Nos últimos dias, um celular da concorrência tem chamado a minha atenção. Hoje vou desdobrar meus sentimentos sobre o Galaxy Z Fold 2 da Samsung.
O preço é absurdo: US$ 2 mil, lá fora. Eu sei, eu sei. A Apple também não é conhecida pelos preços baixíssimos, mas é exagerado até para a gente. É o dobro da versão básica do iPhone 11 Pro Max.
Mas tenho que dar o braço a torcer. O Fold 2 melhorou muito. A articulação exige menos delicadeza, e a tela exterior funciona melhor. Isso é importante. Uma vez disse que só viver a vida é pouco; devemos melhorá-la. Penso o mesmo sobre gadgets. Evolução é o foco.
Dito isso, há ainda muito a melhorar. Dá, por exemplo, para ver e sentir a dobradiça no meio de tela. O celular aberto fica com um relevo estranho. Detestei. Ainda não lançamos dobráveis na Apple por isso: não pode parecer um protótipo.
Mas a ideia de transformar um celular em tablet me agrada. Criei o iPad para ser melhor que o iPhone em algumas funções, como ler e ver filmes, por exemplo. Poder usufruir da portabilidade do celular e da tela de um tablet, simultaneamente, é genial.
O problema é que os tablets Android ainda não são muito bons. Mesmo apps como Twitter e Facebook não se adaptam bem às telas grandes do sistema. Ficam esticados, parece improviso. Uma conversa com essas empresas é urgente.
Fora isso, o software que transforma a tela pequena em outra grande foi imaginado pela Samsung, mas depende do Android. Por isso um bug ou outro aparece. Essa é a vantagem de criarmos tanto os iPhones quanto o iOS.
Eu ia elogiar a nova função do enquadramento da câmera. Em teoria, o zoom segue o retratado e quando aparece mais alguém, o quadro abre. Achei a ideia legal, mas vi uns testes e o software corta metade do rosto das pessoas. Péssimo.
Qual o veredito?
É negativo. Claro que todo celular tem erros e defeitos, mas por esse preço? O produto deveria ser muito mais refinado. Fico com a impressão de que estão vendendo caro uma versão de testes. Enquanto isso, A Apple aprende com os erros da concorrência.
Aqui a gente faz um exercício de imaginação para saber o que Steve Jobs, sarcástico como só ele, acharia dos lançamentos atuais. Quinzenalmente em Tilt.