animou é que finalmente as big techs estão pensando na frente. Tanto o Google quanto a Apple tiraram do ar o Parler, um Twitter alternativo que já estava reunindo seguidores extremistasde Trump. Não deu tempo nem do Donald entrar.
Qual o veredito?
Positivo. Sempre mantive boas relações com presidentes, mesmo os que eu não concordava. Acreditei que a democracia é crucial para que a vida e a tecnologia prosperem. Se isso está sendo posto em xeque, é nossa responsabilidade.
Aqui a gente faz um exercício de imaginação para saber o que Steve Jobs, sarcástico como só ele, acharia dos lançamentos atuais. Quinzenalmente em Tilt.